Com o fantasma do inverno no mercado de investimentos e o cenário macroeconômico adverso pairando sobre o mundo startupeiro, empresas tentam preservar caixa com métodos que incluem demissões em massa. A tendência é ilustrada em novos números divulgados sobre layoffs no segundo trimestre de 2022.
Segundo a plataforma layoffs.fyi, que agrega cortes de pessoal em startups espalhadas pelo globo, o número de grandes demissões aumentou nove vezes no 2T em relação ao trimestre anterior. 289 demissões em massa foram registrados entre abril e junho nas empresas de base tecnológica. Isso se compara a 31 eventos do tipo ocorridos entre janeiro e março.
Sobre as previsões para o terceiro trimestre, a coisa não parece nada animadora, já que ainda falta um mês e meio para fechar o quarter e o número de startups anunciando demissões em massa até o momento chegou a 238, de acordo com os dados coletados pela plataforma.
Em relação ao número de pessoas impactadas, os dados coletados pelo site estimam que 9,829 pessoas perderam seus empregos com startups que decidiram fazer passaralhos no primeiro trimestre. Em comparação, o número subiu para 37,463 no primeiro trimestre, segundo a pesquisa.
Entre os dados consolidados pelo layoffs.fyi, estão os maiores layoffs promovidos por startups ao redor do mundo desde a emergência da Covid-19. No primeiro lugar entre as 10 empresas que mais enxugaram a força de trabalho em meses recentes, está o unicórnio turco de entregas ultrarrápidas Getir, que tem mais de 30 mil funcionários e demitiu quase 4,5 mil deles em maio deste ano.
Outras que fizeram demissões em massa que estão no topo da lista do site incluem a proptech novaiorquina Better.com, que mandou embora 3 mil funcionários em março deste ano, e a Peloton, de bicicletas ergométricas inteligentes, cortou 20% do quadro e colocou na rua 2,8 mil pessoas.
Por aqui, a onda de layoffs nas últimas semanas incluiu nomes como a Ebanx, que demitiu cerca de 20% da força de trabalho, dispensando 340 pessoas, além da Loggi, que cortou 15% do seu quadro de funcionários no Brasil e em Portugal. Além disso, a MadeiraMadeira também demitiu 3% do quadro, e a chilena Betterfly fez uma reestruturação que impactou até o alto escalão.