Temos um novo consolidador no ecossistema de softwares. É a Canopy, empresa liderada pelo ex-Sinqia Thiago Rocha, que está entrando na cena já com uma grana de respeito no caixa: para colocar em prática sua estratégia de M&As de softwares, a companhia levantou US$ 100 milhões.
Em nota, a Canopy revelou que os recursos foram obtidos com dois investidores conhecidos no mercado de private equity – a norte-amerciana Bessemer e a brasileira Cloud9, fundo criado em 2022 pelos ex-SoftBank Felipe Afonso, Noah Stern e Rafael Serson.
Com o investimento, os investidores indicaram Brian Feinstein (da Bessemer) e Felipe Affonso (Cloud9), para compor o Conselho de Administração.
Além da captação já feita, a companhia tem planos de levantar mais R$ 300 milhões em uma emissão de dívida, reforçando o caixa para sustentar seu plano de aquisições, que mira empresas maduras de software que ocupem posições relevantes no mercado.
“Estão no radar softwares verticais para segmentos como finanças, telecom, saúde, educação, serviços, varejo e indústria, e também softwares horizontais para processos de negócio com especificidades locais como contabilidade, finanças, jurídico e recursos humanos”, destacou a companhia em nota.
Os recursos levantados pela Canopy serão utilizados nos próximos três anos, e a primeira aquisição deve ser anunciada até o fim do ano.
“Já estamos conversando com empreendedores incríveis que estão prontos para dar esse próximo passo conosco. É só o começo da jornada, mas estou seguro de que vamos construir uma das mais bem-sucedidas companhias de software do Brasil”, destaca.
À frente da Canopy, Thiago quer colocar em prática o que aprendeu durante os 13 anos que passou na Sinqia, onde ocupou os cargos de diretor financeiro e vice-presidente. Nesse tempo, ele esteve por trás de mais de R$ 1,3 bilhão em rodadas levantadas e conduziu cerca de 19 M&As na companhia, saindo no ano passado, após a finalização da compra da Sinqia pela porto-riquenha Evertec.
Segundo o executivo, o Brasil está em um ótimo momento para aquisições. Somente no mercado de software, são mais de 9 mil empresas em atuação, uma grande parte delas já com faturamento acima dos R$ 30 milhões – e essas estão na mira da Canopy. “Esse é um modelo vencedor. Quem conta com a estrutura de capital correta e um processo de aquisição disciplinado chega longe”, afirma Thiago.
O plano da Canopy encontra respaldo em movimentos de outras gigantes nacionais. Empresas como Totvs e LWSA apostaram alto em aquisições nos últimos anos para ampliar receita e fortalecer sua presença no mercado.
Outros players seguiram esses passos, como a Sankhya (que inclusive captou com o Fundo Soberano de Singapura) e outros mais nichados como a Celcoin (fintechs), engataram “sequências de M&A” para abocanhar market share.
Além de players nacionais, a desvalorização do real perante o dólar chamou a atençãr de consolidadores internacionais, como a canadense Constellation, a americana Thoma Bravo e a italiana Zuchetti, entre outras.