Negócios

Distrito: Volume de aportes no 1º semestre foi o maior desde 2022

Startups da América Latina receberam US$ 2,18 bilhões em recursos de venture capital na primeira metade deste ano

Dinheiro. Foto: Divulgação
Dinheiro. Foto: Divulgação

As startups da América Latina captaram US$ 2,18 bilhões em recursos de venture capital no primeiro semestre deste ano, segundo relatório do Distrito. Esse foi o maior volume de aportes na região desde o segundo semestre de 2022, quando foram levantados US$ 2,75 bilhões.

O resultado registrado na primeira metade deste ano também representa um crescimento de 40,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as startups latino-americanas receberam US$ 1,55 bilhão.

Apesar de o número de rodadas ter diminuído de 414 nos primeiros seis meses de 2023 para 377 em 2024, o ticket médio das operações subiu de US$ 3,74 milhões no primeiro semestre de 2023 para US$ 5,78 milhões no mesmo período deste ano.

Leia também: Investimentos de VC avançam mais de 40% em um ano

Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, o cenário de melhora deve continuar ao longo do ano. “A melhora do mercado aconteceu em função da retomada gradual de rodadas em late-stage, que eram raridade em 2022 e 2023. Nos últimos meses, vimos cheques maiores, sobretudo entre as fintechs, que continua sendo o setor mais dinâmico do universo de tecnologias emergentes da América Latina”, explica.

O investimento no late-stage somou US$ 1,3 bilhão comparado aos US$ 840,3 milhões do early-stage e US$ 36,7 milhões do pré-seed.

Brasil melhora, mas nem tanto

As startups brasileiras, por sua vez, receberam US$ 928,3 milhões do venture capital no primeiro semestre deste ano, alta de 14,8% em relação aos US$ 808,46 milhões registrados na primeira metade de 2023. Na comparação com o semestre anterior, porém, houve uma queda de 25,6%. O volume registrado no segundo semestre do ano passado havia sido de US$ 1,25 bilhão.

Ainda assim, as startups brasileiras concentraram 42,6% de todos os recursos destinados para a América Latina. Apesar de ser o maior mercado da região, o Brasil vem perdendo espaço para outros países, como Colômbia e México, aponta o Distrito. O país teve 215 rodadas na primeira metade deste ano, contra 255 no mesmo período do ano passado.  

“O mercado de tecnologia no Brasil está em um momento desafiador, mas repleto de oportunidades. As incertezas globais e governamentais dificultam a captação de recursos, mas, paradoxalmente, isso permite que empresas de alta qualidade se destaquem em um ambiente mais competitivo”, diz Gustavo, CEO do Distrito. “Apesar do resultado mais fraco quando comparado com o resto da América Latina, ainda contamos com um setor de inovação dinâmico e com capacidade de atrair recursos”.