Entregadores de aplicativos de delivery em greve fazem manifestação em frente à sede do iFood em Osasco (31/03/2025) | Foto Paulo Pinto / Agência Brasil
Entregadores de aplicativos de delivery em greve fazem manifestação em frente à sede do iFood em Osasco (31/03/2025) | Foto Paulo Pinto / Agência Brasil

A entrada de novos players no segmento de delivery brasileiro já teve de tudo, de briga na Justiça a operação policial. No meio da guerra dos apps, os três atuais concorrentes – iFood, 99Food e Keeta – vêm trocando tantas acusações de práticas de concorrência desleal que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu monitorar de perto esse mercado.

Por meio de despacho publicado nesta semana, Alexandre Barreto de Souza, Superintendente-Geral do Cade, determinou a “instauração de procedimento administrativo para acompanhamento de mercado de marketplaces de delivery online de comida, para prevenir infrações da ordem econômica”.

Em ofício enviado no fim do mês passado ao Departamento de Estudos Econômicos do Cade, o Superintendente-Geral solicita a elaboração de um estudo e/ou parecer econômico para ajudar no acompanhamento de atividades e práticas comerciais desses aplicativos de delivery nos municípios de Goiânia, Rio de Janeiro, Santos, São Paulo e São Vicente.

A cidade de Goiânia foi a escolhida para o início das operações da 99Food no Brasil. Hoje, a empresa, que é controlada pelo grupo chinês DiDi, também está operando em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Já a Keeta, controlada pela também chinesa Meituan, iniciou no dia 30 de outubro suas operações nas cidades-piloto de Santos e São Vicente, no litoral paulista.

O que dizem os apps

Procurado, o iFood confirmou que tomou conhecimento da decisão do Cade de intensificar o acompanhamento do mercado de entrega de comidas online no Brasil. “A medida vem em momento oportuno, em que iFood vê com preocupação o avanço de práticas predatórias adotadas por concorrentes recém-chegados ao mercado brasileiro, como políticas comerciais insustentáveis e que têm o potencial de causar danos estruturais à concorrência local e a todo o ecossistema – restaurantes, entregadores e consumidores”, diz a nota.

O iFood informou que mantém um acordo bem-sucedido com o órgão desde fevereiro de 2023, cumprindo integralmente as condições pactuadas. A companhia destacou ainda que transparência e regras claras fortalecem o ambiente competitivo e geram segurança jurídica.

Em posicionamento enviado ao Startups, o iFood disse que reitera seu compromisso com um setor de delivery competitivo, equilibrado e sustentável. “A empresa seguirá colaborando ativamente com o Cade e confia que o acompanhamento reforçado contribuirá para evitar distorções e garantir um ambiente de livre concorrência, inovação e qualidade para os milhões de brasileiros que dependem desse ecossistema”.

A 99Food e a Keeta foram procuradas pela reportagem, mas ainda não enviaram posicionamento.