A GS1 Brasil, braço nacional da associação que padronizou globalmente o uso de código de barras nas últimas décadas, está lançando um CVC no país. Aliás, é o primeiro veículo do tipo para a associação, que tem seu foco em automação industrial e do varejo, com presença em mais de 150 países.
Batizado de GS1 Brasil Venture, o CVC tem como base investir em startups em variadas fases de amadurecimento, mas que tenham soluções voltadas para a automação da cadeia produtiva, da indústria ao varejo.
A parceria da entidade na criação do veículo é a gaúcha Ventiur Smart Capital, que já tem iniciativas de CVC com nomes como Panvel e Sicredi.
A GS1 Brasil não abriu informações sobre o tamanho de seu CVC, ou qual os valores dos cheques que serão assinados. Entretanto, a companhia destacou em nota que os valores serão substanciais para “dar suporte” aos negócios, mas dependerão da avaliação do potencial de cada startup.
Entretanto, o que foi revelado foram as áreas de interesse do fundo: retailtech, logtechs, foodtechs, fintechs e edtechs, especialmente com foco em B2B ou B2B2C. O foco vai desde negócios em estágio inicial até os que já iniciaram sua fase de escala, indo dos mil aos dez mil clientes.
“Iniciativas que melhorem a eficiência da cadeia de suprimentos, integração de marketplaces, ou que ofereçam soluções disruptivas para os padrões globais de identificação também são prioridade. Estamos em busca de projetos que tragam avanços tecnológicos e novas soluções para o mercado, com foco em inovação e impacto positivo”, destacou a GS1 em nota.
Além dos aportes financeiros, o fundo pretende atuar em outras frente para acelerar suas investidas, colocando o smart money para funcionar por meio de mentorias, conexão com outros players do setor e integração com empresas que fazem da associação.
No caso da GS1 Brasil, são cerca de 58 mil empresas associadas – é a quinta maior operação da GS1 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão e Alemanha.
“Para isso, vamos fornecer todo o conhecimento de uma associação global, presente em mais de 150 países e que atua em 40 setores da economia”, afirma João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil, em comunicado.
Além de gerar negócios e sinergias com suas empresas associadas, que também podem ser investidoras ou compradoras de startups aceleradas, o fundo chega como uma possível nova uma fonte de receita para a associação.
De acordo com a GS1 Brasil, o período de investimento para cada startup será de 3 anos, com 1 a 3 startups sendo selecionadas em cada ciclo de investimento.
Para se aproximar das startups (e potenciais investidas), a GS1 Brasil lançou uma chamada aberta em seu site. Além disso, a Ventiur dará o suporte na busca ativa por oportunidades de investimento.
“O que queremos propor é um modelo de inovação com startups e todo ecossistema; temos como meta solucionar problemas das empresas com inovação e soluções mais conectadas. O resultado desse grande programa visa gerar benefícios para todos os nossos associados”, complementa Oliveira.