A gestora de inovação corporativa The Bakery formou uma joint venture com a gestora global Staged Ventures e a Pipe Ventures para entrar no segmento de corporate venture capital (CVC). A novidade vem após a compra das operações da matriz da empresa, que fica em Londres, pela filial brasileira, anunciada em setembro do ano passado. Em entrevista exclusiva ao Startups, o CEO da The Bakery, Marcone Siqueira, conta que inicialmente a ideia é criar fundos específicos para cada cliente, com a possibilidade de lançar fundos multi corporate nos próximos anos.
“Nós entendemos que a inovação é como uma caixa de ferramentas, que tem a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), tem a inovação aberta, a aceleração e tem o CVC. Nós já desenvolvíamos teses de inovação para os nossos clientes que envolviam o CVC, mas não éramos capazes de executar porque não tínhamos uma gestora de recursos. Agora, temos um veículo de CVC registrado na CVM com um viés estratégico, que é o nosso diferencial”, avalia Marcone.
Criada em 2012 pelos ingleses Andrew Humphries e Tom Salmon, a The Bakery abriu sua filial em São Paulo em 2017, sob liderança dos brasileiros Felipe Novaes e Marcone Siqueira. No ano passado, os dois compraram a participação dos fundadores do negócio, em uma operação modelada pela Staged Ventures, que hoje faz parte da joint venture.
O escritório de Londres foi mantido, e hoje a The Bakery conta com 70 funcionários na capital inglesa e em São Paulo, além de times espalhados em cinco países. O portfólio de clientes em mais de 22 países inclui companhias como Vale, L’Oréal, Avon, Mondelez, Visa, Thyssenkrupp e Neoenergia. A empresa também já realizou programas de inovação corporativa para Natura, Johnson & Johnson, iFood, entre outras. Segundo Marcone, a criação de um CVC era uma demanda das próprias companhias.
“Nós gostamos muito do modelo de inovação feito sob medida para cliente, por isso neste primeiro momento vamos focar em fundos específicos para cada empresa. Grande parte dos ganhos de inovação do CVC estão justamente nessa integração com a estratégia da companhia, nas soluções para o negócio do cliente. Os fundos multi corporate são produtos mais de prateleira, é preciso encaixar os diferentes interesses, então é uma possibilidade mais para a frente, em um ou dois anos”, afirma.
Juntas, a The Bakery, Staged e PIPE possuem escritórios em Londres, Miami e São Paulo, e querem impulsionar a inovação corporativa globalmente. Marcone destaca a integração entre os negócios das três empresas como um dos diferenciais da joint venture.
“Entendemos que unir a nossa capacidade de executar inovação, com uma gestora CVM capaz de operacionalizar, como a PIPE, e um parceiro que consegue entregar a parte mais Faria Lima da coisa, que tem um dealflow global único, que é a Staged, tinha uma proposta de valor única”, diz.