Em maio, a infratech Vórtx comprou 51% da Basement, spin-off da plataforma de equity crowdfunding Kria, cujo SaaS foi criado para facilitar a gestão societária e o compartilhamento do equity nas empresas. Com a venda, a Kria não tem mais relação com seu irmão mais novo nas operações, mas está andando muito bem com as próprias pernas.
Além das ofertas realizadas por meio do Kria, a companhia apresentou ao mercado no ano passado a plataforma KRS, cuja infraestrutura tecnológica e jurídica foi criada pela própria startup para oferecer às novas plataformas de equity crowdfunding apoio na realização de ofertas públicas em PMEs. Seu objetivo é democratizar o mercado de capitais e fomentar o acesso de investidores às melhores oportunidades e negócios.
Recentemente, a Kria e o KRS passaram também a oferecer controle de captable dentro das respectivas plataformas, permitindo que os investidores acompanhem suas participações societárias, presentes e futuras.
“A venda do Basement até nos deu mais liberdade para seguirmos na missão de democratizar o mercado de capitais. Temos uma separação mais clara de propósitos e operações”, afirmou a CEO do Kria, Camila Nasser, em conversa com o Startups.
O SaaS adquirido pela Vórtx foi criado em 2018 a partir de uma divisão dos negócios do Kria. Com o apoio de sua nova detentora, o Basement pretende oferecer seus serviços a empresas de capital aberto, mirando inicialmente em companhias pré-IPO. A companhia também quer criar uma plataforma que permita a negociação de participações em empresas de capital fechado no mercado secundário.
Contornando a crise
Embora a crise esteja assombrando o ecossistema e diminuindo o ritmo de investimentos, o Kria já cresceu em 54% o volume captado no ano, até agora, de R$ 13 milhões, comparado com igual período de 2021. Desde sua fundação, em 2014, o Kria já processou mais de 100 ofertas, enquanto a partir de 2017, quando regulado o crowdfunding no país, já foram mais de R$ 60 milhões captados.
Segundo Camila, há 2 anos a companhia se posiciona não em ser a plataforma de equity crowdfunding com mais volume do mercado, mas sim uma operação nichada, mais cautelosa nos investimentos. Na avaliação da CEO, a estratégia tem dado certo.
“Entendemos que se você é muito grande, a necessidade de escala faz com que fale sim para muito negócio que não deveria estar captando investimento, que corre mais riscos. Temos muito mais carinho em anunciar exits do que o quanto foi captado”, diz Camila. Dentre os mais de 10 exits feitos pela plataforma estão a venda da Noknox para o QuintoAndar, da Resale ao BTG e a compra da PetAnjo pela Cobasi.
“Enquanto o mercado de venture capital passa por uma onda de calmaria em 2022, negócios que antes não colocavam o equity como primeira opção na lista, começam a entender o valor de trabalhar com esse modelo como mix de capitais”, finalizou.