A TransferWise – que agora se chama apenas Wise – voltou a aceitar o envio de dinheiro do Brasil para o exterior. O serviço está sendo retomado com o uso da licença de câmbio que a companhia recebeu em janeiro. A licença foi concedida 7 meses depois de o Banco Central liberar a companhia a constituir uma corretora de câmbio no Brasil.
“No momento, o processo de transferências com a licença está sendo realizado de maneira randômica e gradual. Em breve, o envio de Reais para mais de 50 países estará disponível para todos os clientes no Brasil. Ao operar com a licença de corretora de câmbio, a Wise poderá agilizar as transações, em breve tornando-as instantâneas, já que o fluxo dependerá menos de terceiros”, informou a companhia em comunicado.
¿Qué pasó?
A rota, como a Wise chama, tinha sido suspensa em fevereiro quando o MS Bank, que era o parceiro dono da licença de câmbio que a companhia usava para o serviço, anunciou que deixaria de atender a fintech inglesa.
Na época, o banco brasileiro disse que estava lançando sua própria oferta, o CloudBreak, com custo menor que o da antiga parceira. Pouco tempo depois, o MS Bank enviou um outro comunicado a seus clientes acusando a fintech inglesa de fraude.
Segundo ele, a companhia usou o nome e os dados financeiros dos clientes para enviar dinheiro ilegalmente ao exterior. “A Transferwise fraudou transferências internacionais sem o conhecimento do MS BANK e dos usuários da plataforma, envolvendo seus nomes em crimes que podem levar a até seis anos de prisão: crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem tributária e contra a lei das organizações criminosas de caráter transnacional”, escreveu a companhia.
De acordo com o banco, foi a descoberta desse esquema que o levou a romper o acordo com a TransferWise – nada a ver, então, com a possibilidade de perder o cliente.
Ao descobrir inconsistências entre recibos da Transferwise e os registros no MS Bank, a companhia acionou o Banco Central, que envolveu a Receita Federal na apuração. Os órgãos reguladores comprovaram a irregularidade e o banco denunciou a Wise ao Ministério Público. Procurado pelo Startups, o BC informou que não comenta casos específicos.
Em comunicado, a Wise negou ter feito qualquer coisa errada e que desconhecia qualquer investigação. “A TransferWise Brasil reforça que segue rigorosamente a legislação tributária e a regulamentação local no Brasil e nos mais de 50 países em que atua, disse. “A TransferWise Brasil tomará todas as providências legais – cíveis e criminais – cabíveis contra os responsáveis por atos de difamação”, concluiu. Questionada se já tinha tomada tais medidas, a fintech manteve a declaração anterior.