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CODEX: Todo carnaval tem seu fim

No CODEX desta semana, a semana de 4 dias ganha força, Dotz negocia compra da Noverde, VC salta 129% em fevereiro, e muito mais

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Bom dia,

Você também ficou com uma sensação estranha neste carnaval? E antes tivesse sido a ressaca turbinada que é comum depois dos 30. Tava mais para apreensão e angústia com a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial misturada com tranquilidade por não ter que ficar desviando de blocos de rua ao andar pela cidade.

O mundo nunca foi um lugar tranquilo, nem nunca vai ser. Mas vamos combinar que a cota de bizarrices já está bem estourada nos últimos 6 anos, né? 

Não há mais festa, nem carnaval. Acho que eu fui enganado, como já cantava Marcelo Nova.

Pelo menos a semana que começa será animada, com pelo menos meia dúzia de anúncios. Mals pelo spoiler. Mas achei que era necessário para quebrar o clima tenso e depressivo. ?

Boa leitura e uma ótima semana.

Gustavo, Angelica, Fabiana e Gabriela


 Semana de 28 de Fevereiro a 6 de Março

RODADAS DE INVESTIMENTO

  • A loja virtual de móveis personalizados Movêu levantou uma rodada de R$ 1,1 milhão. O cheque foi assinado pora GVAngels, Poli Angels e contou com  participação de Pedro Conrade, da Neon, Patrick Sigrist, do iFood e da Nomad e de Claudio Bergamo, da Hypera Farma
  • A agtech Grão Direto, que conecta produtores rurais a compradores, levantou uma rodada de R$ 40 milhões em sua 3ª rodada de investimento. Participaram as tradings Amaggi, ADM, Cargill e Dreyfuss, além de acionistas que já estavam no captable, como Lanx Capital, Barn Invest e Grupo Rendimento. Desde sua fundação, em 2017, a Grão Direto levantou um total de R$ 58 milhões
  • A Apollo, dona de uma plataforma que ajuda vendedores a se conectarem com possíveis compradores, levantou uma série C de US$ 110 milhões liderada pela Sequoia Capital. Tribal Ventures, Nexus Venture Partners e NewView Capital, que já eram investidores, também participaram. Em novembro a companhia tinha levantado uma série C de US$ 32 milhões

FUSÕES E AQUISIÇÕES

  • A empresa de fidelidade Dotz está em negociação para comprar a fintech Noverde – 1ª investida da gestora DOMO. A operação, que já está em estágio avançado e deve ser anunciada nas próximas duas semanas, é a 1ª aquisição da Dotz depois do IPO e marca sua entrada no mercado de crédito. Criada em 2016, a Noverde já atendeu mais de 200 mil clientes
  • A plataforma de compra e venda online OLX Brasil comprou a Sohtec, startup gaúcha de automação imobiliária que conecta consumidores a corretores de forma automática, permitindo que os profissionais prestem atendimento personalizado. O valor da operação não foi divulgado.
  • A startup de compra, venda e aluguel de imóveis QuintoAndar adquiriu a startup de aplicativos para condomínios Noknox como parte de sua estratégia de expansão para além do mercado tradicional de imóveis. O valor da transação não foi revelado. No entanto, a Noknox recebeu um valuation de R$20 milhões em uma rodada realizada pela plataforma de equity crowdfunding Kria, em 2020. A Kria, que ficou uma fatia de 5% do total de R$1 milhão levantado por meio da plataforma (como tem feito em todas as ofertas que publica) não divulgou o exit multiple que obteve para si, e nem para os 110 investidores que participaram da rodada realizada há dois anos.

VC EM ALTA

  • Apesar de toda instabilidade e tensões econômicas e políticas, as startups brasileiras levantaram, em fevereiro, um volume de investimentos 129% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Foram US$ 763 milhões, segundo levantamento mensal feito pelo Distrito. Ao longo do mês, foram 40 transações, um pouco abaixo dos 55 deals fechados em fevereiro de 2021. Mas o tamanho dos cheques colaborou para turbinar o mês. Só a fintech Neon com os US$ 300 milhões injetados pelo banco espanhol BBVA, e a plataforma de compra e venda de ativos ilíquidos Velvet, com os US$ 200 milhões da Yolo Investments, representaram praticamente 2 terços de toda a movimentação de fevereiro. Já á a série B de US$ 100 milhões da hrtech Sólides, liderada pela gestora de private equity Warbug Pincus, chamou a atenção pelo cheque baixo para uma gestora tão grande. 

REAL DIGITAL

  • O Banco Central apresentou os 9 projetos que irão ajudar no desenvolvimento do Real Digital. Dentre os escolhidos estão a exchange de criptomoedas Mercado Bitcoin, os bancos Santander e Itaú Unibanco, além do grupo por trás da cripto Aave (AAVE). Ao todo, foram 47 projetos apresentados dentro do Lift Challenge, uma edição especial do projeto LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), realizado pela autoridade monetária em parceria com a Fenasbac. A ideia é encontrar propostas de aplicações variadas para o Real Digital, como entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando ambos pagador e recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline). A execução dos projetos começa em 28 de março e segue até 27 de julho. 

PREJUIZINHO BOM

  • A Creditas fechou o 4º trimestre de 2021 com um prejuízo de R$ 137,6 milhões, um aumento de 141% na comparação com os R$ 57,1 milhões registrados no mesmo período de 2020. No ano de 2021 como um todo, a fintech ficou no vermelho em R$ 353,4 milhões, um aumento de 84% na comparação com 2020, segundo balanço divulgado hoje. O aumento no rombo na última linha faz parte do plano de investimentos pesados da fintech que, no fim de janeiro, fez uma captação pré-IPO de US$ 260 milhões avaliada em US$ 4,8 bilhões, quase 3 vezes o valor da rodada anterior, no fim de 2020.

CVC EM ALTA

  • Em 2021, os investimentos globais de Corporate Venture Capital cresceram 142% sobre o ano anterior, atingindo a marca recorde de US$ 169 bilhões investidos. Os dados são do relatório State of CVC, da plataforma norte-americana de inteligência de mercado CB Insights. A pesquisa atrela esse avanço a um conjunto de fatores, entre eles, o aumento significativo dos mega rounds, rodadas de investimento acima de US$ 100 milhões. Elas representam 62% do total aportado em 2021.

SEMANA DE 4 DIAS

  • Com mais empresas globais adotando a semana de 4 dias, startups brasileiras começam a implementar o novo modelo de trabalho e ver os resultados, como o aumento na produtividade de equipes, melhora na qualidade de vida dos colaboradores e atração de talentos com um ambiente de trabalho mais sustentável. Assim como a possibilidade de operar de forma remota, ter uma folga a mais na semana começa a despontar como um desejo na lista dos brasileiros quando buscam uma nova oportunidade. Uma pesquisa feita a pedido do Startups pelo perfil Festa da Firma, que discute temas relacionados ao mundo do trabalho no Instagram, teve respostas de 35 mil seguidores, com 84% afirmando que a oferta de uma semana de trabalho mais curta seria um fator determinante na escolha de seu empregador. O Startups também fez uma consulta com a audiência sobre o tema. A enquete com 282 respondentes no fechamento desta reportagem, mostra que 32% também veem o modelo como crucial para sua escolha de empregador. Por outro lado, 58% afirmaram que o day off adicional poderia ser um fator importante na decisão de onde trabalhar, mas a escolha final depende de mais fatores.

DANÇA DAS CADEIRAS

  • A RD Station promoveu Erika Tornice, que assume a posição de VP de Revenue, e Rodrigo Pinto, que passa a ocupar o cargo de VP de Operações.
  • A clínica virtual de saúde feminina Bloom Care contratou Danielle Pinheiro como gerente de comunicação
  • Alexandre Viola é o novo diretor executivo (COO) da Skedway, plataforma que oferece gestão do trabalho híbrido
  • Depois de 1 ano e meio tocando a operação da fintech colombiana Addi, Caio Ribeiro (homônimo do ex-jogador de futebol) assumiu como diretor geral da Betterfly no Brasil. Ele vai responder para Cristóbal della Maggiora, que é o presidente da operação no país 

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