Crise

Alívio: correntistas receberão todo seu dinheiro do Silicon Valley Bank

Anúncio foi comemorado pelo mercado já que a quebra do Silicon Valley poderia deixar sem dinheiro muitos investidores e startups

Alívio: correntistas receberão todo seu dinheiro do Silicon Valley Bank

Depois de anunciar que iria salvar o Silicon Valley Bank, o governo dos EUA foi lá e salvou o Silicon Valley Bank. Em comunicado conjunto da secretária do Tesouro, do presidente do Federal Reserve e do FDIC, o governo anunciou agora pouco o encerramento definitivo das operações do banco com devolução completa de todos os recursos detidos por correntistas da instituição. O anúncio foi comemorado pelo mercado já que a possibilidade de que investidores e startups ficassem sem dinheiro com a quebra da instituição vinha assombrando a todos desde quinta-feira. “Hoje todo mundo dorme”, disse uma gestora.

“Hoje estamos tomando ações decisivas para proteger a economia dos EUA ao fortalecer a confiança pública no nosso sistema bancário. Esse passo vai garantir que o sistema bancário dos EUA conntinue a desmepenhar seus papéis vitais de proteger deepósitos e oferecer acesso a crédito para habitação e negócios de forma que promova crescimento econômico sustentável”, informou o comunicado.

O material diz que depois de receber recomendações do FDIC e do Federal Reserve, e de consultar o Presidente, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, aprovou ações para completar o encerramento do SVB de forma que completamente proteja os seus clientes. “Os depositantes terão acesso a todo o seu dinheiro a partir da manhã de segunda, dia 13 de março”, diz o material. Os únicos que não serão “salvos” serão acionistas e detentores de alguns títulos de dívida do banco. A liderança da instituição também ficará de fora.

O material não deixa claro o que ficou acertado para os pagamentos. O que se sabe é que o governo vinha tendo tratativas com outras instituições para vender ativos do SVB. De acordo com o governo, os cidadãos não serão onerados com o ressarcimento dos recursos do banco. A conta de qualquer perda relacionada ao pagamento a quem tinha recursos acima do limite previsto pelo FIDC (até US$ 250 mil) será dividida por um rateio entre bancos.

A pressa do governo americano em resolver a situação estava muito ligada ao risco de as empresas ficarem sem caixa para fazer o pagamento dos salários de seus funcionários no próximo dia 15, quando muitas fazem o acerto de meio do mês. Também havia um medo enorme de contaminação de todo o mercado por conta da crise de confiança gerada pela quebra do SVB.

Falando nisso, no comunicado sobre o banco das startups, o governo aproveitou para falar sobre o fechamento do Signature Bank, o 29 maior banco dos EUA, que sofreu intervenção no fim de semana. É cobertor curto que chama? Mas pelo menos o dinheiro dos VCs e das startups está assegurado.

Quem paga a conta?

Apesar de o governo dizer que os contribuintes não vão ficar com a conta do fechamento do SVB, no fim, é aquelas: não tem almoço grátis. Alguma tarifa nova será criada em algum momento para compensar essa brincadeira.

A questão que vem agora é se haverá comprador ou compradores para as operações do SVB, e quem vai preencher o vácuo que ser deixado pela instituição no setor de tecnologia.

Pelo menos, a recessão agora segue em ritmo normal, como disse um fundador. E já dá pra gastar o dinheiro comprando champagne pra comemorar mais um dia de sobrevida.