O banco americano JPMorgan Chase anunciou hoje a compra de uma participação de 40% no C6 Bank, banco digital fundado há quase 3 anos por ex-sócios do BTG. Segundo apurou o Estadão, o valor do negócio gira em torno dos R$ 10 bilhões. O contrato prevê uma opção de compra de 100% da operação.
Presente no Brasil há quase 60 anos, o JPMorgan finalmente realiza, com a transação, um sonho antigo de investir em uma operação local de varejo – são mais de 7 milhões de clientes na plataforma digital do neobank. O investimento estratégico deve ser usado para acelerar o crescimento do banco digital.
“Admiramos a estratégia e a gestão do C6 Bank. Com uma plataforma impressionante de produtos e serviços, eles estão bem posicionados para manter a trajetória de crescimento e construir uma grande franquia. Vamos apoiar a aceleração do crescimento do banco em sua ambição de se tornar um líder em serviços financeiros no Brasil”, afirma Sanoke Viswanathan, presidente de varejo internacional do JPMorgan Chase.
A transação, sujeita a aprovações regulatórias, teve o JP Morgan como assessor financeiro exclusivo do JP Morgan Chase e o Credit Suisse como assessor financeiro do C6 Bank.
O movimento acontece exatamente 1 anos depois de o Credit Suisse acertar a compra de uma fatia de até 35% do Modalmais, passando a distribuir produtos da instituição. O banco suíço se manteve como acionista mesmo depois do IPO realizado no início do mês. O interesse dos dois gigantes no varejo bancário brasileiro é curioso. Nos últimos anos, o movimento foi contrário, com instituições como HSBC, Citi, ABN Amro e Bank Boston se desfazendo de suas operações por aqui. “O mercado bancário brasileiro é muito grande e produz um dos maiores retorno para os bancos. Entretanto, concorrer no Brasil há 20 ou 10 anos atrás não era muito fácil, pois você tinha que investir em agencias. Com a digitalização a história muda”, avalia o especialista Edson Santos.
E o IPO?
Paira a dúvida se, com a venda dos 40% ao JPMorgan, o C6 seguirá com o plano de realizar um IPO ainda este ano. A intenção de abrir capital foi revelada pelo banco em dezembro passado, quando recebeu R$ 1,3 bilhão de um grupo de 40 investidores, e anunciando um valuation de incríveis R$ 11,3 bilhões. Na época, meu big boss inclusive decidiu não chamar o neobank de unicórnio, apesar da valorização…
Alguns meses antes, o C6 havia passado por uma capitalização de R$ 525 milhões, fruto de uma emissão de debêntures.