O povo adora ficar criando termos para explicar o mercado. No caso de empresas de tecnologia listadas na Bolsa, um dos termos mais utilizados para reunir em uma única expressão algumas das maiores do mercado global (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google) foi a sigla FAANG. Entretanto, como analista gosta de ficar inventando coisa, parece que agora o termo é outro: The Magnificent Seven.
O termo, que faz referência a um filme clássico de faroeste dos anos 60 (Sete Homens e um Destino), incluiu dois nomes no grupo de ações mais badaladas do mercado – Tesla e Nvidia – e também corrigiu os nomes de duas companhias que trocaram de denominação nos últimos anos – Meta (antes Facebook) e Alphabet (Google). Netflix saiu do grupo e entrou a sempre forte Microsoft.
Com a nova terminologia já em voga, agora a discussão é especular como as ações das Magnificent Seven devem render em 2024, já que em 2023 elas se mantiveram sólidas, apesar de algumas derrapadas neste começo de ano. Segundo o analista Nigel Green, da deVere Group, as ações se mantém sólidas, mas com algumas ressalvas.
“A recente queda nestas ações de tecnologia fez investidores e analistas questionarem a sustentabilidade da sua impressionante valorização em 2023. Embora as incertezas permaneçam e haja razões convincentes para acreditar que estas ações poderão não ultrapassar os máximos do ano passado, esperamos que continuem a ter um bom desempenho, cativando a atenção dos investidores globais em 2024”.
Aliás, parece que a alta já está a todo vapor, com ações da Nvidia, Amazon e Apple na ascendente novamente na última semana, mostrando que o mercado já se ajustou. “O recente recuo é uma correção de curso, deixando as avaliações mais alinhadas com os fundamentos de negócio. À medida que os investidores recalibram as suas expectativas, esta mudança representa um regresso a uma trajetória de crescimento mais sustentável, evitando as armadilhas da exuberância irracional”, afirma Nigel.
Novos integrantes
Mas para quem investe, qual dos sete magníficos pode ter um 2024 “mais magnífico”? Para o analista Keithen Drury, do Yahoo Finance, a saída da Netflix (que reagiu em 2023 depois de um 2022 desastroso) em favor de nomes como Nvidia mostra como a IA está ditando o futuro do crescimento do mercado tech. Se posicionando como um dos principais players de infraestrutura gráfica para inteligência artificial generativa, a Nvidia foi considerada a “ação do ano” em 2024, crescendo 230% e colocando o valor da chipmaker em US$ 800 bilhões.
“A Nvidia liderou o caminho em 2023, com a demanda por suas GPUs alimentando modelos de inteligência artificial (IA), mais do que triplicando sua receita no terceiro trimestre fiscal. Embora ainda não se saiba por quanto tempo essa demanda persistirá, sua sustentabilidade é provavelmente maior do que a da Netflix”, avalia.
Quanto aos outros novos integrantes, os prospectos de Keithen também são otimistas. “A Tesla continua a liderar a produção de veículos elétricos nos EUA. Em 2023, as entregas da Tesla aumentaram 38%, para 1,81 milhões, colocando-a na mesma classe da Ford, que vendeu quase 2 milhões de veículos em 2023″, pontua.
Quanto à Microsoft, sua crescente aposta no mercado de inteligência artificial, incluindo seus portentosos investimentos na OpenAI e integrações de copilotagem por AI em produtos como o Bing, colocou a companhia de Redmond de volta no radar dos investidores. “A Microsoft cresceu em muitos lugares. Sua divisão de computação em nuvem, Azure, está se destacando, impulsionada pelo crescimento da computação de IA”, finaliza.