Em abril a Wellhub completará seu primeiro ano de operação com o novo nome, desde que deixou de se chamar Gympass e resolveu se posicionar de vez como um player de bem-estar. Para intensificar essa missão, a companhia trocou o seu CEO no Brasil e aposta em novas estratégias para adquirir (muito) mais usuários.
No fim de janeiro, a companhia anunciou Ricardo Guerra para liderar a operação brasileira, assumindo a cadeira que Priscila Siqueira ocupou nos últimos quatro anos. Antes de aceitar o novo desafio, Ricardo estava baseado em Barcelona, onde atuou nos últimos cinco anos como VP de engajamento para clientes e usuários.
Segundo Ricardo, a experiência adquirida no cargo anterior dentro da Wellhub será importante para a missão assumida no cargo de head na operação brasileira. Atualmente com 22 mil empresas atendidas e 4 milhões de usuários (a maior parte no Brasil), um dos marcos no horizonte da companhia é o de chegar a 10 milhões de pessoas utilizando seu serviço.
“Um dos meus papeis liderando o Brasil é o de deixar claro que toda empresa precisar ter um programa de bem estar”, dispara Ricardo, em conversa exclusiva com o Startups.
Perguntado sobre qual será o papel do Brasil no plano de expandir a base de usuários, o novo CEO da Wellhub Brasil aproveitou para dar números recentes. Segundo o executivo, a proposta de ir além do vale-academia tem sido bem aceita pelas empresas e seus funcionários.
“O grande reconhecimento de que a mudança positiva foi o resultado que tivemos em janeiro. Crescemos 15% em base de usuários em relação a dezembro, batendo a marca dos 4 milhões”, afirma. “Além de crescer em usuários, a penetração de serviços de bem-estar está aumentando na base, o que comprova nossa estratégia”, completa o executivo, mostrando como a empresa quer ampliar sua participação no mercado de bem-estar, enquanto que no segmento de academias, outros players como a TotalPass estão acirrando a competição.
Segundo Ricardo, à medida que a parte esportiva é mais adotada, os outros produtos vêm no rastro. De acordo com a companhia, o da plataforma mais do que dobrou, chegando a 600 milhões de check-ins, incluindo visitas a academias, sessões de terapia e atividades de mindfulness.
“Para sustentar isso, também investimos para aumentar nossa rede de parceiros. No Brasil passamos de 30 mil, 5 mil a mais do que tínhamos no começo de 2024″, pontua Ricardo.
Wellhub e efeito de rede
Com o novo posicionamento, e com a rede de parceiros em expansão, agora o trabalho da Wellhub é o de acelerar no aumento da base. Para isso, o plano é trazer novas funcionalidades. De acordo com Ricardo, recursos de gamificação e social serão uma grande aposta.
Nos próximos meses, a companhia lançará o Wellhub Challenges, iniciativa gameficada de bem-estar, que poderá ser usada tanto pelas empresas para estimular os funcionários, mas também entre grupos de amigos e famílias que estão no app, segundo explica Ricardo.
“Com isso, queremos trazer uma camada ainda mais abrangente para incentivar usuários a engajarem com atividades de bem-estar. A abordagem holística do Wellhub garante que as empresas possam oferecer programas personalizados e impactantes, promovendo alto engajamento e ROI”, destaca o CEO.
Olhando para estas novas direções e apostando no efeito de rede, Ricardo acredita que será possível acelerar o ritmo rumo aos 10 milhões, ganhando um impulso orgânico em cima do foco principal da companhia, que ainda é o B2B. “Assim conseguiremos impactar pessoas que não seria possível se focássemos apenas nos funcionários das empresas”, afirma.
Ao turbinar os números e sua receita – um plano que também está em tração em mercados como o dos EUA e Europa – a companhia pode eventualmente voltar a falar no IPO, opção que hoje em dia não é uma prioridade. “Nem começamos a arranhar a superfície de oportunidades que esse mundo do bem-estar e do esporte pode trazer”, finaliza Ricardo.