Há poucas semanas, o LinkedIn fez um de seus maiores anúncios do ano, divulgando soluções de inteligência artificial para aperfeiçoar a sua plataforma em diversas frentes. Agora, o anúncio é outro. Para reduzir custos, a rede social profissional anunciou a demissão de 668 colaboradores (algo em torno de 3% da força de trabalho total da empresa).
Segundo informações do TechCrunch, a maior parte dos cortes (cerca de 563 profissionais) está na área de pesquisa e desenvolvimento, atingindo também times de engenharia, produto, finanças e RH – a empresa não deu detalhes sobre regiões atingidas, ou se o Brasil seria alvo dos cortes. Segundo um documento interno obtido pela emissora norte-americana CNBC, as demissões tem o objetivo de reduzir gastos para compensar o crescimento abaixo do esperado no balanço do 2024.
Essa foi a segunda onda de demissões realizada pela companhia este ano. Cerca de cinco meses atrás o LinkedIn demitiu 716 funcionários em decorrência da descontinuação de seu aplicativo de empregos na China.
“Enquanto adaptamos as nossas estruturas organizacionais e racionalizamos a nossa tomada de decisões, continuamos a investir em prioridades estratégicas para o nosso futuro e para garantir que continuamos a entregar valor aos nossos membros e clientes”, afirmou hoje a empresa em comunicado. “Estamos empenhados em fornecer todo o nosso apoio a todos os funcionários afetados durante esta transição e garantir que sejam tratados com cuidado e respeito”, completou a empresa.
Apesar de não entrar em detalhes sobre as tais “prioridades estratégicas”, analistas de mercado apontam que os recursos liberados com os layoffs podem ser destinados a àreas como a já referida inteligência artificial, entrando em linha inclusive com a sua empresa-mãe, a Microsoft. A empresa de Satya Nadella comprou o LinkedIn em 2016 por US$ 26 bilhões, e também realizou cortes recentes para se reorganizar internamente de olho em IA.
Mesmo com os cortes, recentemente o LinkedIn divulgou números positivos, registrando mais de 950 milhões de membros e mais de US$ 15 bilhões em receitas, sendo a parte de soluções para RH o maior contribuidor individual, com mais de US$ 7 bilhões. No trimestre encerrado em junho, a receita da companhia cresceu 5% em relação ao mesmo período no ano passado.
“Continuamos a usar IA para ajudar nossos membros e clientes a se conectarem a oportunidades e aproveitarem as experiências de especialistas na plataforma. Nossos artigos colaborativos alimentados por IA são agora o gerador de tráfego de crescimento mais rápido para o LinkedIn”, afirmou a companhia na época.