Rodada de investimento

Buser capta R$ 30M com 4Equity para atrair novos clientes

Startup planeja expandir sua atuação no Sudeste e aposta em ônibus mais confortáveis e até mesmo de luxo para atrair passageiros

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Buser | Divulgação

A Buser anunciou uma rodada de R$ 30 milhões com a 4Equity Media Ventures para alcançar novos clientes através do investimento em marketing. A startup completa oito anos de atividades em 2025 e planeja expandir sua presença principalmente em mercados mais consolidados, como o Sudeste, e fortalecer seu posicionamento de marca, relançado em 2024.

“Essa captação será essencial para continuar o trabalho de construção de marca e expansão que temos intensificado do ano passado pra cá, mantendo a diversificação de canais”, afirma Luiz Benício, diretor de Receita da Buser.

Os recursos serão usados para dobrar o orçamento de marketing, além de ampliação das parcerias com empresas que investem em ônibus mais confortáveis e até mesmo de luxo. Segundo a Buser, essa é uma tendência crescente no setor e a ideia é apostar em veículos com poltronas leito-cama e premium, principalmente em rotas que conectam grandes cidades, como São Paulo-Belo Horizonte, São Paulo-Rio e Rio-BH.

Esta é a maior rodada da história da 4Equity, que este ano também já investiu R$ 10M na Rhino.

Com uma base de mais de 12 milhões de clientes, a Buser atingiu uma receita anual superior a US$ 100 milhões em 2024, com 20% de crescimento do lucro operacional. A expectativa da empresa é transportar até 1,5 milhão de passageiros durante esta alta temporada, que começou em dezembro de 2024 e vai até o final de fevereiro deste ano.

A última captação da startup foi uma série C de mais de R$ 700 milhões em 2021, liderada pelo Lightrock, com a participação do Softbank, Monashees, Valor Capital Group, Globo Ventures e Canary, todos investidores da Buser nas séries anteriores, além do Iporanga Ventures.

Brigas judiciais

Apesar do crescimento, a Buser ainda vive em pé de guerra com a Justiça e os reguladores, em um debate sobre a natureza do negócio e as responsabilidades com o consumidor. Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso na Justiça Federal do Espírito Santo para que o modelo de transporte da Buser seja considerado ilegal e tenha seu funcionamento suspenso em todo o país.

O órgão alega que a startup oferece o serviço de transporte coletivo interestadual de passageiros de forma irregular, desrespeitando normas do setor, como as gratuidades previstas em lei, e que não se submete às regras da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A Buser, por sua vez, alega que funciona apenas como uma plataforma de tecnologia, conectando passageiros a empresas de ônibus, entre fretadores e viações que atuam em rodoviárias.

Em nota, a empresa disse que aguarda o julgamento definitivo do caso, e que acredita que será mantida a decisão proferida em 2024.

“Neste momento prevalece a sentença proferida pela Justiça Federal do Espírito Santo, em novembro de 2024, que declara a legalidade do modelo de viagens da plataforma de viagens. A plataforma, que tem conquistado vitórias em tribunais federais e estaduais de todo o País e obtendo pareceres e manifestações favoráveis – inclusive do próprio MPF –, reafirma que está construindo uma jurisprudência favorável ao modelo da Buser, e confia que o entendimento da Justiça Federal do ES favorável à inovação será mantido”, informa a nota.

No início do mês, a Justiça paulista também condenou a Buser a pagar uma indenização de R$ 4 mil a uma passageira que teve sua viagem atrasada em quase seis horas em razão de falta de combustível no ônibus em que estava. A decisão foi da 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que entendeu que a startup possui responsabilidade na prestação do serviço de transporte de passageiros.

Em nota, a Buser informou que ainda cabe recurso do processo e ressaltou que, embora atue como uma plataforma de intermediação de viagens, “sempre fornece todo o suporte necessário aos passageiros”.