
Realizar o sonho da casa de praia – ou de montanha – pode ser mais fácil do que parece. Essa é a ideia por trás da proptech MyDoor, fundada em 2022 por Roberto Pinheiro, veterano do setor imobiliário, que quer reinventar a forma como brasileiros acessam segundas residências de luxo. Avaliada em R$ 50 milhões após sua primeira rodada de investimentos há dois anos, a startup aposta em modelos de compra compartilhada e um clube global de casas de alto padrão, permitindo que mais pessoas desfrutem do estilo de vida premium sem arcar sozinhas com todos os custos.
O primeiro produto da startup foram as Casas MyDoor, uma modalidade de aquisição de casas em grupos de 2 a 8 sócios – modelo inspirado na americana Pacaso, considerada a empresa mais rápida dos EUA a se tornar unicórnio, em 2021.
Para cada casa, a MyDoor cria uma empresa e é como se esses sócios comprassem cotas ou ações dessa empresa. Os custos são compartilhados e os compradores têm direito a usar a casa em momentos diferentes e de forma exclusiva. A MyDoor cuida de toda a gestão, manutenção e até mesmo decoração da casa.
Ainda em 2022, a startup levantou uma rodada seed no valor de R$ 8 milhões liderada pela RTSC Holding, com a participação da Apex Partners. Agora, a MyDoor planeja uma nova captação de recursos para escalar o carro-chefe da casa e alavancar o seu segundo produto: o MyDoor Club.
“É um produto de entrada onde os clientes pagam uma mensalidade, recebem moedas e podem usar em diversas casas. Com isso, a MyDoor deixa de ser apenas uma empresa que vende casas fracionadas e se torna um ecossistema com serviços”, explica Roberto, fundador e CEO da startup.
A MyDoor tem hoje mais de 30 mil clientes cadastrados na plataforma, mas 100 clientes ativos. Ou seja, compradores que têm suas casas na operação do dia a dia da empresa. Com o lançamento do clube, a ideia é ampliar o número de clientes ativos.
Na modalidade das Casas MyDoor, a empresa está presente em São Paulo, Bahia e Ceará. Já o MyDoor Club está em São Paulo, Bahia e destinos internacionais como Flórida e França.
Segundo o fundador, o perfil dos clientes da startup são principalmente famílias com filhos até 18 anos, que muitas vezes têm poder aquisitivo para comprar uma segunda residência de alto padrão, mas não querem colocar todos os ovos na mesma cesta.
O modelo também beneficia quem sonha em ter uma casa de férias, mas teria dificuldades em arcar com todos os custos e despesas mensais sozinho, ou mesmo para as famílias que querem ter mais de uma casa, em destinos diferentes. A média de valor dos imóveis é de R$ 4,5 milhões, com cotas que começam em R$ 200 mil.
“O compartilhamento de ativos é um modelo que tem crescido muito globalmente, tanto em casas, como barcos e outros bens. Isso vem de uma mudança na forma como as pessoas usam seus bens, buscando mais eficiência. As casas de férias ficam fechadas em média 80% do ano, têm uma taxa de manutenção alta. O modelo da MyDoor resolve esse problema”, afirma Roberto.