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Com série A à vista, Ramper adquire Linkseller e entra em CRM

Aquisição visa aumentar o portfólio da Ramper para torná-la uma solução completa de marketing e vendas para o B2B

Vendas
Foto: Canva

A Ramper está de volta às compras. Quatro meses depois de adquirir a LAHAR, a plataforma de prospecção e engajamento de leads fechou a compra da Linkseller, um CRM (sistema gestão de relacionamento com o cliente) de vendas voltado para empresas B2B. O negócio visa aumentar o portfólio da startup para torná-la uma solução completa de marketing e vendas para o B2B.

Com a aquisição, que não teve seu valor revelado, a Linkseller deixa de existir como empresa e seu produto passa a se chamar Ramper Pipeline. Toda a equipe Linkseller será incorporada ao time da Ramper, que chega a pouco mais de 100 colaboradores, e os fundadores Daniel Curvello Moreira e Thales Bessa tornam-se sócios minoritários da martech.

Segundo Ricardo Corrêa, fundador e diretor da Ramper, a decisão de fazer uma aquisição ao invés de desenvolver o próprio sistema CRM dentro de casa foi feita para já entrar no mercado com um produto maduro e validado. “Inbound marketing e CRM são duas vertentes que existem há um bom tempo no Brasil. Os clientes já têm um senso crítico e é difícil entrar nesse espaço com um MVP [Produto Mínimo Viável]”, afirma em entrevista ao Startups.

O executivo acrescenta que no caso do CRM as empresas estão menos suscetíveis a testar um produto experimental, porque a solução impacta a saúde financeira do negócio. “A Ramper é uma empresa com milhares de clientes e errar em alta escala é um risco. Queríamos nos certificar que teríamos um produto preparado para atender suas necessidades”, pontua Ricardo.

A aproximação com a Linkseller aconteceu de forma natural. A startup já era parceira da Ramper e suas soluções estavam integrada à plataforma da martech, assim como outros CRMs e ferramentas de marketing. “Estávamos olhando menos para o tamanho do time, receita da empresa e base de clietes, e mais para trazer o melhor produto possível para resolver a dor dos clientes”, explica o diretor da martech.

A Linkseller foi fundada em 2018 e afirma ter “milhares de usuários ativos”. De acordo com o cofundador Daniel Curvello Moreira, a aquisição foi motivada pelo plano de expansão da empresa. “Acompanhamos a Ramper desde o início de sua jornada e vimos uma oportunidade de acelerar nossos planos fazendo parte de uma empresa que já é líder no mercado B2B e possui milhares de clientes sinérgicos com nosso produto”, diz, em nota. 

Ricardo Corrêa, fundador e diretor da Ramper
Ricardo Corrêa, fundador e diretor da Ramper

Às vésperas da série A

Depois de receber um cheque de R$ 8 milhões no começo do ano passado, liderado pela DOMO com participação da Smart Money Ventures, a Ramper se prepara para colocar mais gasolina no tanque. O diretor Ricardo Corrêa, afirma estar em conversa com fundos de investimento para fechar uma série A até o fim deste trimestre.

“A Ramper está deixando de ser apenas uma plataforma de prospecção digital para se tornar uma ferramenta completa de marketing e vendas B2B. A captação chega para alavancar esse novo posicionamento”, diz o empreendedor.

A startup deve manter seu foco nas pequenas e médias empresas brasileiras e usar o aporte para investir em tecnologia e produto. “Vamos sair de um mercado em que temos a liderança para entrar em um ecossistema muito maior, com competição a nível nacional e internacional. Teremos que trabalhar os nossos diferenciais e alavancar a empresa com essa suíte de produtos”, pontua Ricardo.

Para ele, a vantagem competitiva da companhia é ter as soluções necessárias para fechar todo o looping de marketing e vendas B2B. A estratégia é possibilitar aos clientes a centralização da jornada do lead, do momento que ele é gerado, engajado e qualificado até se tornar um cliente ativado, promovendo níveis de integração mais profundos.

Ricardo ressalta que mais do que ter automação e digitalização, os sistemas precisam gerar inteligência. O objetivo da Ramper é promover a retroalimentação das nossas plataformas. “O setor de marketing e vendas gera informação a todo momento e pouco disso ainda é aproveitado. No futuro, queremos que a venda que acontece no CRM retroalimente as ferramentas de geração de lead com as informações do cliente. Isso rompe fronteiras na área de vendas e faz com que as empresas tomem boas decisões”, afirma.

A startup não tem novas aquisições no radar e pretende focar nos negócios internos nos próximos 12 a 24 meses. A expectativa é quintuplicar a receita recorrente até o fim de 2024. Em março, quando anunciou a aquisição da LAHAR, a Ramper havia anunciado que para 2022 a meta era dobrar de tamanho em relação aos R$ 10 milhões de receita gerados no ano passado.