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CODEX: O IPO do Nubank

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Bom dia,

O CODEX de hoje chega com uma novidade. Agora a preparação contará com o apoio da Fabiana e da Gabriela. Como eu já falei em edições anteriores, preparar esse compilado do que acontece no mercado dá um baita trabalho porque está acontecendo muita coisa. O que é muito bom porque justifica o nosso trabalho por aqui. Mas também é um desafio.

Por isso, se você gosta do CODEX, e do que o Startups faz e representa, não deixe de compartilhar com todo mundo! 

A semana passada foi curta, mas intensa. A notícia principal, sem dúvidas, foi a apresentação do aguardado prospecto do IPO do Nubank

O documento trouxe detalhes sobre a operação do neobank (CAC de US$ 5, uma pechincha) da estrutura societária (Davi Vélez é o controlador da companhia e será um Mark Zuckerberg dos trópicos mantendo o poder sobre a companhia depois do IPO) e até algumas novidades como a possibilidade de o neobank investir na área de telecom e também de olhar para startups junto com a Sequoia

Enquanto o gigante segue seu rumo, os futuros gigantes vão aparecendo. Ao longo de outubro, as startups latinas levantaram US$ 1,2 bilhão em recursos, segundo dados do SlingHub. O Brasil representou a maior parte do total, com quase US$ 900 milhões. O número é um pouco mais que o apresentado pelo Distrito, que ficou em US$ 779 milhões. Resultado de diferenças de metodologia das duas plataformas. Mas um sólido indicativo do que está acontecendo e do que está por vir. 

Boa leitura e boa semana.

Gustavo Brigatto, Fabiana Rolfini e Gabriela Del Carmen


Semana de 1 a 7 de Novembro

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A Fazenda do Futuro, foodtech que desenvolve carne à base de plantas, levantou R$ 300 milhões em sua rodada série C. A operação, liderada pelo banco BTG Pactual e pela firma de investimento de risco Rage Capital, elevou o valor de mercado da startup para cerca de R$ 2,2 bilhões. Com o caixa reforçado, a companhia pretende acelerar a expansão internacional, com um olhar especial para os Estados Unidos, onde competirá com a produtora de carne vegetal Beyond Meat,  que já vale US$ 6,2 bilhões, e a Impossible Foods, avaliada em US$ 7 bilhões.
  • A Axxes Saúde, startup de intermediação de crédito para os segmentos da saúde, captou R$ 1,6 milhão de investidores-anjo liderados pelo grupo GVAngels. Com os recursos, a companhia pretende trazer mais 2 mil clínicas para o seu portfólio de parceiros e gerar R$ 1 bilhão em oportunidade de crédito para os clientes.
  • A QI Tech encerrou a última semana com o caixa cheio. Fundada em 2019 por Pedro Mac Dowell, a fintech recebeu um aporte série A de R$ 270 milhões liderado pelo fundo soberano de Cingapura GIC. Com uma carteira de mais de 100 clientes ativos, incluindo iFood e Vivo Money, a companhia pretende usar os recursos captados para investir em aquisições, reforçando o portfólio com foco em plataformas de inteligência e análise de dados.
  • A Kinea Ventures, gestora que gere o fundo de corporate venture capital do Itaú Unibanco, liderou um aporte série A de R$ 12 milhões na Mola, startup que oferece tecnologias para correspondentes bancários e agentes autônomos, os famosos pastinhas. A rodada está sendo seguida pelos sócios da Hix Capital, Gustavo e Rodrigo Heilberg, e Walter Sabini Junior, da HiPartners. É o 4º investimento feito pelo fundo de R$ 150 milhões que o Itaú montou para investir em startups (depois de Monkey, Paketá e Tenchi;
  • A fintech Payfy, de gestão de gastos corporativos, levantou R$1,5 mi em 32 horas em uma rodada na plataforma CapTable. A captação contou com a participação de 326 investidores que realizaram aportes a partir de R$1 mil. Foi a 24º captação concluída na CapTable em 2021;   
  • A edtech curitibana How Bootcamps recebeu um aporte de R$ 1,3 milhão para ampliar o número de bootcamps cohorts feitos por ela;
  • A startup de saúde mental Vitalk recebeu um aporte de R$ 24 milhões. A rodada série A foi liderada pela gestora de investimentos de impacto Vox Capital e contou com a participação de Goodwater Capital e Valor Capital, além da Greenrock, que já tinha investido na healthtech anteriormente.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • Avaliada em US$ 2,5 bilhões, a fintech argentina Ualá fechou um acordo para comprar 100% do banco mexicano ABC Capital, por um valor não divulgado. Desde o início das operações no México, em setembro de 2020, a startup emitiu cerca de 350 mil cartões pré-pagos. Como parte da transação, os atuais acionistas do banco se tornarão acionistas minoritários da Ualá, e a companhia passa a ter acesso à licença bancária do ABC. A compra ainda está sujeita à aprovação dos órgãos regulatórios do México.
  • A Zenvia, empresa brasileira especializada em SaaS, anunciou a compra da SenseData, plataforma de customer success e dados acionáveis. Essa é a primeira aquisição da Zenvia desde o seu IPO, em julho, quando levantou US$ 200 milhões na Nasdaq. A operação, de valor não divulgado, visa aprimorar as operações da Zenvia, que agora passa a contar com a solução de customer success da SenseData.
  • Com o caixa abastecido com uma rodada de R$ 200 milhões do private equity Bain, a Bionexo foi às compras e arrematou a Clínica nas Nuvens, uma startup do interior de Santa Catarina que desenvolveu um software para clínicas. O valor da operação é de R$ 28,5 milhões   
  • A XP comprou o Instituto de Gestão em Tecnologia da Informação (IGTI), faculdade de ensino a distância focada nas áreas de tecnologia e inovação. O valor da operação não foi revelado. O negócio acontece depois de sócios do arqui-rival da XP, o BTG, investirem para criar o Inteli, com a promessa de criar o MIT Brasileiro.  

PRÊMIOS E RECONHECIMENTOS

  • A startup brasileira Krilltech, atuante no setor de Agrobusiness é a grande vencedora da etapa final da premiação mundial “Global Tech Innovator 2021”, da KPMG. A empresa representou o Brasil na última etapa da competição internacional do prêmio em Lisboa, Portugal, em evento realizado no dia 2 de novembro de 2021. Na ocasião, startups de 17 países fizeram apresentações a especialistas do setor no palco. A candidata do Brasil foi declarada como a Private Enterprise Global Tech Innovator 2021. Conduzida pela KPMG, a iniciativa teve o propósito de apoiar startups que atendam a determinados critérios e tenham potencial de progredir nos negócios, ajudando os principais inovadores tecnológicos globais interessados em assumir a liderança do mercado. 

HABEMUS 5G

  • O 1º leilão de frequências da telefonia 5G no BRasil foi encerrado com uma arrecadação de R$ 46,7 bilhões. A lista de vencedores conta com as 3 principais operadoras do Brasil – Vivo, TIM e Claro – algumas operadoras regionais e a estreia da Winity II, do Pátria. A exigência da Anatel é que a operação comercial da tecnologia comece em 2022, mas nas grandes capitais como Rio e São Paulo isso deve acontecer antes uma vez que as operadoras já vinham testando a tecnologia em diferentes sabores. 

NIVER DE 1 ANO

  • A hrtech canadense Talent.com completou seu 1º ano de atuação no Brasil com faturamento de R$ 1 milhão e mais de 50 clientes, incluindo Rappi, 99 e BTG. A projeção de receita da operação brasileira para 2022 é animadora, de R$ 15 milhões. Para o próximo ano, o foco da operação no Brasil será expandir o time comercial e de atendimento ao cliente. Também está nos planos da empresa lançar um aplicativo mobile focado na experiência do usuário, atualmente em fase de desenvolvimento. 

CREDERE + KAVAK

  • A fintech Credere fechou um acordo com a Kavak para operar o processo de compra e venda digital de carros na sua plataforma. A companhia já tinha um acordo semelhante com a Creditas para o seu produto de compra e venda de carros usados, o Creditas Auto.

ESTRATÉGIA DE RETENÇÃO

  • Alçada ao panteão dos unicórnios com uma rodada de R$ 735 milhões em março, a mineira Hotmart está tirando do forno duas novidades muito aguardadas pelos seus usuários: integração oficial com o WhatsApp e o lançamento de um cartão de crédito para os produtores de conteúdo da plataforma. A oferta de um cartão é uma estratégia de relacionamento e retenção interessante, já que mantém o usuário dentro da plataforma. iFood, 99, Uber e diversas outras companhias que trabalham com comunidades têm investido no conceito.

FINALMENTE CHEGAMOS!

  • Desde 2019 no Brasil, o banco digital alemão N26 vai finalmente colocar o serviço no ar no 1º semestre de 2022. Até lá, a fintech vai ativar um número limitado de nomes da lista de espera que começou a ser montada há 3 anos para testar funcionalidades e fazer ajustes. Serão 2 mil pessoas de uma base de 200 mil cadastros. Para se diferenciar no mar de tubarões, a empresa vai apostar no conceito de comunidade, tornar a educação financeira mais simples e facilitar a tomada de decisão das pessoas. Com um aporte de mais de US$ 900 milhões recebidos em outubro, o N26 passou a ser o 2º banco mais valioso da Alemanha, atrás apenas do Deutsche Bank.

CRIPTO COMO SERVIÇO

  • O banco digital Zro Bank colocou no ar a a modalidade de cripto como serviço, para que outras empresas possam aceitar pagamentos com criptomoedas contratando sua infraestrutura técnica. A Foxbit lançou oferta semelhante recentemente.

NEW KID ON THE BLOCK

  • A gestora Clave Capital entrou na onda dos investimentos em startups. A companhia está montando um time de profissionais para analisar o mercado, com um olhar especial para empresas mais maduras, próximas de um IPO. A Clave acompanha a tendência de gestoras como a Verde Asset, que investiu em startups de diversos setores como Loggi, Nubank e Trybe.

SUPERAPP DA SAÚDE

  • A healthtech Alice, plano de saúde que não quer ser conhecida como tal, está expandindo sua atuação e vai começar a vender seus serviços de forma avulsa. A ideia é se tornar um superaplicativo da área, incluindo novas ofertas com o passar do tempo, como a compra de medicamentos. No lançamento do conceito de superapp estão disponíveis consultas remotas com nutricionistas, psicólogos e preparadores físicos, com preços a partir de R$ 79,90. Em operação há pouco mais de 1 ano, a Alice está disponível apenas em São Paulo. A rede de atendimento na capital começou com 3 hospitais e hoje tem 8.

INVASÃO?

  • Quem tentou usar o app do iFood na última terça-feira foi surpreendido por uma alteração nos nomes de diversos restaurantes, substituídos com falas de apoio ao presidente Bolsonaro e discursos negacionistas contra as vacinas da Covid-19. A companhia afirmou que as mudanças foram feitas pela conta de um funcionário de uma empresa parceira, terceirizada e prestadora de serviços de atendimento. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se manifestou no dia seguinte, pedindo para que o iFood forneça uma compensação financeira aos estabelecimentos pelos eventuais prejuízos causados com o ocorrido.

AMBIÇÃO GLOBAL

  • O QuintoAndar está de olho em novos mercados e, para acelerar sua expansão, anunciou a abertura de seu primeiro escritório no exterior. Localizado em Lisboa, Portugal, o espaço funcionará como um Centro de Tecnologia para recrutar profissionais familiarizados com o ecossistema de startups, a fim de desenvolver novos produtos e funcionalidades para as operações da proptech dentro e fora do Brasil. Inicialmente, a ideia é ter 50 colaboradores, priorizando europeus, em áreas como ciência de dados, engenharia de software, design e gestão de produtos. A expectativa é que o centro comece a funcionar em março de 2022.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • Diego Callegario assume a área de produto do Enjoei. Formado em comunicação social, ele possui mais de dez anos de experiência em Estratégia e Produtos digitais;
  • A The Bakery chamou Rodrigo Alvarenga para ser seu head de corporate venture building e corporate venture capital.
  • Vanessa Muglia, que era co-fundadora do aplicativo Civi, deixou a companhia e foi para a BHub, do Jorge Vargas Neto, como co-fundadora e chief legal officer (CLO). Ela estará à frente da área de Legal as a Service da startup.

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