Cripto

Méliuz aprova aplicação de até 10% do seu caixa em Bitcoin

Companhia quer adotar o Bitcoin como seu "principal ativo estratégico", na expectativa de colher um retorno de longo prazo

Meliuz
Méliuz. Crédito: Divulgação

A Méliuz passou a incluir o Bitcoin como “estratégia de tesouraria” e poderá ter até 10% do seu caixa aplicado na moeda digital. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (06) em comunicado enviado aos acionistas e tem como objetivo obter um “retorno de longo prazo”.

O primeiro investimento da companhia em Bitcoin já foi realizado, com a compra de 45,72 moedas por um total de aproximadamente US$ 4,1 milhões – a um preço médio de US$ 90.296,11 por Bitcoin, segundo a Méliuz.

O anúncio chega na mesma semana em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que criará uma reserva estratégica de Bitcoin para tornar o país “a capital das criptomoedas no mundo”. Em uma postagem no domingo em sua rede social, ele acrescentou que também incluiria as moedas Ethereum, XRP, Solana e Cardano.

Depois disso, o preço da moeda disparou na segunda-feira, superando a marca dos US$ 92 mil – nesta quinta-feira, porém, o Bitcoin já voltou para o patamar de US$ 90 mil.

Mudanças na Méliuz

Para viabilizar as aplicações em Bitcoin, o Conselho de Administração da Méliuz também aprovou algumas mudanças. A Política de Gestão de Liquidez da Companhia, por exemplo, agora passa a se chamar Política de Aplicações Financeiras.

Além disso, será criado um Comitê Estratégico de Bitcoin, que irá prestar apoio à análise de viabilidade da ampliação da estratégia, a operacionalização das compras e à criação de diretrizes e governança específicas.

No comunicado enviado aos acionistas, o presidente do Conselho de Administração, que hoje é Israel Salmen, fundador da Méliuz, afirma que o Bitcoin é “o melhor caminho para a companhia”.

“Muitas pessoas enxergam o Bitcoin como um ativo de alto risco. O que é mais arriscado:
manter reservas em dinheiro sujeito a desvalorização devido a políticas públicas de forte
expansionismo monetário ou investir em um ativo verdadeiramente escasso, que
valorizou nos últimos 10 anos cerca de 77% ao ano em dólar”, questiona o presidente do Conselho, destacando que o ativo se valorizou cerca de 92% ao ano nos últimos 10 anos frente à moeda brasileira.

Bitcoin como principal ativo

Mas as aplicações da companhia em Bitcoin podem não parar por aí. De acordo com o comunicado, a Méliuz vai avaliar a possibilidade de ampliação dessa estratégia, inclusive com a adoção do Bitcoin como principal ativo estratégico da tesouraria da companhia.

Também serão analisadas possíveis formas de geração incremental de Bitcoin para os acionistas, seja por meio da alocação de caixa, do fluxo de caixa operacional ou de outras iniciativas estratégicas. Além disso, a companhia vai avaliar se será necessário fazer alterações em seus documentos societários, políticas e procedimentos internos, incluindo estruturas e política de gerenciamento de riscos.

As definições a respeito desses pontos serão divulgadas em fato relevante, dentro de 45 a 60 dias.

“Acreditamos que a adoção de uma estratégia de tesouraria focada no acúmulo do Bitcoin é uma boa estratégia de alocação de capital para gerar valor para os nossos acionistas. Empresas ao redor do mundo já reconheceram o potencial do Bitcoin. A Strategy (antiga MicroStrategy) nos Estados Unidos e a Metaplanet no Japão foram pioneiras na adoção do Bitcoin como principal ativo estratégico de tesouraria, e na estratégia de acumulação de Bitcoin e a partir disso fortaleceram seus negócios, transformando o Bitcoin em um pilar estratégico de suas tesourarias”, diz o comunicado.