A Nvio Brasil, subsidiária no país da corretora mexicana de criptomoedas Bitso, recebeu autorização do Banco Central (BC) para operar como instituição de pagamento (IP) no mercado local. O aval é para as modalidades de emissor de moeda eletrônica (pode gerir contas de pagamento pré-pagas) — e também emissor de instrumento de pagamento pós-pago (por exemplo, cartão de crédito).
De acordo com o despacho publicado nesta quinta-feira (23) no Diário Oficial da União, a IP da Bitso larga com capital social relevante, de R$ 65,9 milhões. Com sede em Osasco, a instituição de pagamentos da companhia tem como controladores os cofundadores da exchange Daniel Vogel (CEO global), Pablo Gonzalez e Benjamin Peters.
Em nota enviada ao Finsiders, Thales Freitas, CEO da Bitso Brasil, avalia que ter essa chancela do mercado é uma conquista importante na jornada de crescimento da companhia e “reafirma o reconhecimento” como uma empresa de serviços financeiros baseados em cripto.
“Temos trabalhado junto aos governos e reguladores para construir de forma colaborativa o melhor caminho para levar mais inclusão financeira aos brasileiros e comemoramos hoje mais um passo importante que nos habilita a oferecer cada vez mais serviços em benefício das pessoas e empresas no país”, diz ele.
Fundada em 2014 na Cidade do México e atualmente com mais de 6 milhões de clientes na América Latina, a Bitso estreou no mercado brasileiro em 2020 com foco em investidores institucionais. No ano seguinte, passou a atender clientes de varejo. Ainda em 2021, a empresa levantou sua rodada Série C de US$ 250 milhões, sendo avaliada em US$ 2,2 bilhões.
Fazem parte do captable da companhia investidores como Tiger Global Management, Valor Capital Group, Kaszek, Coatue, QED Investors, Pantera Capital, entre outros. Segundo o Crunchbase, a Bitso levantou US$ 314,5 milhões em sua trajetória.
Tem mais empresa de cripto na fila
O pedido da Bitso para ter a licença de IP no Brasil foi noticiado em novembro do ano passado pelo portal parceiro Blocknews. Na ocasião, o CEO e cofundador da exchange mexicana, Daniel Vogel, disse que o plano por aqui é aumentar a oferta de serviços que estão conectados à realidade financeira dos usuários. Ísso significaria caminhar para algo mais próximo a um banco digital.
Além da Bitso, as também exchanges Ripio — de origem argentina — e Mercado Bitcoin estão entre as empresas que pediram autorização do regulador brasileiro para se tornarem instituições de pagamento. Outras companhias com atuação no segmento, como Crypto.com e Cloudwalk, já têm a licença de IP.