A Creditas, fintech de crédito com garantias, teve prejuízo líquido de R$ 245,6 milhões no terceiro trimestre. O resultado teve melhora em relação ao trimestre anterior, mas as perdas cresceram 66% ante igual período de 2021. No acumulado do ano, o prejuízo soma R$ 858 milhões.
Entre julho e setembro, as receitas da fintech fundada por Sergio Furio chegaram a R$ 484,2 milhões, quase o dobro (alta de 98%) em comparação com o mesmo intervalo de 2021, apesar da redução das taxas de crescimento da carteira de crédito e do “forte impacto” da deflação nas receitas do terceiro trimestre. De janeiro a setembro, as receitas chegaram a R$ 1,3 bilhão, incremento de 173% ante igual período de 2021.
Apesar do número negativo na última linha do balanço, a empresa segue apresentando melhora na relação resultado líquido/receita. O indicador, que chegou a ser de -100,7% no quarto trimestre de 2021, passou para -86,1% no período de janeiro a março deste ano, para -61,2% de abril a junho e atingiu -50,7% ao final de setembro.
A carteira de crédito, por sua vez, atingiu R$ 5,6 bilhões no terceiro trimestre, alta de 90% ante mesmo intervalo de 2021. A nova originação (incluindo crédito e prêmios de seguros) bateu R$ 951 milhões, contra R$ 928 milhões no terceiro trimestre do ano passado.
Em comunicado publicado no site de RI, a Creditas diz manter a posição como uma empresa de alto crescimento, enquanto se movimenta para a lucratividade no próximo ano. “Uma nova era está surgindo e nossa indústria de tecnologia está caminhando para fazer mais com menos e focando nos fundamentos”, escreve a companhia, citando a conjuntura de incertezas políticas e fiscais e o cenário global de liquidez reduzida.
No texto, a fintech comenta que continua executando seu plano de rentabilidade, traçado em março. “Estamos aumentando com sucesso a eficiência, a alavancagem operacional e a reavaliação do portfólio”, escreve a empresa. E acrescenta: “Agora estamos originando empréstimos com as margens projetadas mais altas que já vimos para trazer nosso lucro bruto de volta aos níveis normais e, embora a melhoria no terceiro trimestre seja limitada devido a um impacto temporário de deflação no portfólio de home equity, estamos vendo muito mais tendências robustas no quarto trimestre que continuarão até 2023.”
Segundo a fintech, a qualidade do crédito permanece forte devido ao foco no crédito colaterizado e nos clientes de alta qualidade. Com um crescimento mais “modesto” do portfólio, a empresa diz continuar os esforços para a redução do custo de aquisição de clientes (CAC) e a otimização do fluxo de caixa e retorno sobre o capital.
No comunicado, a Creditas atualiza suas ações já informadas no trimestre anterior. Entre elas, acelerar a reprecificação da carteira de crédito, manter o crescimento da carteira alto e sustentável, aumentar o lucro bruto, reduzir o CAC e racionalizar as despesas gerais.
Fundada em 2012, a Creditas (que começou como BankFacil) nasceu fazendo crédito com garantia de imóveis e veículos e nos últimos anos vem diversificando sua atuação. Atualmente, opera com três ecossistemas: auto, imóveis e benefícios corporativos.
Em sua história, levantou US$ 879 milhões em seis rodadas de investimento. Na última captação, foi avaliada em US$ 4,8 bilhões.