Logo da AWS no re:Invent 2024
Logo da AWS no re:Invent 2024 | Foto: Noah Berger/Getty Images for Amazon Web Services (Divulgação)

“Pane no sistema, alguém me desconfigurou”, já cantava Pitty — e parece que a letra serviu perfeitamente para a madrugada desta segunda-feira, 20. Uma falha nos sistemas da AWS (Amazon Web Services), provocou uma pane global que deixou fora do ar grandes varejistas, companhias aéreas, aplicativos de mídia social e empresas de serviços financeiros em várias partes do mundo.

Para se ter uma dimensão do acontecido, desde às 3h30 do horário de brasília, serviços como Facebook, Snapchat e até a própria Amazon ficaram indisponíveis no começo do dia. Além disso, plataformas financeiras (como Coinbase, Robinhood e Venmo), redes de venda física como Starbucks, e jogos on-line (Roblox e Fortnite) também relataram instabilidade.

Já no Brasil, plataformas como Mercado Livre e sua fintech MercadoPago, Wellhub (antigo Gympass), Hotmart, Canva e iFood também registraram um aumento nas reclamações por volta das 5h44.

A AWS informou que o problema foi rastreado até um gateway regional localizado na Costa Leste dos Estados Unidos e que a falha já foi corrigida. Em comunicado, a empresa explicou que o problema de DNS subjacente foi totalmente mitigado e que a maioria dos serviços da AWS voltou a operar normalmente.

No entanto, a companhia alertou que alguns usuários ainda podem enfrentar lentidão ou taxas de erro mais altas durante o processo de estabilização completa dos sistemas, segundo nota publicada no AWS Health Dashboard.

Falhas globais

A interrupção generalizada desta segunda-feira foi mais uma prova da fragilidade da infraestrutura tecnológica global, mostrando como uma falha em um único serviço pode paralisar sistemas em todo o mundo. E, vale lembrar: essa não é a primeira vez que um “apagão digital” desse porte ocorre.

Em julho de 2024, uma falha na atualização de software da Falcon, ferramenta da empresa norte-americana de segurança cibernética CrowdStrike expôs o mesmo tipo de vulnerabilidade: a falha desencadeou uma crise que causou US$ 5,4 bilhões em perdas para empresas da Fortune 500.

A pane da CrowdStrike afetou companhias aéreas e aeroportos na Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, bem como na Austrália, China, Japão, Índia, Cingapura e Taiwan, derrubando sistemas de check-in e emissão de bilhetes, resultando em atrasos nos voos e caos nos aeroportos.