E eu achando que íamos fechar a semana sem layoffs no ecossistema. O unicórnio Merama, startup que ajuda a alavancar marcas em plataformas digitais, dispensou na metade desta semana 10% de seu quadro de funcionários, o equivalente a 40 pessoas de um total de 400.
O CEO e cofundador da empresa, Sujay Tyle, confirmou as demissões à Reuters na quinta-feira (29), descrevendo a medida como parte de uma mudança de foco, conforme a Merama entra em uma nova fase de crescimento, em vez de “um exercício de economia de custos”.
Segundo apurou o Startups, os desligamentos afetaram as áreas de gestão de canais, pessoas, atração de talentos e ESG, além de exterminar outras, como a de expansão internacional. Um ex-funcionário ouvido pela reportagem diz que os 40 demitidos (20 no Brasil e 20 no México) foram cortados de uma vez, mas que nas semanas anteriores já rolavam cortes meio que a conta-gotas nos times de tech, marketing, e outros.
E enquanto muitas startups oferecem um pacote de bonificação aos profissionais impactados, que inclui desde remuneração até o fornecimento de notebooks de trabalho, foi bem diferente o que rolou na Merama. “Essa que foi a parte mais dolorida… só ofereceram 1 mês a mais de convênio médico como benefício”, afirma o ex-colaborador, que preferiu não se identificar.
Com escritórios em São Paulo e no México, a Merama tem seu modelo de negócios centrado no crescimento exponencial de marcas latino-americanas predominantemente digitais. A proposta é identificar as marcas que mais se destacam em cada categoria e comprar uma fatia majoritária delas, permitindo que os empreendedores continuem operando o dia a dia como parceiros, com acesso à tecnologia, capital e auxílio de uma equipe especialista em e-commerce.
A empresa já levantou US$ 345 milhões em investimentos de empresas como o SoftBank e foi avaliada pela última vez em US$ 1,2 bilhão.
Procurada pelo Startups, a Merama confirmou as demissões, com o mesmo posicionamento que o CEO e cofundador Sujay Tyle descreveu à Reuters.