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Captação das startups brasileiras cai em julho, mas número de M&As sobe

Segundo dados do Distrito, empresas levantaram US$ 235,6 mi em 38 transações. Em julho do ano passado, foram US$ 483 mi em 52 rodadas

Foto: Canva
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Como já era de se esperar, o ritmo de investimentos em startups em julho continua caindo. Comparado com o mesmo mês no ano passado, estamos falando de uma retração de mais de 50%. Segundo dados do Distrito, as empresas de tecnologia brasileiras levantaram US$ 235,6 milhões em 38 transações. No mesmo período do ano passado, foram US$ 483 milhões em 52 rodadas.

Segundo o estudo Inside Venture Capital, no acumulado de janeiro a julho, foram US$ 3,3 bilhões captados em 2022, frente a US$ 5,7 bilhões em 2021 – uma queda de 42% no volume de aportes. Mesmo assim, o saldo de 2022 está bem acima da movimentação do mercado em 2020, que foi de US$ 1,3 bilhão em investimentos.

Em julho, o setor imobiliário tomou a frente no montante de aportes captados, com US$ 75,5 milhões. Porém, há uma “pegadinha”: quase todo o volume, no entanto, veio de uma única captação, da Goodstorage, que levou US$ 75 milhões com o fundo Evergreen.

Na sequência aparecem as fintechs, com US$ 58,9 milhões captados em seis rodadas. O setor de ESG ficou em terceiro no montante de investimentos, com US$ 41,7 milhões, mas impulsionado por um deal grandão, o da Carbonext, startup de soluções em créditos de carbono que levantou US$ 40 milhões com a Shell. Fechando o top 3 em número de deals, depois das fintechs estão as healthtechs (5) e as retailtechs (4).

Fusões e correções

De acordo com o estudo do Distrito, o momento de reavaliação vivido pelo mercado atualmente se tornou um cenário propício para fusões e aquisições. Os números do estudo corroboram esta análise: o número de M&As em julho cresceu, com 21 transações registradas. Em julho de 2021 foram 17.

No mesmo período do ano passado, eram 134. As fintechs representam a maior parte do setor, cerca de 21% dos negócios do ano. Startups de saúde e educação representam cerca de 11% do total cada.

“As correções se tornaram um cenário propício para as fusões e aquisições. As condições de oferta de capital e a reprecificação do mercado acelerou a estratégia de muitas empresas em aproveitar as novas tecnologias e expertise das startups para promover transformações internas ou lançar novos produtos”, destacou Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, em nota.