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Creditas está próxima de IPO, mas não será em 2024, diz CEO

CEO fundador da Creditas, Sergio Furio contou que a empresa vai focar em crescimento e em manter o breakeven neste ano

Sergio Furio, CEO da Creditas. (Foto: Divulgação)
Sergio Furio, CEO da Creditas. (Foto: Divulgação)

Uma das principais apostas do mercado para estreias na bolsa este ano, a Creditas vislumbra a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO) no futuro próximo. Mas ainda não em 2024. Em entrevista ao Startups, o fundador e CEO da fintech, Sergio Furio contou que a prioridade é manter as contas equilibradas – o tão perseguido breakeven – e fazer a empresa “caminhar com as próprias pernas”.

Como a última rodada de investimentos foi em janeiro de 2022, a companhia também projeta uma nova rodada de captação e de fundos para financiar suas operações neste ano. “Em 2024, devemos atacar uma taxa média de crescimento de 35% ao ano, o que basicamente fará com que a Creditas dobre de tamanho a cada dois anos e meio. Queremos reinvestir o lucro e fazer com que a empresa cresça com seu próprio capital”, disse o CEO.

Para Sergio, a realização de um IPO “não se faz da noite para o dia”, mas depende das condições de mercado, tanto quanto das condições da empresa. E se, por um lado, a Creditas está próxima do cenário ideal para abertura de capital, o momento do mercado ainda não está favorável, apontou o executivo.

Os cortes nas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos são fatores que favorecem a companhia. Para o negócio, juros mais baixos atraem mais clientes para os produtos de crédito e reduzem a inadimplência. Já a captação de recursos ganha com investidores buscando maiores retornos, uma vez que a renda fixa passa a oferecer remunerações menores. “Estou vendo uma mudança positiva rápida no mercado, a impressão é que está se abrindo, ficando mais aquecido. Mas ainda em compasso de espera com os juros nos Estados Unidos”, afirmou Sergio.

Creditas em Wall Street

O CEO antecipou que uma possível abertura de capital da Creditas aconteceria nas bolsas americanas, e não no Brasil. Isso porque boa parte dos investidores da startup já é do exterior. No entanto, ele destaca que o investidor internacional tem andado mais cauteloso, e tende a buscar empresas mais robustas neste momento.

“Temos a sensação de que o mercado está buscando empresas com um certo tamanho, que faturem a partir de US$ 500 milhões a US$ 700 milhões ao ano. A Creditas fatura cerca de US$ 400 milhões. Estamos pertinho, mas com pouca pressão. Estamos bem capitalizados e com o breakeven temos menos urgências de fazer captações”, destacou.

A Creditas aproveitou os últimos dois anos para “arrumar a casa” e focar nos negócios que eram mais relevantes. Foi o caso da mudança no modelo do Creditas Auto, por exemplo, que resultou em demissões no ano passado.

O mais recente relatório financeiro da empresa, referente ao terceiro trimestre de 2023, apontou para um faturamento de R$ 482 milhões, crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2022. Já o lucro bruto da companhia ficou em R$ 170,9 milhões, um aumento de 219% sobre o terceiro trimestre do ano anterior.