A Capim, startup que mistura o “compre agora, pague depois” (BNPL) com maquininhas de pagamento, voltado aos serviços odontológicos, acaba de captar uma série A de R$ 132 milhões (US$ 26,7 milhões).
O aporte foi liderado pelos fundos Valor Capital e QED Investors, contando também com a participação de investidores já existentes como ONE.VC, Canary, NXTP, Endeavor, Saison e Actyus, este último comandado pelo CEO da Creditas, Sérgio Furio.
Com o novo capital, a Capim pretende lançar um terminal POS para oferecer taxas de desconto mais baixas para clínicas, integrado ao seu módulo financeiro SaaS. Isso permitirá que dentistas aceitem pagamentos via cartão de crédito, débito e PIX.
Além disso, a empresa está desenvolvendo ferramentas de inteligência artificial para tornar a gestão clínica mais eficiente.
Fundada em 2021 por Marcelo Lutz e Roberto Biselli, a Capim se define como uma empresa de software especializada no setor odontológico, entregando uma espécie de ERP dedicado a clínicas, com soluções que vão do agendamento ao pagamento e crédito.
Desde sua criação, a Capim ajudou mais de 60 mil pessoas a acessarem tratamentos odontológicos. Em 2024, a receita da empresa triplicou, e sua base de clientes cresceu para 6 mil clínicas, com a expectativa de chegar a 10 mil até o final do ano. Apesar de ainda não ser lucrativa, a startup alcançou o ponto de equilíbrio financeiro no fim de 2023.
Segundo Roberto Bisselli, um dos diferenciais da plataforma é a possibilidade de parcelamento em até 36 vezes.
“Diferente do parcelamento com cartão de crédito, que tem limites de valor e quantidade de parcelas, nossa solução oferece maior flexibilidade, permitindo pagamentos de até 36 parcelas”, disse o cofundador.
Outras empresas também atuam no modelo BNPL, como a Koin e a Qista, que oferecem opções de parcelamento em diversos setores. Outros players, como a fintech Finanzero, tem marcas segmentadas como a Finnsaúde, voltada a produtos de crédito para necessidades médicas dos clientes.
No entanto, a Capim se diferencia por ser focada exclusivamente na odontologia, um segmento onde o custo das consultas e procedimentos ainda é um entrave para muitos pacientes. Além disso, a startup afirma que seus juros são 50% menores que os dos bancos tradicionais.
Segundo Carlos Costa, da Valor Capital, o potencial da startup está na sua capacidade de resolver dois grandes desafios: a gestão eficiente de clínicas e o financiamento de tratamentos. Já Mike Packer, da QED Investors, reforça que a velocidade de crescimento da Capim e seus sólidos fundamentos econômicos foram decisivos para o investimento.
Com a nova rodada, a Capim soma mais de US$ 29 milhões em investimentos – a primeira e única rodada até então tinha sido uma seed de US$ 2,5 milhões em 2021, pouco tempo após ter sido fundada.