Em sua 11ª edição, o relatório Sonar da Swiss Re destaca as ameaças emergentes que evoluem tão rapidamente quanto as mudanças tecnológicas, geopolíticas e sociais no mundo atual. Dentre elas estão ciberataques, sistemas de inteligência artificial, conflitos sobre novas rotas comerciais no Ártico e perigos de usar tecnologia para resfriar a Terra.
Embora a inteligência artificial esteja revolucionando a indústria de tecnologia e moldando o futuro das mais diversas maneiras, o estudo mostra que, à medida que o uso da IA aumenta, crescem também os possíveis riscos. Hackers profissionais podem não apenas enganar os modelos para cometer erros ou vazar informações, mas também prejudicar seu desempenho, corrompendo dados de treinamento ou extraindo modelos de aprendizagem automática.
Crescem também as oportunidades de fraude e perda de propriedade intelectual, como classificações de crédito falsas ou pontuações de seguros falsas. No seguro de automóveis, por exemplo, sistemas de gerenciamento de sinistros baseados em IA podem até ser enganados ao verem danos maciços onde não existem. Se a IA for hackeada, isso poderia até resultar em danos físicos causados por acidentes de carros autônomos ou diagnósticos médicos equivocados.
Ameaça mais futurista
Uma ameaça mais futurista examinada pelo relatório, porém com potencial significativo, é a tecnologia de gerenciamento de radiação solar (SRM), que poderia ser utilizada para resfriar a Terra. Embora isso não resolva a causa raiz do aquecimento global, ou seja, as emissões de gases de efeito estufa, poderia ajudar a reduzir as temperaturas globais.
O problema é que técnicas como a injeção de partículas altamente reflexivas na atmosfera para refletir a luz solar de volta ao espaço poderiam abrir um novo conjunto de riscos ambientais e potenciais conflitos internacionais. Se implementado e depois abruptamente interrompido, o resultado do SRM impacta em rápida elevação de temperatura, desencadeando efeitos climáticos relacionados.
Na prática, isso poderia levar a um aumento ou deslocamento geográfico de eventos climáticos extremos, como secas ou furacões. A questão seria como compensar aqueles que experimentam efeitos negativos.
Outro grande risco identificado na pesquisa é a “abertura do Ártico”. À medida que o Oceano Ártico e as terras adjacentes se aquecem duas a três vezes mais rápido do que o resto do globo, o gelo está derretendo e novas rotas de navegação estão se abrindo. No entanto, essa área é um ponto de tensão geopolítica potencial, que provoca preocupações sobre como as atividades econômicas e os riscos relacionados serão controlados na região.
“O aumento simultâneo dos interesses econômicos, das mudanças ambientais e das tensões geopolíticas torna o Ártico um foco de riscos emergentes, acumulando potenciais riscos. Com o Sonar, nosso objetivo é envolver proativamente nossos clientes e partes interessadas do setor em discussões sobre riscos emergentes, pois acreditamos que essa é a melhor forma de estarmos preparados”, afirma Patrick Raaflaub, diretor de Risco do Grupo Swiss Re.
Saiba mais sobre os 17 novos riscos e tendências nas áreas tecnológica, econômica, social e ambiental acessando o estudo completo.