O mercado brasileiro de venture capital encerrou o 1º semestre com recorde histórico de investimentos: US$ 5,2 bilhões. A cifra superou em 45% o total investido em 2020, de US$ 3,5 bilhões. O número inclusive surpreendeu o Distrito, que no mês passado arriscou uma previsão de atingir a cifra de US$ 5 bilhões no fim de 2021.
“Sabíamos que ultrapassaríamos a marca de US$ 5 bilhões, mas não imaginávamos que seria tão rápido”, disse Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, em evento on-line com jornalistas. Segundo ele, depois dessa guinada, o ano deve encerrar com investimentos em torno de US$ 8 bilhões.
Destrinchando os números
Comparando ao mesmo semestre de 2020, houve um crescimento de 295,6% no volume de investimento, além de 83 transações a mais: foram 339 aportes. Só em junho, foram investidos mais de US$ 2 bilhões distribuídos em 63 rodadas de investimento. Nunca antes na história deste país um mês teve tanto dinheiro circulando.
Para surpresa de ninguém, a vertical de fintechs foi a que registrou mais rodadas em junho (15), somando US$ 1,5 bilhão. As hrtechs (aquelas que desenvolvem soluções para a área de recursos humanos) aparecem depois, com 3 rodadas e US$ 220,6 milhões, seguidas por startups de mobilidade e healthtechs.
Muito desse fuzuê todo no mercado, ainda de acordo com Gustavo, se deu por conta de 11 megarodadas feitas no ano, aquelas com investimentos maiores que US$ 100 milhões. Entre elas, destacam-se: a série G do Nubank (US$ 1,15 bi), a série C do Ebanx (US$ 400 mi) e a rodada série B do Mercado Bitcoin (US$ 200 mi).
Noves fora os US$ 1,75 bilhão movimentados nessas 3 operações, a 1ª metade de 2021 soma US$ 3,45 bilhões em recursos investidos o equivalente a quase 98,6% do total de 2020.
Fusões e aquisições
O movimento de fusões e aquisições também continua em polvorosa e a previsão é de ultrapassarmos 250 M&A ao longo do ano. Até o fim de junho já foram realizadas 113 transações, 62 a mais que no primeiro semestre de 2020.
O Distrito credita o bom momento a dois movimentos vistos no mercado. A aceleração da digitalização das grandes empresas, onde parte dessa estratégia é a compra de startups, é um deles. Outro grande movimento são as scaleups, os próprios unicórnios, participando cada vez mais do mercado de fusões e aquisições como forma de acelerar o negócio e trazer mais time.