Crise

Silicon Valley Bank: Cuidado com o que você lê e compartilha por aí

Episódio do Silicon Valley Bank reforça que, mesmo com boas intenções, compartilhar que gera desinformação, pode ter resultados muito ruins

Pare
Pare

Momentos de muito stress e comoção são terreno fértil para a criação e disseminação de informações fora de contexto e falsas. E a quebra do Silicon Valley Bank encaixou perfeitamente na receita: um evento de grandes proporções, com muitos interesses envolvidos e com um fluxo de comunicação descentralizado.

Desde quinta-feira (dia 10), a quantidade de mensagens em grupos de WhatsApp, posts nas redes sociais e notícias em portais especializados e também de alcance geral tem sido enorme, com informações e teorias das mais variadas.

Ontem (sábado, 11), começaram a circular duas listas: uma sem data nem fonte com empresas de tecnologia brasileiras e outra, com o logo de uma consultoria, mas sem data, com fundos que teriam dinheiro bloqueado no SVB. O temor gerado foi o de que estes nomes estariam prestes a quebrar nos próximos dias.

Graças ao governo dos EUA esse risco foi eliminado já que, agora, os clientes vão receber tudo o que tinham depositado no banco. Mas o episódio serve para um bom alerta: cuidado ao compartilhar conteúdos recebidos em grupos e redes sociais. É sempre prudente verificar as fontes, ver se o material está no contexto certo e se está no prazo correto. Mesmo com boas intenções, compartilhar um conteúdo falso, ou que gera desinformação, pode ter resultados muito ruins.

Sem relação com o Silicon Valley Bank

Com a circulação dos conteúdos até em grupos de fora da bolha das startups, algumas empresas se manifestaram sobre o assunto.

O Nubank soltou comunicado ao mercado ontem mesmo (11) dizendo que “nem a Companhia nem nenhuma de suas subsidiárias têm qualquer exposição ao Silicon Valley Bank“.

Nas redes sociais, a Foxbit disse que nunca teve conta ou relação com o Silicon Valley Bank.

Procurada, a Vindi também disse que nunca teve dinheiro no SVB.

A fintech Conta Simples, que não foi citada na lista, mas vem recebendo questionamentos pelas redes sociais pelo medo de efeito nos bancos digitais, disse em comunicado que não tem nenhum “vínculo operacional, estratégico ou financeiro com o Silicon Valley Bank”. “Sendo assim, estamos livres de qualquer risco em relação ao tema. Informamos ainda que trabalhamos e prezamos sempre pela segurança e credibilidade com nossos clientes”, escreveu a companhia.

Investidores

Do lado a lista de investidores, o Startups apurou que ela está desatualizada, representando posições existentes antes da quebra do banco. Isso significa que ela não representa a posição atual, que pode ter mudado com os pedidos de saque feitos entre quinta e sexta.

“A maioria são fundos que tinham outros bancos e nem usavam o SVB como banco principal e mesmo os que usavam, em sua grande maioria, tiraram o dinheiro de lá nas últimas semanas, não dá para usar como base de nada”, disse Bernardo Brites, fundador da Trace Finance, que tem participado ativamente das tratativas de saque de dinheiro feitas por startups no SVB desde quinta (10).