Nuseir Yassin é um influencer com mais de 50 milhões de seguidores acumulados em diferentes redes, no mundo todo. Ele construiu a sua base a partir do canal Nas Daily, em que criou um videoblog com conteúdos de apenas 1 minuto. Entretanto, a partir de sua experiência como produtor de conteúdo, ele partiu para um novo passo: o de fundador, criando a Nas.io, plataforma de monetização de comunidades que agora está chegando ao Brasil.
“Criamos uma plataforma para ajudar milhares de produtores de conteúdo a faturarem milhões”, disparou o fundador e CEO, em entrevista ao Startups. “Existe um grande número de criadores no Brasil e poucos deles estão aproveitando para ganhar dinheiro”, completa.
Com isso em mente, a Nas.io colocou a América Latina como um de seus principais focos de expansão para além da Ásia, que é onde a startup está baseada. De origem palestino-israelense, mas com formação em ciência de dados em Harvard, Nuseir fundou sua startup em Singapura, mas a Nas.io também está investindo em operações em mercados emergentes, como Índia.
Por falar em investimentos, a empresa pretende investir pesado para atrair influenciadores brasileiros. Além de contratar um time local (ainda enxuto, de 2 a 3 pessoas, em áreas como suporte de TI e vendas), a startup dedicou tempo e recursos para tropicalizar sua plataforma, com opção de idioma em português e suporte a moeda local. “Vamos suportar pagamentos em Pix nas próximas semanas também”, completa o executivo.
Como o Nas.io funciona
Segundo define a própria startup, o Nas.io funciona como uma plataforma de gerenciamento das comunidades dos criadores de conteúdo, em que eles podem fidelizar e cobrar mensalidades de seus usuários além dos canais como Facebook, Instagram ou Tik Tok. “Com nosso sistema, eles podem construir uma comunidade no WhatsApp, e entregar conteúdos exclusivos para estes fãs pagantes”, explica. Os tais conteúdos exclusivos podem ser os mais variados, como lives fechadas para assinantes, cursos e outros eventos pagos.
Dentro da plataforma, o creator pode coletar mais informações, criar funis de upsell e, ao mesmo tempo, manter os membros envolvidos no seu chat. A startup não cobra pela criação das comunidades nem pelas ferramentas de gerenciamento oferecidas. Ela cobra, entretanto, um percentual de 8% sobre o valor das assinaturas cobradas pelos criadores.
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Segundo o fundador da Nas.io, na América Latina este é um mercado que está apenas “arranhando a superfície”, e tem o potencial de render centenas de milhões. Os dados de mercado comprovam: de acordo com o Goldman Sachs, a economia criadora global vale US$ 250 bilhões em 2023 mundialmente e espera-se que o tamanho do mercado dobre até 2027, para US$ 480 bilhões. Um detalhe: deste bolo, estima-se que até 10% podem sair dos creators brasileiros.
Criando uma comunidade
O desafio atual da Nas.io ao pisar em terras brasileiras é semelhante ao dos influencers que ela está buscando para sua clientela: construir comunidade. De acordo com o Nuseir, o primeiro passo para isso é utilizar a própria base de usuários que ela possui. “Já tínhamos criadores brasileiros utilizando nossa plataforma, e vamos investir em parcerias para trazer mais”, explica.
A empresa não abre o número de clientes que já tem no Brasil ou a que marca pretende chegar, mas segundo Nuseir, o país tem uma grande demanda por estes serviços, e deve trazer um incremento significativo para a base de 500 mil membros que a Nas.io já construiu a nível mundial.
“Temos um produto muito bom e fácil de usar, comparado com outras opções no Brasil, então uma pessoa pode trazer outra pessoa e assim vai”, afirma o CEO, confiando no potencial do boca a boca de sua solução. Entretanto, Nuseir destaca que tem seus milhões separados para impulsionar sua empresa no Brasil e América Latina, onde tem usuários no México, Peru e outros países.
Globalmente, o Nas Company Group (que compreende a Nas.io assim como os canais de conteúdo de Nuseir) tem cerca de 90 colaboradores e já levantou cerca de US$ 23 milhões em investimentos até agora. Então, com essa “bala na agulha”, o plano é crescer rápido na América Latina – o que faz sentido, já que já estão aparecendo startups com propostas semelhantes querendo a sua fatia do bolo – isso sem contar players já estabelecidos como a Hotmart também abrindo portfólio para atender a parte de comunidades.
“O plano é investir agora, contratar pessoas. Não vamos testar o mercado, pois ele é bom e precisa da nossa solução. Nosso objetivo é crescer na América Latina e o Brasil é uma grande parte disso”, finaliza.
