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CODEX: Não acredite em tudo o que você lê...

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Boa tarde,

Já complementando o título do e-mail. Só acredite no Startups! =P

Semana passada o jogado Cristiano Ronaldo derrubou o valor de mercado da Coca-Cola em US$ 4 bilhões, você viu? Provavelmente sim. E certamente deve ter visto só parte da história em um 1º momento. A verdade é que a tal correlação entre o gesto dele em uma coletiva de imprensa organizada durante a Eurocopa e a desvalorização das ações da companhia do líquido preto açucarado nunca existiu. A queda das ações já vinha de antes.

O episódio mostra a incansável tentativa de nossos cérebros de encontrar explicações e verdades para explicar acontecimentos. A verdade é que nós adoramos uma boa história! E onde é que ouvimos histórias todos os dias? No mundo cor-de-rosa do venture capital e das startups. Mas pasmém: a realidade não é fofinha como se pinta. Fundadores não são heróis, investidores podem atrapalhar ao invés de ajudar e valores envolvidos em transações muitas vezes não são exatamente o que foi divulgado.

Um dos meus objetivos aqui no Startups é sempre colocar as coisas nos termos corretos. Muitas vezes consigo, outras não. Por isso deixo o canal aberto para dúvidas, críticas, sugestões e contribuições.

Na semana, tivemos uma captação pré-IPO da Ebanx , a compra da Memed pela DNA Capital, a compra da Conquer pela WiserItaú olhando para PMEs (oh really?) a liberação da compra da Linx pela Stone pelo CADE, uma crítica das Big Techs assumindo o órgão regulador do comércio nos EUA e muito mais.

Lembrando que até semana que vem o conteúdo do CODEX estará aberto para quem não é assinante do Startups por obra do BVA Advogados (@bvalaw), que se tornou apoiador desta newsletter.

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe

 

SEMANA DE 14 a 20 de JUNHO

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • Ebanx anunciou um investimento multimilionário da gestora Advent International. Os US$ 430 milhões foram divididos em: US$ 400 milhões de aporte e outros US$ 30 milhões que serão colocados no IPO da companhia de pagamentos;
  • LivUp, de comida congelada saudável (soa como um paradoxo, né?) fez uma série D de R$ 180 milhões. O investimento foi liderado pela Lofoten Capital (que foi do fundo de hedge Discovery Capital) e contou com Rob Citrone (fundador do Discovery), Luiz Otavio Campos (ex-Onyx Equity Management), Cadonau (veículo de investimento da família Jereissati), Milton Seligman e Ricardo Rolim (ambos ex-Ambev), Christian Egan (ex-Itaú) e das gestoras Thorn Tree Capital Partners e Kaszek, que já eram investidoras. Os recursos serão usados para divulgação da companhia, ampliação de portfólio e de área de atuação. A ideia é chegar a uma receita de R$ 200 milhões neste ano, o dobro de 2021.
  • A onda das insurtechs parece ter chegado de novo ao Brasil. Depois de uma 1ª fase que contou com nomes como Pier e Youse, novos nomes estão chegando ao mercado, impulsionadas pelas mudanças nas regras do setor feitas pela Susep. A chilena Betterfly levantou uma rodada de série B de US$ 60 milhões liderada pela DST Global que contou com a participação da SoftBank – em seu 1º investimento no Chile do fundo para a América Latina – Valor Capital e Endeavor Catalyst. A QED, que liderou a série A, acompanhou. os recursos serão usados em grande parte para financiar a expansão internacional da companhia, processo que começa pelo Brasil.
  • Franq Openbank levantou uma rodada de série A de R$ 20 milhões com a Valor Capital para acelerar a atração de bancários para o seu modelo de personal banker. A ideia é passar dos atuais 1,8 mil para 12 mil até o fim do ano e chegar a 25 mil em 2022;
  • A logtech Uello recebeu um aporte de R$17 milhões na sua rodada de investimento série A. O fundo britânico Btomorrow Ventures (BTV) e os fundos Capital Lab e Invest Tech colocaram o dinheiro. Atualmente, a empresa possui 100 colaboradores e conta com mais de 250 clientes na base, entre eles EnjoeiRennerMmartanPolishopArezzoSouza CruzEtna e Lindt. Em 12 meses, a receita multiplicou por 4. Com o investimento a ideia é chegar às principais capitais do Sul e Sudeste. Até o final do ano a companhia já mira uma rodada de série B.
  • Consorciei levantou uma rodada de série A de pouco mais de R$ 30 milhões. O aporte foi lideradp pela Tera, family-office dos fundadores do Pátria, e rodada teve participação da Tarpon, que já era acionista da companhia, e outros family-offices;
  • A startup mineira RadarFit – que desenvolveu um aplicativo de jogo online que engloba todas as vertentes ligadas à saúde e bem-estar – recebeu um aporte no valor de 3 milhões de reais dos fundos DOMO InvestBossa Nova Investimentos com participação do G2 Capital. A empresa fundada por 3 mulheres de Belo Horizonte, cresceu 1.600% em 2020 durante a pandemia e a previsão é de crescimento ainda maior para esse ano.
  • A edtech Resilia, que atua na capacitação de mão de obra para o mercado de tecnologia, levantou uma rodada de R$ 6 milhões. O aporte foi feito por um grupo de anjos que inclui o técnico do vôlei e consultor Bernardinho;
  • Grana Capital, que desenvolveu um aplicativo para fazer o cálculo, pagamento e declaração automático de Imposto de Renda em operações feitas na B3, abriu uma rodada de investimento por equity crodwfunding de R$ 5 milhões (o máximo permitido atualmente) pela plataforma SMU. O aporte mínimo é de R$ 3 mil;
  • Gal, marca que promete agregar salões de beleza num modelo parecido com o que a Oyo faz com hotéis, se apresentou oficialmente ao mercado dizendo ter levantado R$ 40 milhões com investidores como MonasheesCanary, José Galló (presidente do conselho da Renner) e Renato Freitas (fundador da 99). A expectativa para este ano é conquistar a marca dos 150 salões agregados à comunidade gal, e gerar R﹩ 50 milhões em faturamento. A companhia foi criada por Carolina Mendes, fundadora da empresa de pagamentos LaPag, voltada ao mercado de salões , que tinha recebido investimento da Canary;
  • A empresa de pagamentos Stripe, que está às vésperas de fazer um aguardado IPO, levantou mais US$ 1 bilhão para reforçar seu caixa e se consolidou como a startup mais valiosa dos EUA.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • DNA Capital, da família Bueno, dona dos laboratórios Dasa, criou um fundo específico para comprar e investir na Memed, de receitas médicas on-line. Com a operação de R$ 300 milhões, passou a ser o único investidor da companhia – que cresceu absurdamente durante a pandemia por conta do uso da telemedicina e das consultas on-line. Em 12 meses, o volume de prescrições digitais na plataforma cresceu em 400%. Hoje, já são mais de 2,5 milhões de prescrições mensais, num crescimento de 15% ao mês. Com 120 mil médicos cadastrados e mais de 250 empresas e instituições de saúde parceiras, a plataforma conecta as receitas médicas digitais a qualquer farmácia ou drogaria do país.
  • A disputa entre BTG e XP ganha novos capítulos a cada semana. O BTG comprou uma fatia minoritária na gestora Perfin, que tem mais de R$ 20 bilhões sob gestão. O valor da operação não foi revelado;
  • A XP “comprou” o passe de Pablo Spyer, que deixa a EQI (que recentemente mudou da XP para o BTG) para seguir em carreira solo com a Touro Inc. empresa em que ele tem 50,1% e a XP o restante. A ideia é se tornar o maior influenciador de finanças do mundo, como ele mesmo diz no LinkedIn. Tem que avisar para o Thiago Nigro, o Primo Rico, que também é XP, e tem 15 milhões de seguidores. Disputa dentro de casa à vista?;
  • Toro, comprada pelo Santander ano passado, está colocando o dinheiro do patrão pra trabalhar. Ela fechou a compra do gerenciador financeiro Mobilis e do robo advisor Monetus, acrescentando 10 milhões de usuários à sau base. Os valores das operações não foram revelados;
  • Wiser Educação, holding de escolas de idiomas criada pelos empresários Flávio Augusto da Silva e Carlos Wizard (que faltou ao depoimento na CPI da Covid por estar nos EUA e pode ser alvo de condução coercitiva), fechou acordo para a compra da edtech Conquer. A aquisição, que não teve seu valor revelado, faz parte de uma estratégia maior. Em 3 anos, a companhia pretende investir R$ 1 bilhão na incorporação de novas edtechs à sua plataforma. Mais de 40 empresas já estão na mira da holding. Com 8 unidades físicas e plataforma online, a Conquer também atua com aulas e treinamentos em mais de 300 empresas e startups, e desde a sua fundação em 2016 já atendeu mais de 1 milhão de alunos em 80 países;
  • Mal começou a operar, a Daki, que promete fazer entregas ultra-rápidas competindo com iFood Rappijá se fundiu com a JOKR. A companhia americana que começou a operar na América Latina e foi lançada nos EUA no começo de junho tem como investidores a SoftBank e a Tiger Global. Ela foi fundada por Ralf Wenzel, fundador da Foodpanda (que vendeu o brasileiro HelloFood para o iFood) e se fundiu com o alemão Deliveyr Hero;
  • Ambipar, de gestão ambiental, comprou a Boomera, startup paulista de gestão de resíduos de difícil reciclagem. A compra de 50% da empresa faz parte da estratégia da Ambipar em se aproximar cada vez mais de cooperativas e de oferecer na ponta uma solução de descarte para resíduos que vêm de diferentes segmentos do mercado além de indústrias pesadas. O valor do negócio não foi revelado;
  • Em sua 2ª aquisição em um ano, a edtech Trybe comprou a catarinense Jungle Devs. A meta da Trybe é ter 3 mil pessoas estudando até o fim de 2021 e, em 2022, dobrar para 6 mil alunos.
  • O Conselho do CADE aprovou, sem restrições, a compra da Linx pela Stone. O processo já tinha sido liberado pela área técnica da autarquia, mas precisou ir a plenário por recurso dos concorrentes. Agora as companhias podem avançar na conclusão do negócio fechado em outubro/20;
  • Unilever comprou a marca de skin care nativa digital americana Paula´s Choice. O valor da operação não foi revelado, mas o zum zum zum é que a companhia saiu por US$ 2 bilhões.

NOVOS FUNDOS

  • A gestora Equitas, que entrou no jogo do venture capital em 2020, vai colocar na bola um fundo crossover. Isso significa que ele vai investir tanto em empreas de capital aberto quanto nas de capital fechado. A ideia é levantar entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, segundo apuração da Exame. O novo fundo será listado na bolsa, mas será acessível apenas a investidores qualificados – com mais de R$ 1 milhão disponível para investimentos. A Equitas tem um fundo de R$ 20 milhões com recursos e fez até agora 7 investimentos.
  • O inglês Harry Stebbings, dono do podcast 20VClevantou um total de US$ 140 milhões divididos em 2 veículos: US$ 33 milhões para early stage e US$ 107 milhões para crescimento. Ano passado ele já tinha apresentado um fundo de US$ 8 milhões. Entre os investidores estão os fundadores de companhias como AltassianUnityMercado LivreCalmAlanRappiHopin e Nubank. Alguns deles, inclusive, que participaram do 20VC.
  • Adaggio levantou R$ 60 milhões para investir na compra catálogos de músicas de artistas. O modelo funciona como uma antecipação de recebível: ela paga adiantado ao autor/autorae vai recebendo os royalties diluídos ao longo do tempo.
  • A gestora americana L Catterton, especialidade no setor de varejo, lançou um SPAC para comprar um ativo na área de consumo na América Latina. A ideia é levantar os US$ 200 milhões clássicos para veículos desse tipo.

VIVA MÉXICO!

  • Sling Hub, empresa de dados sobre o mercado de venture capital do João Ventura, desembarcou no México. Estamos orgulhosos de anunciar que agora temos +1.800startups mexicanas em nossa plataforma Olá México!, escreveu João no LinkedIn. A expansão territorial acontece 4 meses depois de o Sling Hub ter levantado uma rodada de R$ 1,5 milhão.

O MEU É MAIS RÁPIDO QUE O SEU

  • Depois de a Americanas anunciar que encomendas vindas da China chegarão ao Brasil em 11 dias, foi a vez do AliExpress anunciar que o seu prazo caiu para 7 dias. “O prazo é possível graças a experiência logística da empresa que, atualmente, opera cinco voos fretados, todas as semanas, para o Brasil. Um sexto voo semanal está em processo de implementação”, disse a companhia em comunicado. Bons tempos em que você comprava um produto e quando recebia até já tinha esquecido o que era, hein?

VENDEDORES INTERNACIONAIS

  • A disputa do e-commerce tem basicamente duas frentes além do preço: prazo de entrega e sortimento de produtos. Para ampliar a 2ª parte, a Amazon fechou um acordo com a dLocal para permitir que vendedores internacionais possam vender seus produtos no Brasil.

VENHA PARA O BRASIL!

  • Globo lançou o Globo Partner Program. A ideia é atrair cerca de 100 startups dos EUA das áreas de publicidade digital e vendas direta ao consumidor para atuar no Brasil. O projeto está em funcionamento há 1 ano e já atraiu nomes como PalantirLiveRampSnowflakeClashSamsung VCDisney AcceleratorPlug and PlayStanford Reaction Global e o fundo brasileiro Mindset Ventures, que investe em startups no EUA e em Israel.

ALÉM DOS HEAVY TRADERS

ITAÚ DE OLHO NAS PMEs (SÓ AGORA?)

  • Algumas coisas costumam demorar um pouco, mas ma ficha uma hora cai. Veja o exemplo do Itaú. O banco anunciou com pompa e circunstância na semana passada o lançamento do Itaú Meu Negócio, uma plataforma com produtos e serviços não bancários voltada a pequenas empresas. Repare no “não bancários”. Pois é, ainda devem continuar cobrando tarifa de manutenção de conta por um bom tempo. Mas do que se trata então? A ideia é agregar serviços de outras empresas para complementar a oferta que o banco já tem. O primeiro nome anunciado foi o da Omie, mas novos parceiros serão integrados.

EDITAL DA PETROBRAS PARA STARTUPS

  • Petrobras lançou um edital de R$ 22 milhões em parceria com o Sebrae para para selecionar startups de áreas como eficiência energética, robótica e redução de emissões de carbono. Os 32 desafios integram o programa “Conexões para a inovação”, que tem como meta buscar projetos orçados entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão. As inscrições começam vão até 1º de agosto.

ESQUENTANDO A FERVURA

  • O governos dos EUA conseguiu aprovação do Congresso para a nomeação de Lina Khan para presidir o órgão regulador do comércio no país, o FTC. Lina é crítica às Big Techs e a avaliação é que com ela à frente do FTC, a temperatura deve subir para as gigantes.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Nuno Lopes assumiu o comando da Visa no Brasil substituindo Fernando Tele;
  • Jéssica Vachelli da Silva é a nova diretora de tecnologia da Flores Online;
  • Rafael Lauand, ex-iFood e fundador do LAR.app, assumiu o cargo de head de Estratégia e Novas Verticais da Movile;
  • Pixeon anunciou o executivo Felipe Clemente como novo CEO. “A mudança tem como objetivo continuar a expansão e garantir que o crescimento seja consistente em todos os aspectos da empresa: em inovação, em time e em relacionamento com as instituições de saúde, auxiliando na eficiência do setor”, disse a companhia em comunicado;
  • Quem também está de CEO novo é a PipdriveDominic Allon assumirá o cargo a partir de 2 de agosto. Ele sucederá a liderança de Sergei Anikin (CTO) e Michael Schrezenmaier (COO), que administraram provisoriamente a empresa nos últimos 6 meses e voltarão a seus cargos originais;
  • Caroline Riley é a nova presidente da FEA Angels substituindo Milton Daré.

RECOMENDAÇÕES DE LEITURA

FALTOU DA SEMANA PASSADA

  • A empresa de pagamentos Stripe, que está operando no Brasil já tem um tempinho, mas sem fazer um anúncio oficial, anunciou o lançamento da função de link de pagamento no Brasil no país. ” O Payment Links suporta pagamentos em mais de 185 países, incluindo o Brasil, de modo que as empresas podem construir um público global, independentemente de sua localização. Nos próximos meses, a Stripe continuará a adicionar mais métodos de pagamento para ajudar as empresas a alcançarem ainda mais clientes em todo o mundo, com planos de disponibilizar o sistema Payment Links também através de uma API (do inglês, Application Programming Interface). Para mais detalhes sobre o que a Stripe tem feito para ajudar os negócios online a crescerem, acompanhe o Stripe Sessions, a partir de 16 de junho. Você pode se registrar aqui“, disse a companhia em comunicado;
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