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CODEX: 5 horas

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Bom dia,

Quando inventei moda de criar o CODEX, eu fazia a curadoria dos conteúdos da semana em cerca de duas horas. Era tranquilo. Hoje, gasto de 4 a 6 horas para colocar essa newsletter de pé. Hoje, particularmente, foram 5 horas de trabalho.

Não estou reclamando. Só estou fazendo uma constatação de como as coisas mudaram, ficaram bem mais agitadas nos últimos 18 meses.

Semana passada teve muita movimentação na B3 com a estreia de GetNinjas e da G2D, da GP Investments. Também rolaram os pedidos de IPO da MultilaserTradersClub e da gestora Invest Tech. O mundo de cripto também deu o que falar, não só pela queda brusca nas cotações das criptomoedas, mas pelo lançamento do fundo 100% cripto do BTG, as aquisições da 2TM, dona do Mercado Bitcoin, o lucro da G2D com o IPO da Coinbase e a oferta de crédito com garantia em bitcoin da Foxbit.

E claro, muitos milhões em rodadas de investimento.

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe

 

SEMANA DE 17 a 23 de MAIO

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • O supermercado online Shopper fechou uma série B de R$ 120 milhões liderada pela empresa de alimentos Minerva Foods e pela Quartz, gestora que conta com recursos da família Galló que já investia na companhia.
    FEGIK, o multifamily office Oikos, Ariel Lambrecht (cofundador da 99) e Márcio Schettini (ex-VP do Itaú), que já eram investidores acompanharam. FJ Labs, Floating Point VC e fundos internacionais outros cujos nomes não foram revelados também entraram. Com o investimento, a Shopper pretende dobrar o número de funcionários para 1.000 (com foco em tecnologia e marketing); quase triplicar o número de cidades atendidas, passando de 22 para 60 até o fim do ano; montar seu 3º centro de distribuição, e manter o ritmo de crescimento de receita de 4 vezes que tem registrado nos últimos anos. O Brazil Journal, que já tinha escrito sobre a rodada, fala em R$ 600 milhões. A empresa não confirma;
  • A Goomer, startup que mudou seu modelo de negócios em maio à pandemia, passando a oferecer uma plataforma para pequenos restaurantes entram nas vendas on-line sem terem que pagar o pedágio cobrado por iFood, Rappi e Uber, recebeu uma série A de R$ 15 milhões. O aporte foi liderado pelo fundo Bridge One e acompanhado por Aimorés Investimentos e pela DOMO Invest, que anteriormente já havia investido no negócio.
  • A startup do setor de saúde Laura, que usa inteligência artificial para prever casos de infecção generalizada em hospitais captou seu primeiro investimento, de R$ 10 milhões.
  • A corretora Órama está em busca de uma rodada pré-IPO que fique em torno de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões. Seria a 3ª desde a fundação, em 2011. Ela já levantou recursos com a Globo e a SulAmérica (que têm fatias de 25% cada, e hoje é avaliada em R$ 400 milhões;
  • Com a proposta de transformar os recebíveis de cartão de crédito das empresas em um meio de pagamento – aproveitando a nova regulação do Banco Central que cria as centrais de recebíveis, a fintech Marvin anunciou uma rodada de investimento feita por Luiz Fernando Figueiredo e sócios de sua gestora Mauá Capital. O valor aportado não foi revelado, mas a novata foi avaliada em R$ 65 milhões;
  • O aplicativo de investimentos australiano Stake fechou uma rodada de US$ 32 milhões (R$ 210 milhões) com os fundos DST e Tiger. Essa é a primeira captação institucional da companhia, que tinha levantado US$ 3,5 milhões com investidores-anjo e amigos e parentes de seus fundadores, Matt Leibowitz e Dan Silver. O Brasil é o 2º maior mercado da companhia – dos 4 em que ela atua – e a ideia é sair de 30 mil para 100 mil contas em 2021.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • O grupo de comunicação e marketing Adventures fez sua 3ª aquisição desde que foi fundado, em dezembro de 2020. O novo investimento é na produtora Homem de Lata, de Alê Braga, que já atendeu grandes marcas como Azul, Globo, GNT, Petrobras, Coca-Cola, Danone, Nissin e SBT. Com o negócio, cujo valor não foi divulgado, ele passa a ser sócio da Adventures;
  • A VOLL comprou a agência de viagens corporativas BTM Corporate. Com o negócio, a previsão é que a receita da companhia – que recebeu um aporte de R$ 4 milhões da Wayra e da Iporanga em junho/20 – chegue a R$ 1 bilhão em 2023.
  • O BTG está prestes a anunciar a compra da Universa, holding dona da casa de análise Empiricus e da corretora Vitreo. O negócio já estaria fechado a algum tempo, e teria sido, inclusive, o motivo da reorganização dos negócios da empresa feito em outubro do ano passado. Por que ainda não foi anunciado é uma dúvida…
  • A 2TM, holding que controla a exchange Mercado Bitcoin, comprou a gestora catarinense ParMais, que tem R$ 600 milhões sob gestão, e uma fatia na FIDD, que presta serviços de administração e custódia, além de operar como DTVM. O valor investido não foi revelado. Com a ParMais, o Mercado Bitcoin pretende se aventurar no lançamento de fundos próprios de criptoativos. Já com a FIDD, a ideia é reforçar a carteira digital MeuBank. O Mercado Bitcoin tem 2,7 milhões de usuários cadastrados, sendo 1 milhão ativos.

NOVOS FUNDOS

  • A ONEVC fez o 1º fechamento de seu 2º fundo, com US$ 18 milhões. A ideia é levantar os US$ 22 milhões restantes nos próximos 2 ou 3 meses. A criação do novo fundo foi a razão de Pedro Sorrentino deixar a gestora em setembro do ano passado. Com você já tinha lido aqui no Startups, Sorrentino queria continuar investindo nos EUA, enquanto os outros sócios queriam olhar Brasil (e o resto de LATAM também está no radar).
  • A centenária produtora de aço ArcelorMittal montou um fundo de R$ 100 milhões para investir em startups no Brasil e na América Latina e está próxima de definir a gestora que coordenará a operação. Depois de dar essa passo, serão criados o Comitê de Investimentos e os Comitês Técnicos, responsáveis pela seleção das 15 sortudas que receberão o incentivo ao longo dos próximos 4 anos. O fundo Smart Ventures é uma das iniciativas da nova diretoria da Arcelor, que terá à frente Paula Harraca, antes responsável por Pessoas, Comunicação, Investimento Social e Inovação da empresa. “O retorno esperado com o fundo vai além do financeiro, passa pelo exercício de cocriação, aprender com a experiência e mindset, ajudando a consolidar nossa cultura de inovação”, disse ao Startups.
  • A gestora Invisto colocou seu mais novo fundo para distribuição na plataforma da Warren, usando seu Warren for Business. Os investimentos poderão ser feitos a partir de R$ 100 mil e apenas por investidores qualificados (R$ 1 milhão disponíveis para investimento).
  • A Bain Capital Ventures (BCV, que já investiu no LinkedIn e na Lime), da Bain Capital, levantou um novo fundo de US$ 1,3 bilhões, dividido em US$ 950 milhões para rodadas seed e série A e US$ 350 milhões para aportes subsequentes em investidas. A captação anterior tinha acontecido em 2018, com US$ 1 bilhão. O fundo não tem investimento no Brasil até agora. Mas, com tanta gente nova se aventurando por aqui, quem sabe…

IPOs

  • Uma nova fila de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) está se formando e já conta com processos estimados em R$ 30 bilhões. A maior oferta esperada para essa janela é da Raízen, joint venture da Cosan e Shell, com potencial de superar os R$ 10 bilhões;
  • A Invest Tech, gestora que investe em empresas como Skore, Logcomex, America Net e Sky.One, quer levantar recursos para aquisição de 100% das cotas do seu fundo Capital Tech II FIP. Além dessa operação, a companhia pretende investir em mais 3 ou 4 negócios, sempre com uma fatia de aproximadamente 30% nas investidas. Em 2020, a Invest Tech teve receita líquida pro-forma de R$ 108,703 milhões e lucro de R$ 1,193 milhão. No primeiro trimestre deste ano, a receita foi de R$ 29,058 milhões, com alta anual de 7,9%, e o lucro foi de R$ 293 mil, revertendo prejuízo de R$ 36 mil. O valor dos investimentos (net asset valeu), considerando o fundo Capital Tech II, special situations e invest você era de R$ 544,398 milhões. A operação é coordenada por Citi e Bradesco BBI;
  • Pela 2ª vez a fabricante de produtos eletrônicos Multilaser quer tentar se listar na B3. A 1ª tentativa foi em 2018. Em 2020, a Companhia apresentou uma receita líquida de quase R$3,1 bilhões e, entre os anos de 2018 e 2020, seu crescimento anual composto foi de 26,8%. O EBITDA de 2020 totalizou R$555 milhões, com uma margem de 18,1%, e o lucro líquido atingiu R$451 milhões, com uma margem de 14,7%. O modelo de negócios tem retorno sobre o capital investido (ROIC) de 36,5% em 2020. Os coordenadores da oferta são Itaú BBA, XP Investment Banking, Bank of America, UBS BB e Safra;
  • O aplicativo TradersClub quer levantar R$ 700 milhões com um valuation de R$ 3 bilhões. De acordo com a minuta do prospecto preliminar, a oferta será apenas primária e os recursos serão destinados para aquisições estratégicas, desenvolvimento e aprimoramento da plataforma e investimentos em marketing. BTG Pactual e Modal são os coordenadores da oferta;
  • A GetNinjas e a G2D, braço de investimento em empresas de tecnologia da GP Investments, fizeram suas listagens na B3. Na semana de estreia, as duas acumularem quedas de 2% no valor de seus papéis.

FALANDO EM G2D…

  • A companhia anunciou ter recebido US$ 5,9 milhões referente ao IPO da Coinbase. A empresa era investidora da corretora por meio de fundos e com a venda das ações fez um lucro de US$ 5,2 milhões em relação ao valor pelo qual o ativo estava registrado no balanço de dezembro — algo equivalente a 700% do valor do ativo.

MUNDO CRIPTO

  • A Liqi, companhia criada por Daniel Coquieri depois de vender a BitcoinTrade para a Ripio,  fechou um contrato com o clube de futebol mineiro Cruzeiro para tokenizar ativos do time. A primeira oferta dará direito direito aos investidores de receber uma parte do valor de venda de atletas formados na divisão de base do Cruzeiro – o chamado mecanismo de solidariedade. Cada token poderá ser comprado por R$ 25 em uma venda que será dividida em 4 lotes. A expectativa é captar cerca de R$ 6 milhões em um prazo de 30 dias.
  • A Foxbit fechou uma parceria com a fintech Rispar, que oferece crédito com garantia em bitcoin, para oferecer essa modalidade de empréstimo a seus clientes. Os juros começam em 0,69% ao mês, um valor bem baixo.
  • O BTG lançou um fundo de investimento que coloca 100% do capital em bitcoin, o BTG PACTUAL BITCOIN 100 FIC FIM IE. É o 1º do tipo de um banco brasileiro. O próprio BTG já tinha lançado um multimercado que investe 20% do patrimônio na moeda. O novo produto, gerido pela BTG Pactual Asset Management e distribuído pela plataforma digital do BTG está disponível exclusivamente para investidores qualificados.

OH SWEET HOME

  • O QuintoAndar reforçou sua atuação de marketplace,e colocou mais uma pimenta na disputa com a Loft, permitindo que corretores publiquem anúncios no seu site. Eles também vão poder operar no apoio a compradores que estejam interessados em imóveis oferecidos na plataforma.
  • A Housi vai oferecer diárias em hotéis, resorts e pousadas em seu site, além de imóveis próprios e de terceiros.

MICROCRÉDITO

  • A Grão se uniu à Cacau Crédito para oferecer empréstimos a quem faz investimentos usando seu aplicativo. ideia é ajudar as pessoas a anteciparem suas conquistas. Os microcréditos concedidos serão de até R$ 5 mil, que poderão ser pagos em até 24 vezes. A taxa de juros ainda está sendo definida.

SE NÃO PODE VENCÊ-LOS…

  • Depois de quebrar a exclusividade de operação por meio de seu aplicativo James Delivery, passando a operar com o Rappi, o GPA anunciou um acordo com o iFood para entrega de comida. Com a correção de rota, o grupo pretende dobrar o volume de vendas on-line, passando de R$ 2 bilhões. O volume extra na categoria de mercado, que tem tíquete médio maior, também deve dar uma turbinada nos números do iFood.

PIX > TED, DOC e BOLETO

  • Até o fim de março, o Pix já registrava 206,6 milhões de chaves cadastradas. Nesse período, mais de 1 bilhão de transações já haviam movimentado R$ 787,2 bilhões, superando TED, DOC e boletos.

O 1º CLIENTE A GENTE NUNCA ESQUECE

  • Duas semanas depois de se apresentar ao mercado com uma rodada seed com corpinho de série, a 180º Seguros – uma corretora de seguros para empresas que querem oferecer seguros a seus clientes – revelou o nome de um 1º cliente e do produto que foi desenvolvido para ele. A imobiliária digital Loft vai oferecer, a quem comprar um imóvel no Rio – seja no modelo de marketplace ou ibuyer – 1 ano de seguro residencial. Até aí, nenhuma novidade. O diferencial está no funcionamento da cobertura. É que ao invés de ter itens fixos como chaveiro, danos elétricos, roubo etc., o plano parece mais um programa de fidelidade de operadora de telefonia, com pontos que podem ser trocados pelo que o segurado precisar. No caso, são 100 pontos que poderão ser usados ao longo de 12 meses. Ter o unicórnio como cliente foi um movimento quase que natural para a 180º. A companhia foi fundada por Florian Hagenbuch e Matt Pencz, que são os fundadores da gestora Canary, que liderou a rodada seed da insurtech. Enfim, tudo em casa.

FEITO DE PLANTAS

NOVA MARCA

  • O Nubank – que está com 38 milhões de clientes – anunciou uma atualização do seu logo… que, honestamente, nem mudou tanto assim. “A mudança acontece agora para refletir publicamente um Nubank mais maduro e que vive um novo momento”, disse Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, em comunicado. Se ela diz…

APOSENTADORIAS

  • A Microsoft decidiu encerrar o suporte ao navegador Internet Explorer. Pois é, ele ainda estava por aí. O antigo rei do pedaço ainda tem uma fatia de uns 2% do mercado de navegadores. E também não vai embora tão cedo não. A Microsoft só vai encerrar as atualizações em junho de 2022. Bom, se ainda tem muita máquina rodando o Windows XP por aí, dá pra pensar que o IE não vai nos deixar é nunca mesmo!
  • Páginas no formato AMP não vão mais receber tratamento preferencial e, por isso, deixarão de ter destaque nas pesquisas do Google. O formato foi criado pela própria companhia como uma forma de acelerar o acesso a conteúdos por meio de dispositivos móveis, mas não pegou e em breve deve entrar para a lista de tecnologias Killed by Google.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Depois de 6 anos fora do Brasil pela Kraft Heinz – sendo 4 na Costa Rica e 2 na Inglaterra -, Camila Girundi volta ao país como VP de pessoas e cultura da MadeiraMadeira;
  • O Nubank nomeou Chrstianne Canavero como diretora global de ESG-Impacto. Ela tem mais de 15 anos de experiência em sustentabilidade, diversidade e inclusão, comunicação, educação;
  • A plataforma de e-commerce Nuvemshop anunciou a chegada de Luis Shiguemichi como novo head global de channel marketing. O executivo, que trabalhou em empresas como Vivo e McKinsey, será responsável por liderar, definir e implementar estratégias de marketing com foco em aumentar a aquisição de clientes por meio de canais de vendas indiretos, como afiliados e agências.
  • O brasileiro Hugo Barra, ex-Google e Xiaomi, deixou o Facebook depois de 4 anos. A informação é que ele vai fazer alguma coisa na área de healthtech. Ainda não está claro se investindo ou empreendendo e se no Vale (o mais provável já que ele está a muito tempo por lá) ou no Brasil (ele é venture partner do fundo Atlantico, do Julio Vasconcellos).
  • A Microsoft anunciou que Rodrigo Kede vai assumir o comando de sua operação na América Latina. O anúncio da contratação foi feito ano passado, mas o agora ex-IBM havia sido impedido judicialmente pela Big Blue de assumir o posto. A alegação é que ao fazer isso, ele estaria quebrando o acordo de não-competição assinado com ela. A Justiça já deu liminar a favor da IBM, mas ainda não há uma decisão final.
  • O presidente da Cielo, Paulo Cafarelli, renunciou ao cargo depois de quase 3 anos – e de ver o valor de mercado da companhia cair pela metade, para R$ 10 bilhões. Para seu lugar foi nomeado Gustavo henrique Santos de Souza, diretor financeiro e de relação com investidores. A saída estaria ligada a uma insatisfação do governo com o executivo por considerá-lo um nome ligado ao PT (vai vendo). O Bradesco, que é sócio do Banco do Brasil na companhia, vinha segurando as pontas, mas o processo de fritura atingiu um ponto insustentável.
  • O Mercado Livre nomeou para o seu conselho de administração o brasileiro Henrique Dubugras, fundador da Brex. Já seu sócio, Pedro Franceschi, foi apontado para o Conselho da Stone – companhia que, aliás, incorporou a Pagar.Me, fundada pela dupla aqui no Brasil.

RECOMENDAÇÕES DE LEITURA

FALTOU DA SEMANA PASSADA

  • A operadora americana AT&T decidiu cindir a WarnerMedia – dona da CNN, HBO e outros ativos, que ela comprou há 3 anos por US$ 85,4 bilhões – em uma empresa separada e fundir a operação com a Discovery, criando um gigante de US$ 150 bilhões do mundo do conteúdo.

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  • Liga dos Veteranos“: Os fundos que desbravaram o mercado de venture capital no Brasil, da Norte Ventures;
  • Quanto ganham, por minuto, os gigantes da tecnologia, na contas do Statista.