O valor do Bitcoin atingiu, nesta quinta-feira (5), um recorde histórico ao superar pela primeira vez a marca de US$ 100 mil. Às 9h45, a criptomoeda era negociada acima de US$ 102 mil, após alcançar um pico de US$ 103 mil durante a madrugada. Segundo analistas ouvidos pelo Startups, porém, as expectativas são de que o ativo se valorize ainda mais.
Desde a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, o bitcoin tem quebrado recordes diários, ganhando destaque no mercado e impulsionando o setor de criptomoedas. A tendência de alta foi acelerada pelo anúncio de mudanças no cenário regulatório dos EUA, gerando grande expectativa entre investidores e analistas financeiros.
A recente valorização do Bitcoin foi uma reação à nomeação de Paul Atkins, defensor de criptoativos, para liderar a Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O anúncio foi feito na tarde de ontem pelo presidente Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro.
“Este é um capítulo notável na trajetória do Bitcoin, mas não o desfecho. Estamos ainda nos estágios iniciais de sua adoção e acreditamos que o melhor está por vir. Este marco reflete uma nova confiança no ecossistema cripto, incluindo contratos inteligentes, finanças descentralizadas, Web3 e sua interseção com a IA. O caminho à frente exigirá a mesma convicção e trabalho árduo que trouxeram o Bitcoin até aqui, e estamos empolgados em ajudar os investidores a acessar essa oportunidade”, afirmou Samir Kerbage, CIO da Hashdex.
A confirmação de Atkins como futuro presidente da SEC encerrou especulações e foi amplamente recebida com entusiasmo, principalmente por investidores do setor de criptomoedas.
Atkins, do Partido Republicano, substituirá o democrata Gary Gensler, que adotou uma postura rígida na fiscalização do mercado, incluindo ações contra grandes nomes como Coinbase e Ripple. A transição para uma liderança mais flexível, alinhada ao pensamento de Trump, reflete as promessas do ex-presidente de flexibilizar as regras para o setor e impulsionar o uso de ativos digitais no país.
Em uma publicação na rede social Truth Social, criada pela Trump Media & Technology Group (TMTG), Trump afirmou que Atkins “reconhece a importância dos ativos digitais para tornar a América ainda mais forte,” o que alimentou ainda mais as expectativas em torno do crescimento dos criptoativos no cenário econômico global.
Segundo Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin (MB), a alta histórica do Bitcoin é um marco psicológico que consolida o ativo como peça central no mercado financeiro global e destaca sua relevância em economias emergentes como a brasileira.
“Esse momento é impulsionado por fatores como as expectativas de um ambiente regulatório mais favorável nos EUA, incluindo a mudança na liderança da SEC e a possibilidade de bancos americanos custodiarem criptoativos. A entrada de players institucionais e o sucesso de ETFs de Bitcoin à vista já mostram que o mercado está deixando de ser alternativo para se tornar mainstream”, diz.
Apesar da euforia, ele lembra que o mercado de criptomoedas é volátil e resistências como a marca de US$ 100 mil podem gerar realização de lucros no curto prazo. Ou seja, a criptomoeda pode registrar quedas nos próximos dias.
“Mas superar máximas históricas também atrai novos investidores e reafirma a força do Bitcoin como reserva de valor em tempos de incerteza econômica global”, ressalta, Fabricio, que acrescenta: “O rompimento de US$ 100 mil não é o destino final. É apenas o começo de uma nova era para o Bitcoin, conectando mercados, economias e investidores em uma revolução financeira global”.