O começo de 2024 foi um tanto complicado para a Semantix. Em abril, cerca de um ano e meio após ter estreado na Nasdaq, a companhia anunciou sua saída da bolsa norte-americana. Agora, para sinalizar um novo momento na empresa, ela está de CEO novo: Marcelo Frontini assume a cadeira antes ocupada pelo fundador Leonardo Santos, que passa a ocupar a presidência do conselho da companhia.
Com a nova liderança, o plano da empresa é dobrar a aposta na sua expertise em projetos de inteligência artificial, especialmente em verticais como financeiro, saúde, telecom, varejo, indústria 4.0 e outras.
Experiência na área, Marcelo tem. Com passagem em bancos como Sofisa e Bradesco, ele foi um dos pioneiros em projetos corporativos de IA em larga escala no país, e agora quer colocar este know-how na estratégia da Semantix.
“Possuímos capacidade de implementar ambientes complexos de inteligência artificial, desde infraestrutura multicloud até soluções avançadas de business performance e governança de dados, além de modelos de IA como LLMs, SLMs, que é uma grande vantagem competitiva. Vamos continuar trabalhando juntos para otimizar ainda mais o dia a dia de nossos clientes, dentro da nossa cultura de colocar os nossos usuários no centro”, destaca Frontini, em comunicado.
Em fevereiro deste ano, a companhia já tinha anunciado um novo produto de IA, o Lloro. Desenvolvido dentro de casa com base no modelo open source Llama, da Meta, o Lloro foi criado com foco na geração de código para análises de dados. Na época, a empresa afirmou a expectativa com o novo produto era de impulsionar os negócios até o fim do ano.
Entretanto, em 2023 os números da Semantix não foram dos mais animadores, caindo consideravelmente em relação a quando abriu na Nasdaq. A empresa fez sua estreia na bolsa norte-americana valendo cerca de R$ 1 bilhão, após a fusão com a SPAC Alpha Capital.
As receitas da deeptech somaram R$ 40 milhões entre julho e setembro do ano passado, queda de 50,3% sobre o mesmo período de 2022.
O desempenho abaixo do esperado fez a Nasdaq interferir na situação. Em janeiro, a companhia foi notificada pela bolsa norte-americana por suas ações estarem sendo negociadas abaixo do valor mínimo obrigatório, o que fez a empresa tomar medidas para tentar alavancar o preço dos papéis – uma delas foi o anúncio do Lloro.
No começo de abril, a Semantix anunciou sua saída da Nasdaq alegando que os custos, despesas e obrigações de ser uma empresa de capital aberto, além da falta de liquidez das suas ações, foram fatores determinantes para a decisão.
Agora, novamente com o capital fechado e com nova liderança, o plano da companhia é focar no core, conforme destaca o ex-CEO e agora presidente do conselho, Leonardo Santos.
“A Semantix tem mostrado que a tecnologia não tem limites, e estamos muito felizes com a chegada de Frontini para somar ao nosso time. Altamente competente e com robusta experiência, ele é um executivo que possui identificação de longa data com os valores da empresa e chega para reforçar nosso propósito e expertise como empresa líder no setor de dados e IA”, finaliza.