A Irani Ventures, veículo de CVC da empresa gaúcha de embalagens sustentáveis, já está no mercado desde 2021, e já investiu cerca de 5 milhões até hoje. Entretanto, agora a companhia quer iniciar um novo ciclo com sua estratégia de corporate venture capital, e para isso chamou um player com histórico quando o assunto é CVC para indústrias de grandes empresas: a Valetec.
“Queremos levar nossa atuação como venture capital a outro patamar, para sermos mais disruptivos e termos um fundo ainda mais robusto”, dispara Andrea Quintana, Gerente de Marketing e Inovação da Irani, em conversa em primeira mão com o Startups.
Ao falar em um fundo mais robusto, Andrea também está falando em cheques mais polpudos. No agora chamado “primeiro ciclo” da Irani Ventures, o veículo ficava em cheques mais modestos, sendo coinvestidor em rodadas mais early stage – de pré-seed ou seed. Até então, a gestora parceira da Irani no veículo era a Grow+.
Foram quatro investidas nos três anos de atuação do veículo: a Trashin, de gestão de resíduos; a Growpack, de embalagens biodegradáveis; a Vertown, de rastreamento de resíduos; e Mush, de novos materiais com base em fungos.
Segundo pontua Andrea, as quatro startups somaram um total de R$ 5 milhões em investimentos. “Tínhamos R$ 10 milhões alocados para este primeiro ciclo, mas por questões de oportunidade, acabamos utilizando só a metade”, explica a executiva.
Subindo a régua
Entretanto, agora com a parceria com a Valetec, o plano é subir a régua, aumentando o valor dos cheques e participando de rodadas maiores – segundo Andrea, o plano é continuar como coinvestdor, mas participando de deals de série A ou B.
De acordo com a gerente, o tamanho dos cheques ou do valor alocado para o veículo ainda não foi definido, pois o trabalho com a Valetec está em fase inicial e ainda em discussão no conselho da Irani. Entretanto, ela adiantou para a reportagem do Startups que o plano é aumentar substancialmente em relação aos cheques médios de R$ 1 milhão que foram assinados no “primeiro ciclo” do CVC.
Além disso, o plano da nova Irani Ventures é focar em negócios mais maduros e que tenham maior aderência com o core business da Irani. “No primeiro ciclo, investimos de forma mais abrangente, passamos por um momento de modelagem e validação de nossa tese. Agora ajustamos o foco e queremos aumentar a conexão das startups diretamente dentro das oportunidades de negócio da Irani“, explica Andrea.
Atualmente, das quatro investidas, apenas uma delas – a Growpack – atua dentro da cadeia de valor da Irani e, para o novo ciclo, é ter mais empresas conectadas, inclusive criando possibilidades de M&As no futuro. “Vamos olhar para iniciativas com uma maturidade maior, para uma tração e alvancagem mais rápida”, pontua Andrea. Aliás, segundo a gerente, a tese revisada do CVC também avalia possíveis aportes em startups de fora do Brasil.
Primeiras ações
Conforme explica Peter Seiffer, CEO e fundador da Valetec, dentre as primeiras ações da gestora nesta jornada com a Irani está o aprofundamento na análise das startups já investidas, para entender como apoiá-las em seus planejamentos estratégicos e nas oportunidades de inovação e criação de sinergias.
“Vamos desenvolver e executar um plano de sinergia que gere valor estratégico para ambas as partes. Com isso definido, começaremos a fazer novos investimentos”, explica o CEO, em comunicado.
No cockpit do CVC da Irani, a Valetec traz seu histórico com grandes empresas do país, com um portfólio que soma mais de R$ 1 bilhão em ativos geridos. Na carteira da gestora estão CVCs com empresas como Eurofarma (Neuron Ventures), Vibra, Locaweb (LW Ventures) e Ânima Educação (Ânima Ventures), entre outros.
Com um parceiro com um track record mais robusto, atualmente o veículo está redefinindo “a quatro mãos” a sua tese e temáticas. “Queremos lançar o veículo oficialmente no começo do ano que vem e, se possível, já com a primeira startup investida”, finaliza Andrea.