Adobe lança o Adobe Acrobat Studio, com IA embutida
Adobe lança o Adobe Acrobat Studio, com IA embutida

Quem nunca guardou uma porção de PDFs com a boa intenção de, um dia, usar aquelas preciosas informações para embasar um trabalho futuro. Mas, no fim, só viu aquele monte de documentos ocupar espaço no HD ou serviço de nuvem. Pois a Adode, criadora do formato, agora quer te ajudar a cumprir esse nobre objetivo.

Com o Acrobat Studio, a companhia reforça seu movimento para a inteligência artificial e quer que cada um tenha seu próprio LLM operando em cima de sua coleção de arquivo. E, segundo a Adobe, sem enviar dados particulares para treinamento do modelo proprietário criado pela companhia.  

Mais do que resumir e gerar insights sobre conteúdos como já é possível com um AI Assistant que a Adobe já tinha lançado, com o novo pacote, é possível criar apresentações, relatórios, post de redes sociais etc sem precisar de nenhum outro software. Também é possível criar agentes vão desempenhar tarefas específicas como revisar um material.

É possível usar até 100 documentos de 600 páginas por vez – incluindo arquivos em formato DOC. “Tem casos de uso da vida pessoal, como encontrar informações no manual de instruções do carro. E no corporativo, como criar um briefing para um cliente a partir de informações não estruturadas”, explicou Rodrigo Munhoz, diretor de vendas para América Latina da Adobe, durante encontro com jornalistas em São Paulo.

Já lançado em inglês em agosto, o Studio entrou no cardápio da Adobe como uma nova opção de assinatura além dos dois modelos já existentes – Standard e Pro. Nos EUA, a assinatura sai por US$ 24,99 por mês no pacote anual, com cobrança mensal e está indo muito bem, segundo Rodrigo. No Brasil, o valor da assinatura é de R$ 114 por mês.

O PDF foi criado pela Adobe em 1993 e hoje tem mais de três trilhões de arquivos em circulação. Só no ano passado, mais de 400 bilhões de arquivos foram abertos em produtos da Adobe.

Sem grandes novidades?

Se você pensou que nada disso é novidade e tudo já dá para ser feito com o Notebook LM, do Google. Você não pensou errado. A comparação mais próxima dos recursos do Studio é com a ferramenta do pessoal da Mountain View. Com o tempero dele ser gratuito, ou já estar acessível, sem custo adicional, para quem já é cliente do pacote Workspace. E não dá para esquecer também do Copilot, da Microsoft.

De acordo com França, solutions associate da Adobe, o LM é uma ferramenta interessante para sintetizar e aprender. Mas o Studio vai além. Ele contou que, em testes feitos com usuários, eles “se encantaram” com alguns recursos que não existiam no produto do Google. “Ele cria um fluxo de trabalho ponta a ponta que ainda não é possível criar com outras ferramentas”, contou.

Para Rodrigo, a diferença é que o Studio já traz tudo integrado ao ambiente de trabalho, usando os próprios documentos do usuário e sem comunicação com fontes externas. Além da possibilidade de criação de agentes que ajudam a cumprir tarefas. “Quem já trabalha com PDF, já conhece o Acrobat, deveria considerar o Acrobat Studio como a próxima etapa no seu fluxo de trabalho, na sua produtividade”, defende.

No último ano a Adobe acelerou a inclusão de recursos de IA em seus produtos para fazer frente ao lançamento de ferramentas concorrentes para seus produtos. A companhia tem a vantagem de ser o padrão-ouro do mundo criativo com ferramentas como o Photoshop para edição de imagens e o Premiere para vídeos. Mas a IA generativa e o avanço dos modelos tem fomentado o surgimento de novas opções como Gamma, para apresentações, Sora para vídeo e o Nano Banana para imagens.

Há uma semana o Canva, lançou o Affinity, um software de edição de imagens gratuito para quem tem uma assinatura da companhia. O lançamento é resultado de uma aquisição feita ano passado, e a decisão de tornar o acesso gratuito foi um enfrentamento direto a uma das principais críticas à Adobe: o alto custo. “Tornar o Affinity gratuito é uma continuação de uma coisa que está no centro do Canva desde o primeiro dia: a crença de que todo mundo deve ter acesso a ótimas ferramentas de design, não importa onde vivem ou quanto possam pagar”, escreveu a companhia em seu site.