As stablecoins podem gerar uma demanda adicional de US$ 1,4 trilhão por dólares americanos até 2027, disse o JPMorgan em nota nesta terça-feira. Como são lastreadas em moeda fiduciária, cada uma dessas criptomoedas é garantida por uma reserva equivalente em moeda tradicional. Por isso, segundo, a instituição, o crescimento da adoção de stablecoins atreladas ao dólar tem o potencial de reforçar o papel da moeda americana nas finanças globais.
O mercado de stablecoins vale atualmente US$ 260 bilhões, mas pode crescer para até US$ 2 trilhões em seu cenário de ponta, de acordo com o JPMorgan. A maior stablecoin atualmente é a USDT, emitida pela plataforma de blockchain Tether.
“Dado que ~99% do fornecimento total de stablecoins está atrelado a 1:1 em relação ao dólar, o crescimento do mercado de stablecoins implica necessariamente alguma demanda pelo dólar”, aponta o JPMorgan por meio de nota.
No entanto, embora a maior parte das stablecoins seja em dólar atualmente, já existem movimentações de outros países para criar stablecoins atreladas às suas moedas. No Brasil, por exemplo, já existem criptomoedas com relação de 1:1 com o real, como a BRZ, emitida pela Transfero, e a BRL1, emitida pela Polygon.
Na Europa, um consórcio de nove bancos está formando uma nova empresa para lançar uma stablecoin lastreada em euros, como uma forma de reduzir a hegemonia dos Estados Unidos no mercado digital. O Banco Central Europeu também tem acelerado os planos de lançamento do Euro Digital e já anunciou acordos com parceiros tecnológicos para o projeto.
A medida vem alguns meses depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar uma lei que regulamenta as stablecoins, exigindo que essas moedas sejam lastreadas por ativos líquidos, como dólares e títulos do Tesouro americano de curto prazo, e que os emissores divulguem publicamente a composição de suas reservas mensalmente.