SEMANA DE 1 a 5 de FEVEREIRO
OS IPOS CHEGARAM
Três companhias de tecnologia estrearam na B3 na semana passada: Intelbras, Mobly e Mosaico. Juntas, as ofertas movimentaram mais de R$ 3,5 bilhões. Com elas, o número de empresas ligadas ao mundo de tecnologia bolsa chegou a 12. O número vai cair para 11 quando a incorporação da Linx pela Stone for concluída. Já dá pra montar um time de futebol! Qual seria a sua escalação? Me manda por e-mail.
Tá, mas e daí?
Até o fim do ano, vai dar pra fazer um banco bem forte com as empresas que vão entrar na lista. Minha previsão no começo do ano era que seriam 5 empresas listadas. Já foram 3. Se bobear dá para aumentar a lista e colocar mais umas 3, fechando o ano com 6 companhias novas listadas ao todo.
RODADAS DE INVESTIMENTO
- A Rocket.Chat, startup brasileira que faz um aplicativo de comunicação para empresas concorrente do Slack, levantou uma rodada de R$ 100 milhões (US$ 19 milhões) em uma rodada série A liderada pela Valor Capital. Também entraram e.ventures, Greycroft e a Graphene Ventures. Monashees, NEA, ONEVC e DGF, que já eram investidores, seguiram o aporte. Os recursos serão usados principalmente na expansão internacional da companhia de Porto alegre.
- A Monashees liderou uma rodada série B de US$ 19 milhões na Vortexa, uma empresa sediada na Inglaterra, mas fundada por um brasileiro. A companhia, que analisa dados de satélite sobre a movimentação internacional de navios que carregam energia, como petróleo, gasolina, diesel e gás natural, já tinha levantado US$ 11 milhões em duas outras rodadas – uma seed, liderada pela Mosaic Ventures, e outra série A, capitaneada pela Notion Capital.
- A fintech de antecipação de recebíveis Monkey Exchange levantou uma rodada de série A de US$ 6 milhões que teve como co-lideres o fundo de corporate venture capital do Itaú, gerido pela Kinea Private Equity, e a Quona Capital (que já investiu no Neon e na Creditas). Os assinantes do Startups já tinham lido, em primeira mão, em setembro/20, que a Kinea tinha montado uma área de venture capital.
- A MindMinners, empresa de pesquisa que conta com uma rede social própria com mais de 2 milhões de pessoas cadastradas no Brasil, levantou uma rodada que pode chegar a R$ 9 milhões em recursos. A captação, que estava rolando desde o meio de 2020, foi liderada pela KPTL, com recursos do Criatec 3, do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), gerido por ela, da aceleradora Darwin Startups, sócios da Mauá Capital, o grupo de investidores-anjo BR Angels, além de cotistas privados.
- A Aeroscan, que oferece um sistema de monitoramento por drones automatizados focada em segurança patrimonial de empresas, fechou uma captação de R$850 mil em uma semana pela Eqseed. “Pretendemos investir na contratação de equipe para desenvolvimento e melhoria de nossa plataforma, além de investir em marketing, produtos e aumentar o escopo da nossa solução. Entendemos que essa equação deve viabilizar uma receita bruta de R$1,5 milhão em 12 meses. Não é uma meta fácil, mas creio que há demanda e agora teremos fôlego para ocupar esse gap”, disse Marco Forjaz, co-fundador e sócio da Aeroscan, em comunicado.
AQUISIÇÕES
- Depois de receber uma rodada liderada pela GP e pela Parallax, e anunciar planos de investir R$ 200 milhões ainda em 2021, o Mercado Bitcoin anunciou a aquisição da Blockchain Academy, que atua com cursos e treinamentos. O valor do negócio não foi anunciado. Criada em 2016, ela já ministrou cursos para mais de 5 mil alunos. “Educação sempre foi um pilar importante para o Mercado Bitcoin e ganha ainda mais relevância agora. É, sem dúvida, um dos nossos principais projetos para os próximos anos”, disse Reinaldo Rabelo, presidente do Mercado Bitcoin, em comunicado;
- Depois de receber um aporte de R$ 130 milhões da Riverwood Capital, e comprar a AgileProcess, a Intelipost fez uma nova aquisição. O alvo dessa vez foi a catarinense Pegaki, que opera uma rede de pontos de retirada e coleta de produtos comprados pela internet. Entre seus clientes ela tem Dafiti, Riachuelo, Printi e a própria Intelipost. Atualmente, a Pegaki está presente em 1.500 pontos em todos os estados do Brasil. O plano é chegar a 20 mil pontos nos próximos três anos. A companhia será mantida como um negócio independente. A operação foi o segundo exit da plataforma de equity crowdfunding EqSeed. O primeiro foi a venda da DinDin para a carteira digital do Bradesco, a Bitz;
- A sueca Sinch, investida da SoftBank, concluiu a compra da Wavy, o negócio de serviços para operadoras da Movile. O negócio foi anunciado em março do ano passado e avaliou a operação em R$ 640 milhões. Pelo acordo, a Movile recebeu R$ 355 milhões em dinheiro e o restante em ações da Sinch, tornando-se um relevante acionista individual da companhia. Eduardo Henrique, um dos fundadores da Movile, se tornou executivo da companhia sueca. No anúncio do negócio, a expectativa era que a incorporação gerasse sinergias de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões em 24 meses. A Wavy ia fechar o período de 12 meses encerado em 31 de março com receita de R$ 461 milhões.
- A emprese de marketing HubSpot comprou a empresa de conteúdo de negócios The Hustle, dona da newsletter de mesmo nome, que tem 1,5 milhão de inscritos. Ela também tem um podcast e o site homônimo. O valor da operação não foi revelado, mas segundo o Axios, ficou na casa dos US$ 27 milhões (US$ 18 por cadastrado). É o segundo negócio do tipo em menos de 6 meses. Em outubro, a Insider Inc., dona do Business Insider, comprou o Morning Brew, com seus 2,5 milhões de inscritos, por um valor estimado de US$ 75 milhões, também segundo o Axios (US$ 30 por cadastrado).
FECHAMENTO DE FUNDOS
- A Igah Ventures (antiga e.bricks), fechou a captação de seu 3º fundo. Foram US$ 130 milhões que viraram R$ 750 milhões por conta da alta do dólar (seriam menos de R$ 500 milhões se a captação tivesse acontecido ainda em 2019 quando o fundo foi anunciado). Entre os investidores trazidos pela gestora está a SoftBank – que em 2020 investiu na Conexa, que é do portfólio da Igah. Com o novo fundo, a gestora chegar a R$ 1,5 bilhão sob gestão e se junta ao “clube do bilhão” dos investidores em venture capital no Brasil, com KPTL, Monashees, Valor Capital, Redpoint eventures e Kaszek.
- A Mindset Ventures pretende fechar a captação de seu 3º fundo ainda no 1º trimestre. A gestora brasileira que investe em ativos nos EUA e em Israel já tem US$ 45 milhões dos US$ 50 milhões almejados comprometidos com investidores como executivos, presidentes de empresas e family offices.
NOVO SPAC NA ÁREA
- A Innova Capital, fundo de investimento de Veronica Serra que tem como um de seus acionistas Jorge Paulo Lemann, e o FJ Labs, do fundador da OLX, Fabrice Grinda, apresentaram à SEC um pedido de abertura de capital de uma empresa de cheque em branco – o famoso SPAC – para fazer um ou mais investimentos na área de tecnologia na América Latina. Também está no radar empresas baseadas nos EUA, com fundador latino, e foco internacional e na região. Para atingir seu objetivo, a Alpha Capital Acqusition Company pretende levantar US$ 200 milhões oferecendo 20 milhões de ações a US$ 10. A proposta é comprar uma participação minoritária em negócios que tenham valor de mercado entre US$ 600 milhões e US$ 1,5 bilhão, e não ter participação na gestão, mas assento no conselho. É o 4º SPAC criado para olhar a América Latina e o 3º voltado ao mundo da tecnologia.
VENTURE BUILDER
- Um ano depois de venderem sua participação na empresa de cartão de crédito Trigg, Marcela Miranda e Guilherme Muller anunciaram sua mais nova empreitada: a venture builder Seastorm. Atualmente, são 11 empresas debaixo do guarda-chuva, sendo nove em desenvolvimento e duas já lançadas e vendidas. O valor de mercado total das 9 empresas que estão sendo investidas no momento totaliza R$ 150 milhões.
VENTURE CAPITAL > PRIVATE EQUITY
- Os investimentos feitos em venture capital no Brasil passaram, pela primeira vez, os de private equity, segundo levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da KPMG. Foram R$ 14,6 bilhões contra R$ 9 bilhões. Em número de transações, foram 200 em venture capital e 55 no private equity. “O crescimento dos investimentos de VC em 2020 é um reflexo do amadurecimento da indústria e da quantidade significativa de grandes empreendedores brasileiros que inovam, se arriscam e criam ótimos negócios para a economia e estão entre os melhores e mais arrojados do mundo. A pandemia acelerou algumas tendências importantes, e uma delas é a maior importância das startups e dos fundos que apoiam seu crescimento”, disse Roberto Haddad, sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG, em comunicado.
E JANEIRO FOI ANIMADO
- As rodadas de investimento feitas em startups bateram recorde em janeiro e chegaram a US$ 633 milhões em um total de 41 negócios, segundo dados do Inside Venture Capital, do Distrito. Em termos de recursos aportados, o desempenho superou em 185% os US$ 221 milhões registrados no mesmo mês do ano passado – que já tinham sido um recorde para o mercado. Já no número de transações, foram 9 negócios a menos, ou 41 rodadas. O maior número de negócios ficou concentrado nos estágios pré-seed e seed, com 29 operações (15 e 14, respectivamente), que somaram US$ 8,9 milhões. O número de janeiro foi (muito) influenciado pela rodada de US$ 400 milhões do Nubank. Excluída essa megarodada, ainda assim teria havido crescimento. Mas em um ritmo bem mais lento: 5%. O mês também marcou o nascimento do mais novo unicórnio brasileiro, a varejista MadeiraMadeira, que recebeu uma rodada de série E de US$ 190 milhões.
UM BELO REFORÇO DE CAIXA
- A Locaweb anunciou uma oferta de ações (follow-on) na qual pode levantar até R$ 2,38 bilhões – considerando o total da oferta primária, que vai para o caixa da companhia, e os lotes adicionais, que incluem papéis dos atuais acionistas. A emissão estava na pauta da assembleia de acionistas que a companhia fez no fim de janeiro, na qual também foi aprovado o desdobramento de ações da companhia na razão de 1 para 4. Os recursos adicionais terão com destino as aquisições. Desde que abriu capital há um ano, a Locaweb já comprou 6 empresas.
TIM GANHA DIREITO A FATIA DE 1,4% DO C6
- A TIM anunciou que ganhou direito a assumir uma participação de 1,4% no banco C6. A operadora disse que vai avaliar para exercer o direito quando oportuno. O direito vem após atingimento, em dezembro de 2020, do 1º nível das metas acordadas no âmbito da parceria comercial firmada entre a TIM e o banco. O acordo anunciado em março prevê que a operadora possa assumir até 15% do banco. O Startups apurou que a TIM tem levado um grande número e novos clientes para o C6. A estimativa é que seriam cerca de 800 mil pessoas entre junho e outubro. O C6 tem atualmente mais de 4 milhões de contas.
EXPANSÃO INTERNACIONAL
- A Pixeon, healthtech que tem como investidores a Oria Capital (que comprou a participação da Intel Capital) e a Riverwood Capital, está expandindo sua operação para o Uruguai e a Colômbia. A companhia já está há mais de uma década na Argentina. O desembarque nos vizinhos está acontecendo com um de seus principais produtos, o PACS (Picture Archiving Communication System).
STRIPE NO BRASIL
- Ensaiando uma chegada ao Brasil desde 2015, a empresa de pagamentos americana Stripe finalmente começou a operar no país. O site da companhia já está em português, os preços dos serviços estão em reais e a companhia montou uma equipe local. “Atualmente estamos desenvolvendo novos produtos customizados para que empresas brasileiras possam aceitar pagamentos e expandir seus negócios”, disse ao Startups, Maria Luisa Cantadori, gerente de produto da companhia, por e-mail, sem dar mais detalhes sobre os planos.
O FENÔMENO CLUBHOUSE NO BRASIL
|