A corretora Avenue Securities acaba de adicionar ao seu guarda-chuva um serviço de conta corrente para pessoas jurídicas com sede no exterior. O objetivo é ampliar o leque de clientes, passando a apoiar investidores institucionais, como os multi-family offices, hoje atendidos por bancos com serviço para o público private.
“Esse é um passo importante para atender o cliente de alta renda, mas levando a mesma experiência digital que oferecemos para a pessoa física, com mais facilidade para realizar operações por meio de uma plataforma intuitiva”, diz Roberto Lee, fundador e presidente da Avenue em comunicado. Segundo o executivo, a expectativa é ter 1.000 clientes na nova modalidade até o fim de 2022, gerando um fluxo de US$ 500 milhões para o patrimônio sob custódia do grupo.
O lançamento acontece quase 3 meses depois de a companhia anunciar sua conta digital Avenue Banking e cartão de débito para pessoas físicas, que pode ser usado para pagamentos e saques no exterior. Em agosto, a corretora divulgou os planos de se tornar um banco completo no exterior em até 24 meses.
A expansão da Avenue, que tem hoje mais de 300 mil clientes e US$ 1 bilhão em ativos sob gestão, é impulsionada pelo aporte de R$ 150 milhões que recebeu do SoftBank, com participação do fundo Igah Ventures. A rodada série B anunciada há dois meses tinha, entre os objetivos, diversificar o portfólio de produtos e ampliar seu quadro de colaboradores para operar diferentes filiais da corretora no Brasil e no exterior.
Dinheiro na gringa
A oportunidade de diversificar os investimentos no exterior é atraente. Segundo o Banco Central, o dinheiro dos brasileiros está migrando cada vez mais para o exterior. Só em 2021, o total de investimentos financeiros fora do país somou US$ 61,6 bilhões de janeiro a agosto, um aumento de 44% em relação ao ano anterior.
Já viu como tá o dólar e todas as questões políticas e econômicas nesse país? Pois é, por isso os investimentos na gringa têm ficado mais no radar dos brasileiros nos últimos tempos Só nas últimas 24 horas as empresas listadas no índice Bovespa, da B3, perderam R$ 134,1 bilhões em valor de mercado, segundo um levantamento realizado pelo Economática (que agora pertence ao TC). O impacto aconteceu depois de o Brasil enfrentar ameaças de furo no teto de gastos do governo federal para suprir a expansão de pagamento do novo Bolsa Família, o que apavorou os investidores (com razão).
Além da Avenue, Nomad, Stake, Sprout e agora a americana Passfolio estão disputando os caraminguás dos brasileiros neste momento.