Negócios

Pipo quer ser “one-stop-shop” de saúde para startups

A empresa quer ser o one-stop-shop dos benefícios de saúde para startups e tornar-se referência no segmento no Brasil

Robô segurando uma tela de computador e um coração desenhado - Startups

A Pipo Saúde, que faz a gestão de planos de saúde para empresas, está de olho em um segmento que ela conhece bem porque faz parte desse grupo: as startups. A healthtech acaba de lançar o programa Pipo para Startups, um pacote de benefícios pensado para negócios em rápida ascensão. A notícia foi adiantada com exclusividade para o Startups.

A solução oferece um sistema integrado que centraliza a gestão de benefícios de saúde em uma única plataforma e automatiza o trabalho do time de recursos humanos. O objetivo é aliviar a demanda operacional da equipe e diminuir a complexidade para contratar e gerir os planos, além de reduzir a burocracia e o tempo gasto com processos técnicos.

Para manter o pacote de benefícios competitivo e ajudar as empresas na escolha das melhores opções de produto, a healthtech fez análises prévias do mercado e consultas estratégicas com seu portfólio de clientes. A companhia atende mais de 100 empresas, incluindo MadeiraMadeira, Buser, Pier, Facily e Daki.

O novo produto é focado em startups com 30 a 99 vidas – pessoas que vão entrar no plano de saúde. “Empresas desse tamanho normalmente têm um preço tabelado [para comprar os benefícios] e uma quantidade de produtos limitada”, diz Manoela Mitchell, cofundadora e diretora-executiva da Pipo Saúde. “O que a gente fez foi simplificar a contratação, garantindo que ela seja muito mais rápida e fácil de entender”, completa.

Aos poucos, a healthtech vai adicionar novos serviços de saúde e bem-estar. Estes produtos devem sair bem mais em conta se comprados em um pacote do que separadamente e pelo prestador de serviço, segundo a fundadora. “Vamos oferecer um conjunto de produtos por um valor mais acessível em relação ao que as startups pagariam comprando direto do fornecedor”, explica.

A meta, segundo Manoela, é ser o one-stop-shop do ecossistema. “[Vamos] entender quais outros produtos as startups precisam e lançar a Pipo como o lugar único para tudo que diz respeito aos benefícios de saúde”, pontua. Embora não tenha uma projeção de quantas startups serão impactadas no 1º ano, a expectativa, de acordo com Manoela, é posicionar a Pipo como referência no segmento de benefícios de saúde para startups.

Em fevereiro, o Startups divulgou que a Pipo Saúde encerrou 2021 com resultados acima das expectativas. A healthtech aumentou a receita em 700%, duplicou a quantidade de clientes atendidos para 125 e triplicou o número de colaboradores para 200, além de ultrapassar 21 mil vidas cobertas sob sua gestão e movimentar mais de R$ 140 milhões em benefícios como plano dental, telemedicina, entre outros. Para 2022, a projeção da empresa é aumentar a receita em pelo menos 300%.

Manoela Mitchell, co-fundadora e diretora-executiva da Pipo Saúde - Startups
Manoela Mitchell, cofundadora e diretora-executiva da Pipo Saúde.
Foto: Tiago Queiroz

Experiência própria

Por que trabalhar especificamente com startups? Como parte desse ecossistema, a healthtech consegue ter um entendimento mais profundo sobre as reais dores do mercado, diz Manoela.

“A 1ª grande dificuldade é encontrar o plano adequado para seus funcionários, que muitas vezes estão distribuídos pelo país. Às vezes, o benefício é bom em São Paulo, mas não em nível nacional”, explica. A fundadora acrescenta que o regime PJ, comum nas startups, dificulta o processo de contratação de benefícios.

Depois da escolha do plano de saúde, o desafio para as empresas de alto crescimento é administrar todos os produtos. “As startups crescem muito mais rápido que empresas tradicionais. Estamos falando de 10 a 100 novos funcionários por mês. A carga de gestão dos planos é muito maior para o RH”, pontua Manoela.

A nova plataforma nasce para simplificar o processo. Em caso de dúvidas, os colaboradores podem contar com o Me Ajuda, serviço de suporte aos funcionários de todas as startups parcerias. “O RH não tem muito tempo disponível e geralmente não entende a fundo como funcionam os produtos que compraram”, explica a executiva, acrescentando que esse atendimento especializado facilita não só o trabalho do departamento, mas também a vida dos próprios colaboradores.

“Tivemos uma aderência natural às startups desde o começo por fazermos parte do grupo”, diz Manoela. O programa para startups nasce com base na experiência e conhecimento da Pipo em seus 3 anos de operação. Lançada em 2019, na cidade de São Paulo, a companhia levantou uma série A de R$ 100 milhões em julho do ano passado. O aporte foi liderado pela Thrive Capital, um dos maiores investidores em saúde dos Estados Unidos. 1 ano antes, recebeu R$ 20 mihões dos fundos Monashees e Kaszek Ventures.

O crescimento do ecossistema no Brasil também motivou a criação do projeto. Em 2021, startups brasileiras receberam US$ 9,4 bilhões em 779 rodadas, o que representa 2,5 o volume aportado no ano anterior, de acordo com o Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, em parceria com o banco Bexs. De acordo com o levantamento, foram 779 transações durante o ano passado.

“Quando a gente olha para o número de rodadas, a quantidade de investida em startups brasileiras e quantas empresas são lançadas, vemos que o segmento não para de crescer. E a Pipo Saúde quer capturar o avanço desse ecossistema”, conclui Manoela.