Negócios

Com receita de R$ 42 milhões e prejuízo em 2020, GetNinjas entra com pedido de IPO - Veja os detalhes

Com receita de R$ 42 milhões e prejuízo em 2020, GetNinjas entra com pedido de IPO - Veja os detalhes

A plataforma de serviços profissionais GetNinjas entrou com pedido de IPO nesta sexta-feira (26/02). Se seguir adiante (o que é bem provável em um momento de alta liquidez e deslumbramento com ofertas de empresas de tecnologia), o processo representará o 3º IPO da gestora brasileira Monashees (junto com Méliuz e Enjoei) o 2º da Kaszek (junto com Netshoes), além de uma das primeiras ofertas de ações de uma companhia com receita anual inferior a R$ 100 milhões no Brasil.

Além da GetNinjas, estão na fila de IPOs na B3 mais três empresas ligadas à área de tecnologia: LG Informática, de sistemas de gestão; o site Privalia e o programa de fidelidade Dotz, concorrente da Méliuz.

Por se tratar de um prospecto preliminar, o material não traz detalhes da oferta em si. Mas traz informações sobre o desempenho da companhia.

Criada em 2012 por Eduardo L´Hotellier, a GetNinjas tem 130 funcionários e fechou 2020 com receita operacional líquida de R$ 42 milhões, quase o dobro dos R$ 22 milhões registrados em 2019. Em 2018, o total tinha sido de R$ 13,4 milhões.

O número de profissionais ativos chegou a 112 mil em 2020, e o de serviços prestados dobrou, para 4,2 milhões, impulsionado pela busca de trabalho e também de serviços em meio à pandemia. A recorrência dos profissionais na plataforma chegou a 70% em 2020, mais que o dobro dos 34% registrados em 2017. Em termos de usuários, a divisão é 50/50.

Com isso, o volume de dinheiro transacionado na GetNinjas avançou 54%, para R$ 963 milhões. Ao mesmo tempo, o take-rate subiu 1 ponto percentual, chegando a 4,9%. Com a receita maior, o prejuízo foi reduzido de R$ 3 milhões em 2019 para R$ 890 mil em 2020. Em 2018, o prejuízo tinha sido de quase R$ 7 milhões.

Desde sua fundação a GetNinjas levantou mais de R$ 90 milhões em cinco rodadas de investimento. A soma não considera o valor aplicado pelo corporate venture da Saint Gobain em 2018, cujo valor não foi revelado. A captação mais recente da companhia aconteceu em janeiro/21, com a injeção de R$ 40 milhões pela R6Capital.

A GetNinjas é um dos raros casos de empresas que receberam dinheiro da Kaszek e da Monashees. Os fundos, que disputam o título de principal nome do venture capital na América Latina, investiram R$ 1,2 milhão na rodada seed e fizeram uma série A de R$ 5,9 milhões na companhia em 2012 e 2013, respectivamente. Em 2015, ela ainda levantou uma série B de R$ 25 milhões com a Tiger Global.

A oferta tem como principal vendedor a Fosthall Holdings LLC, uma empresa com sede em Delaware (EUA) que detém 98,60% das ações da GetNinjas. O prospecto não traz detalhes sobre a companhia, mas é de se entender que ela é o veículo usado pelos fundos para investir na GetNinjas, e que a liquidez dele virá daí. A Saint Gobain, que tem 1,39% da companhia, também venderá sua fatia. L´Hotelier, que aparece com 2 ações (0,01% do total), também é um vendedor.

O BTG é o coordenador da oferta, com o J.P. Morgan como agente estabilizador. O UBS BB e o Bradesco BBI são os outros coordenadores. A Laplace Finanças atuou com assessor financeiro.

Leia a íntegra do prospecto preliminar abaixo.