SEMANA DE 24 a 30 de MAIO
RODADAS DE INVESTIMENTO
- O QuintoAndar levantou uma série E de US$ 300 milhões liderada pela Ribbit Capital. Alta Park, Dragoneer, Kaszek, LTS, Maverick, Qualcomm e SoftBank Latin America Fund. Na rodada, a companhia foi avaliada em US$ 4 bilhões, 4 vezes mais que o valor auferido na rodada anterior, de 2019. O valor é superior ao de sua principal rival, a Loft, que anunciou uma série D em março, que recebeu uma extensão em abril, levando a companhia a ser avaliada em US$ 2,9 bilhões;
- O fundo americano Base10 fez um aporte no Nubank por meio de seu Advancement Initiative Fund. É o 10º aporte do fundo recém-captado de US$ 250 milhões que tem como objetivo ampliar o acesso de grupos sub-representados ao mercado de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, em inglês). A gestora vai repassar 50% do seu lucro com o fundo para universidades que fazem parte da iniciativa com o objetivo de ajudar a financiar bolsas de estudo para alunos de grupos socialmente minorizados nos EUA. O valor do aporte concluído em março não foi revelado, mas deve estar embutido na rodada de US$ 400 milhões anunciada pelo Nubank em janeiro.
- A Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, levantou R$ 53 milhões em série A feita com a Ribbit Capital, que já investiu em nomes como Nubank, Warren – que levantou recentemente uma série C de R$ 300 milhões – e Guiabolso. O novo aporte se soma ao seed obtido no fim de 2019, de valor não divulgado, com a Red Ventures, berço da criação da Onze.
- A Lilly Estética, uma rede de clínicas que opera no modelo de clube de assinatura, levantou uma série A de R$ 35 milhões que teve como principal investidor a Igah Ventures. Também entrou como sócia a atriz Paolla Oliveira, no modelo de media for equity. A companhia pretende passar de uma receita de R$ 12 milhões em 2020 para R$ 53 milhões em 2021;
- Ainda em estágio pré-operacional, a seguradora Justos anunciou uma rodada de R$ 15 milhões liderada pela Kaszek que contou com a participação da Big Bets e de investidores-anjo como Assaf Wand, da Hippo Insurance; Fritz Lanman, da Classpass; o onipresente Brian Requarth; Patrick Sigrist, ex-iFood, atual Nomad e investidor do Neon; David Vélez, que está montando uma carteira interessante de startups na área de seguros e assistência, com nomes como a Alice; Sergio Furio e Carlos Garcia, da mexicana Kavak.
- A Carefy, uma healthtech de gestão de internações, recebeu uma rodada de R$ 1,7 milhão que teve participação da Bossanova e da Elife Participações;
- A Play Delivery, que conecta empresas a entregadores, recebeu um aporte de R$1,5 milhão de 448 investidores que se tornaram sócios com cotas a partir de R$ 1 mil. A captação aconteceu em um período de 24 horas pela CapTable;
- A Spark, empresa de marketing de influência, fez um investimento na Kloob.me, startup de monetização de conteúdo para influenciadores. O valor da operação não foi revelado. Com a união, as empresas passam a oferecer uma plataforma onde influenciadores podem monetizar seus conteúdos no Instagram, Facebook, Whatsapp e Telegram criando grupos fechados com conteúdos exclusivos.
- A startup mexicana de gerenciamento de gastos corporativos Clara recebeu um aporte de US$ 30 milhões de dólares para expandir sua operação na América Latina. O investimento foi liderado por Tom Stafford, da DST Global, e teve participação de monashees, Kaszek Ventures, Avid Ventures e investidores anteriores, como a General Catalyst. A empresa também negocia uma linha de crédito de US$ 50 milhões com um parceiro ainda não divulgado, segundo a Reuters;
- A mexicana Yalo, que antes se chamava Yalochat, recebeu US$ 50 milhões em uma série C liderada pela B Capital Group, do brasileiro Eduardo Saverin. A gestora já tinha liderado a série B da companhia ano passado. A ideia da nova captação é financiar a expansão na América Latina e também no Sudeste Asiático;
- A colombiana ADDI, que faz parcelamentos sem juros e sem cartão de crédito no e-commerce e varejo físico (‘Buy Now, Pay Later’) recebeu um aporte de US$65 milhões (aproximadamente R$350 milhões). A série B foi dividida em US$35 milhões de equity e US$30 milhões de linha de crédito, junto à Architect Capital. O aporte foi liderado pela Union Square Ventures, com novos investidores 8VC, Citius Capital, Endeavor Catalyst, The Marathon Fund, o sócio da GGV, Hans Tung e o ex-COO da Affirm. Os investidores anteriores Andreessen Horowitz, Foundation Capital, Monashees e Quona Capital também participaram.
- A sueca Sinch, que comprou a Wavy, da Movile, ano passado, levantou US$ 1,1 bilhão em uma oferta de ações na bolsa de valores do país que teve como principais compradores SoftBank e Temasek.
FUSÕES E AQUISIÇÕES
- A Amazon arrematou o tradicional estúdio de cinema MGM por US$ 8,45 bilhões. Em seu catálogo, o estúdio tem 4.000 filmes e 17.000 séries televisivas – incluindo Robocop, James Bond e Rocky – que vão reforçar o serviço de vídeo da gingante do comércio eletrônico, o Prime Video, e, muito provavelmente, desfalcar os serviços dos concorrentes.
NOVOS FUNDOS
- A Kaszek captou 2 novos fundos adicionando mais US$ 1 bilhão ao seu poder de fogo – e dobrando os seus recursos sob gestão. Os recursos forma divididos entre um fundo para investimento em companhias em estágio inicial de desenvolvimento, o Kaszek Ventures V, com US$ 475 milhões, e um para follow-ons, o Kaszek Ventures Opportunity II, de US$ 625 milhões. Os novos fundos chegam exatamente 2 anos depois de a gestora ter captado US$ 600 milhões para seu 4º fundo (US$ 375 milhões) e para o 1º veículo criado para aportes de maior fôlego (US$ 225 milhões). Desde sua criação em 2011, a Kaszek levantou mais de US$ 2 bilhões e já investiu em 91 empresas. Entre os investidores da gestora estão a Sequoia e Ben Horowitz;
- Marco Stefanini, fundador da empresa que leva seu sobrenome, está montando um fundo de venture capital que tem objetivo de levantar R$ 300 milhões. A captação começará em julho. A ideia é comprar de 10% a 40% das empresas, sem um valor de cheques definido. O veículo ainda não tem um nome definido e vai operar separado da Stefanini (que tem o Stefanini Ventures que já fez 12 investimentos nos últimos 5 anos.
- O Scalexopen, do empresário João Alfredo Pimentel, em parceria com a 100 Open Startups e a Bertha Capital, vai investir R$ 30 milhões em até 30 empresas em fase inicial de desenvolvimento, com cheques variando entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões.
IFOOD NA ABECS
- O iFood entrou para a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que representa as empresas do setor de meios eletrônicos de pagamento. Uma de suas primeiras missões é coordenar a recém-criada Comissão Especial de Marketplaces – que discutirá temas como PIX, open banking, proteção de dados e prevenção a fraudes de pagamento. “Nosso objetivo é aproximar a conversa das plataformas digitais de compra e venda com as bandeiras, credenciadoras e emissoras nos temas de meios de pagamentos”, disse Felipe Daud, gerente de políticas públicas do iFood, em comunicado.
FALANDO EM IFOOD
- A companhia quer levar ao governo até o fim de junho a proposta de criação de um novo regime trabalhista no Brasil. A ideia é que essa 3ª modalidade tenha alguns benefícios, mas não tudo o que está previsto na CLT. Algo entre um MEI e um CLT. “Não existe aqui a segurança de um CLT, mas também não é um empreendedor que toca um risco desproporcional. É alguém no meio do caminho. Essa pessoa aqui precisa, no mínimo de determinadas proteções sociais. Não é uma discussão de salário mínimo. Mas é uma discussão mas de INSS. Não é uma discussão de férias e 13º. Mas é uma discussão de seguro.”, disse Diego Barreto, vice-presidente financeiro e de estratégia do iFood em entrevista ao Startups.
DESAFIO PARA STARTUPS
- A Hotmart lançou o Hotmart Challenge – Startup Edition, desafio para encontrar projetos inovadores em tecnologia, educação e empreendedorismo em todo o Brasil. A empresa vai selecionar até seis startups que vão receber, ao todo, um aporte de R$2 milhões para acelerar seus projetos. Podem participar companhias com inciativas em qualquer estágio de desenvolvimento. “Queremos desenvolver ainda mais a Creator Economy (Economia dos Criadores de Conteúdo) e iremos investir em empresas que tragam soluções complementares para o nosso ecossistema, impulsionando empreendedorismo digital, educação online, pagamentos eletrônicos e ajude mais criadores de conteúdo”, disse o presidente e cofundador da Hotmart, João Pedro Resende, em comunicado.
REAL DIGITAL
- O Banco Central apresentou as diretrizes para a criação de uma versão digital do Real. Elas se dividem em três categorias: funcionamento, garantias legais e premissas tecnológicas. O assunto se encaixa no contexto da agenda de modernização tocada pela autarquia, a Agenda BC#. “Com uma CBDC (Central Bank Digital Currency, na sigla em inglês) brasileira, o BC vê potencial para a aplicação de novas tecnologias, como smart contracts, IoT (Internet of Things – internet das coisas) e dinheiro programável, em novos modelos de negócio, que aumentem a eficiência de nosso sistema de pagamentos”, disse Fabio Araujo, da Secretaria Executiva (Secre) do Banco Central, em comunicado.
QUERO SER FINTECH… OU EDFINTECH
- A edtech Trybe recebeu autorização do Banco Central para montar sua Sociedade de Crédito Direto (SCD). O pedido tinha sido feito em setembro/20. Com a licença, a Trybe lançará a Trybe SCD, uma fintech que ofertará crédito, conta digital e outros produtos e serviços financeiros, com estrutura funcionando sob o guarda-chuva do Grupo Trybe, em paralelo à escola de programação da empresa. A previsão que as operações da Trybe SCD sejam iniciadas no 3º trimestre.
QUERO SER BANCO
- A Nimbi, que desenvolve tecnologias para as áreas de compras e logística, contratou a Hub Fintech – o candidato a unicórnio de Carlos Wizard que foi comprada pelo Magazine Luiza por um valor bem distante desse status – para construir a infraestrutura tecnológica de seu banco digital e quer transacionar R$ 1 bilhão até dezembro de 2021. A Nimbi Conta faz parte da oferta de gestão de frete 100% Digital criada pela Nimbi para atender transportadores e caminhoneiros.
CARTÃO DIGITAL
- Depois de receber um aporte de R$ 50 milhões da XP Asset, a fintech de pagamentos ACQIO apresentou o seu cartão digital, com bandeira Visa. A ideia é que ele seja usado pelos franqueados e lojistas que atuam com a empresa, mas também por consumidores.
TREINANDO ANJOS
- O programa de capacitação de startups Startup SC vai treinar também investidores anjo de Santa Catarina em conjunto com o Investidores.vc, do Amure Pinho. A primeira edição do curso acontecerá no fim de semana dos dias 31 de julho e 1º de agosto. Além de Amure, participará um time de especialistas em investimento, contabilidade, direito empresarial e empreendedorismo.
IPO RESSUSCITADO
- Depois de suspender seu IPO por conta da baixa demanda, a Dotz resolveu retomar a a oferta. Mas com termos diferentes. A o invés de pública, ela será restrita a investidores profissionais – no máximo 75, pelas regras da CVM. Serão distribuídas 29,6 milhões de ações ordinárias (ON), com faixa indicativa de preço entre R$ 13,20 e R$ 16,20. Considerando um preço médio de R$ 14,20, a operação deveria movimentar R$ 435,1 milhões. Mas a oferta foi precificada no piso (R$ 13,20) , movimentando R$ 390,7 milhões. Dos recursos captados na oferta primária, metade será usada para capital social e a outra para reserva de capital.
DE OLHO NA BOLSA
- A Ebanx já começou a falar de planos de IPO. Com o lançamento do Ebanx One, um serviço que agrega várias de suas ofertas e facilita a vida de empresas que querem oferecer serviços digitais na América Latina, a companhia jogou para a torcida as 3 letrinhas mágicas. Uma listagem deve, no entanto, demorar um pouco pra acontecer uma vez que o mercado não está assim, uma Brastemp.
ARRUMANDO A CASA. O ESCRITÓRIO, NA VERDADE
- O Latin America Fund da SoftBank assumiu o comando dos negócios da WeWork na região. O negócio foi estruturada com a criação de uma joint venture – com a SoftBank entrando com caixa e gestão e a WeWork com seus ativos. Para tocar a operação foi chamada uma velha conhecida da SoftBank, a executiva Claudia Woods, que estava no Uber. A reestruturação dos negócios vem pouco tempo depois de a SoftBank e da indiana OYO encerrarem um acordo de operação que tinha na América Latina e chega também no momento em que o WeWork se aproxima de uma listagem na bolsa por meio de um SPAC – e de apresentar um péssimo resultado no 1ª trimestre.
LAÇOS CORTADOS
- O Credit Suisse não vai mais fazer negócios com a SoftBank, segundo a Bloomberg. Não se sabe ainda se para sempre ou se será um castigo temporário. O corte nos laços se segue à falência da empresa de investimentos Greensill. O grupo japonês investiu US$ 1,5 bilhão na companhia em 2019 e colocou mais US$ 400 milhões no negócio no fim de 2020, meses antes de seu colapso.
DANÇA DAS CADEIRAS
- O Pravaler, fez 3 contratações: Marcelo Bentivoglio assume como head de produtos com a missão de ampliar a oferta para além da graduação presencial; Francisco Rangel é agora gerente de soluções financeiras B2C, com foco na expansão da graduação presencial e Junior Contrim passa a ser gerente de UX e jornada digital
- A unico contratou Igor Ripoll como vice-presidente das áreas de vendas e Customer Success. Ele estava na Saleforce e tem passagens por Oracle e Microsoft;
- O ex-McKinsey Nicola Calicchio se juntou à SoftBank International como Chief Strategy Officer. Ele vai se reportar a Marcelo Claure, que é CEO da unidade, além de COO da SoftBank como um todo. No cargo, Nicola será responsável pela estratégia de investimentos da SoftBank na América Latina;
- José Olympio Pereira, quem está à frente do Credit Suisse no Brasil há uma década, vai deixar a companhia. Segundo o Pipeline, do Valor, ele comunicou a matriz do banco em fevereiro e a busca por um substituto está em curso.
RECOMENDAÇÕES DE LEITURA
FALTOU DA SEMANA PASSADA
- A consultoria espanhola everis se tornou mantenedora do Cubo;
- O Marco Legal das Startups foi aprovado pela Câmara e agora aguarda sanção presidencial;
- Zhang Yiming, cofundador e atual presidente da ByteDance, vai deixar o cargo no fim de 2021, sendo substituído pelo também cofundador Liang Rubo;
- O prejuízo do WeWork quadruplicou no 1º trimestre, chegando a US$ 2,1 bilhões. As perdas são efeito da queda de 50% na receita, para US$ 598 milhões e incluem um pagamento de quase US$ 500 milhões ao fundador da companhia Adam Neumann, em um acordo com a SoftBank que deve permitir que a companhia chegue à bolsa dos EUA por meio de um SPAC;
- Startup Brota, de hortas residenciais, recebe aporte de R$ 1 milhão da Apex Partners;
- Os movimentos de Nizan Guanaes no mundo tech e seu mais novo investimento: a Aegro.
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