A Oxygea, veículo de corporate venture capital (CVC) e venture building da Braskem, continua fazendo anúncios sobre como atuará daqui pra frente. Agora, a empresa firmou uma parceria com a norte-americana Touchdown Ventures para a co-gestão de seu fundo voltado a startups globais – e que tem US$ 100 milhões na conta.
Segundo destacou a Oxygea em nota, o foco do fundo é investir em startups com soluções de neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável, novos materiais e transformação digital, abrangendo smart factory, analytics e big data. A parceria já estava em alinhamento desde o fim do ano passado e seus primeiros aportes devem rolar até o fim de 2023.
O foco são investimentos em séries A e B, com aportes que variam entre US$ 1 milhão a US$ 5 milhões inicialmente, com oportunidade para investimentos subsequentes. Apesar de ser um fundo de escopo global, o olhar será voltado às startups nas regiões da América do Norte, Europa, Israel e América Latina. Entretanto, segundo destacou a Portfolio Manager da Oxygea, Livia Hallak, em entrevista ao Startups em maio, o foco principal está em oportunidades no exterior, onde as tecnologias de impacto buscadas pela empresa estão em um estágio mais maduro.
Ao trazer a Touchdown como co-administradora do fundo, a visão da Oxygea é se beneficiar do conhecimento da gestora em CVCs, e suas habilidades de scouting, negociação e due dillgence na hora de fazer o fit com o veículo da Braskem. Na lista de empresas atendidas estão nomes como T-Mobile, Kellogs, Bentley e Fox, entre outras. A empresa mantém escritórios em Los Angeles, Filadélfia e São Francisco.
“Acreditamos estar unindo a expertise técnica e a potencialidade da indústria para apoiar empreendedores a construir grandes negócios que gerem impacto positivo. Estamos entusiasmados em alavancar os recursos confiados à Oxygea para impulsionar soluções sustentáveis e que provoquem transformações significativas no futuro do setor”, ressaltou Artur Faria, CEO da Oxygea, em nota.
“As corporações latino-americanas têm uma oportunidade notável de gerar valor mútuo com startups por meio de Corporate Venture Capital”, disse Scott Lenet, cofundador e presidente da Touchdown. “O compromisso da Oxygea com a sustentabilidade e o investimento em inovação é um sinal promissor para o relacionamento entre corporações, fundos e startups.”
Apesar da parceria com a Touchdown ser um passo firme para a estratégia internacional da Oxygea, esse não foi o primeiro movimento baseado nessa tese. Há duas semanas, a Oxygea anunciou um investimento de US$ 2 milhões para lançar no mercado norte-americano a startup Xtellar, combinando a divisão de materiais 3D da Braskem e a Taulman3D, empresa de materiais alternativos comprada pela Braskem no ano passado.
E o Brasil?
Se a Oxygea tem US$ 100 milhões para investir globalmente, no Brasil a estratégia é outra. Na verdade, a Braskem separou US$ 150 milhões para a Oxygea – e estes US$ 50 milhões a mais ficarão no Brasil, de olho em startups de estágio inicial, através da aceleradora Oxygea Labs.
O Labs já fez seu primeiro anúncio no começo do mês selecionando seis startups para seu primeiro programa: Growpack (SP), BioReset (SP), Embeddo (RJ), LogShare (SP), Cognitive (SP) e IQX (SP).
As selecionadas terão acesso ao time Oxygea em tecnologia, temas jurídicos, gestão de pessoas, finanças e marketing, bem como acesso à rede Cubo para startups, a uma rede de mentores especializados e ao ecossistema de parcerias Oxygea. Além disso, recebem acompanhamento do time de portfolio da Oxygea e da consultoria de inovação ACE Cortex.
Além disso, em termos de dinheiro (importante, né?), as startups receberão R$ 100 mil durante o processo de aceleração. Ao fim do programa, a Oxygea tem a prerrogativa de investir R$ 1,5 milhão em cada uma das startups escolhidas – e é aí que entram os US$ 50 milhões.