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Creditas tem receita recorde no 3T24, mas mantém resultado negativo

Depois de ter registrado lucro líquido positivo pela primeira vez no 1T24, empresa voltou a ter lucro negativo no 2T24 e no 3T24

Creditas
Creditas. Foto: Reprodução/Canva

A Creditas registrou números recorde no balanço financeiro do terceiro trimestre, divulgado nesta quarta-feira (13). O destaque foi para a receita de R$ 517,4 milhões, um reflexo da reprecificação da carteira, iniciada em 2022, e pelo aumento do volume de originação.

Depois de ter registrado lucro pela primeira vez no primeiro trimestre do ano, porém, a empresa voltou a ter resultado negativo no 2T24, o que se manteve no terceiro trimestre. O lucro líquido ajustado foi negativo em R$ 29,6 milhões, de acordo com o último balanço.

O lucro bruto, por sua vez, atingiu um recorde histórico de R$ 237,4 milhões, com margem de 45,9%, acima da faixa de 40%-45% esperada há dois anos, “reforçando os resultados das mudanças estratégicas implementadas nos últimos anos, como o ajuste na estrutura de financiamento de empréstimos”, segundo a companhia.

O resultado operacional negativo de R$ 7 milhões, de acordo com a Creditas, está “dentro da meta de rentabilidade”. “A empresa mantém um fluxo de caixa positivo desde o final de 2023, o que lhe permite financiar o seu crescimento sem necessidade de capital externo”, ressalta a companhia em comunicado ao mercado.

A Creditas informa ainda que não planeja otimizar os níveis de lucro líquido no curto prazo. Segundo a companhia, o lucro líquido nos moldes do relatório não reflete com precisão o valor econômico gerado pela sua carteira de empréstimos.

“De acordo com as IFRS (Normas Internacionais de Relatório Financeiro), todos os Custos de Aquisição de Clientes e uma parte significativa das provisões de crédito futuras são reconhecidos antecipadamente, enquanto o reconhecimento das margens dos nossos produtos é adiado devido ao prazo médio de sete anos”, explica.

Além disso, a empresa justifica que seu foco é na criação de valor a longo prazo, o que pode não necessariamente se correlacionar bem com a otimização dos lucros a curto prazo. “Acreditamos que os investimentos que estamos fazendo atualmente proporcionam um retorno significativo ao longo da vida dos nossos empréstimos”, diz a Creditas.

A companhia destaca ainda que, devido à antecipação das disposições das IFRS e de outros itens não monetários, o seu fluxo de caixa difere dos seus níveis de rendimento líquido, “pelo que as nossas decisões de investimento e crescimento podem não se basear exclusivamente em métricas contabilísticas”.