A vida da Klarna, fintech sueca que atua no modelo “buy now, pay later” (BNPL) — o crediário, numa roupagem digital — continua nada fácil. A startup, que há 2 meses reduziu seu valuation em 85% para conseguir levantar recursos, planeja uma segunda rodada de demissões, 4 meses após ter cortado 10% de sua força de trabalho global.
Segundo reportou o site europeu Sifted, a Klarna confirmou a nova rodada de cortes, dizendo que deve afetar menos de 100 funcionários globalmente. A bomba vem 3 semanas depois que o CEO Sebastian Siemiatkowski disse à Bloomberg que todas as demissões foram feitas e que a empresa estava “avançando”.
Em uma mensagem de vídeo enviada a 500 funcionários no início desta semana, a chefe de operações da empresa, Camilla Giesecke, anunciou que a organização precisava fazer mais cortes em alguns de seus departamentos “para refletir a natureza mais focada da Klarna de hoje”.
Para amenizar a situação, a fintech afirmou que com esses novos “ajustes menores”, pode oferecer uma indenização aos funcionários, que valeria até o dobro de um período de aviso prévio. “Temos o prazer de observar que nossos funcionários continuam sendo muito procurados no mercado de trabalho”, disse um porta-voz. “Nossa avaliação é que pelo menos 70% daqueles que deixaram a Klarna com indenização no início do verão já estão em novos empregos”.
Declínio do reinado
Pioneira em BNPL na gringa, a Klarna se tornou a fintech mais valiosa da Europa no ano passado, sendo avaliada em US$ 45,6 bilhões. Isso depois de receber US$ 639 milhões em um round liderado pelo SoftBank.
No entanto, o reinado vem sendo abalado desde o último semestre. No mês passado, os resultados financeiros da startup revelaram que as perdas mais do que triplicaram para US$ 580 milhões, de janeiro a julho, acima do prejuízo de US$ 168 milhões obtido no mesmo período de 2021.
Para piorar, na mais recente rodada de US$ 650 milhões junto à Sequoia Capital, a fintech sueca reduziu a sua avaliação de mercado para US$ 6,5 bilhões, uma desvalorização de sete vezes. Segundo fontes do mercado, os fundos que participaram do aporte “apertaram” a empresa, que cedeu, passando a foice no seu valor de mercado para conseguir um novo fôlego no caixa.
Fundada em 2005, a Klarna soma mais de 150 milhões de usuários ativos globalmente e atua em 45 mercados com mais de 400 mil parceiros de varejo globais.