Fundada em 2019, a Toti Diversidade tem como missão promover a inclusão de pessoas refugiadas e migrantes no mercado de tecnologia. Criada como um projeto universitário e reposicionada como um negócio de impacto, a startup oferece educação profissionalizante para aumentar a renda e garantir empregos dignos a essa população no Brasil, ao mesmo tempo em que trabalha com empresas parceiras para auxiliá-las na contratação de profissionais qualificados e diversos, impulsionando suas métricas de ESG e D&I.
Com um modelo de negócios B2B, a Toti disponibiliza seus serviços gratuitamente para refugiados e migrantes, oferecendo cursos alinhados às necessidades do mercado em áreas como análise de dados, Power BI, Back-End e Front-End. A startup monetiza por meio de parcerias com empresas, que podem implementar programas de impacto social e iniciativas de voluntariado corporativo, além de acessar palestras, banco de talentos e oportunidades focadas em diversidade.
Ao longo de sua trajetória, a startup já formou mais de 43 turmas em parceria com grandes organizações, como Nubank, Hospital Albert Einstein, Neon e Itaú. Ao todo, mais de 1.500 pessoas foram impactadas diretamente pelas suas soluções, e outras 4.500 indiretamente. Criada no Rio de Janeiro, a Toti atua hoje em 20 estados do país, trabalhando com 44 nacionalidades e gerando o aumento médio de renda de 200% para os profissionais contratados.
Em 2022, a startup recebeu um pré-seed do Semente Preta, fundo de investimento do Nubank focado em negócios fundados ou liderados por pessoas negras. O aporte, de R$ 250 mil, foi utilizado principalmente para aprimorar a tecnologia. “Muitos dos nossos processos ainda são manuais, e agora vai ser possível formar e contratar mais pessoas. Vamos acelerar nosso desenvolvimento, e mais profissionais poderão ser conectados com as empresas parceiras da Toti“, disse o cofundador da Toti, Caio Rodrigues, em comunicado na época.
Pé no acelerador
De acordo com Bruna Amaral, CEO da Toti, uma nova rodada de investimentos não está entre as prioridades da startup no momento. “O investimento do Nubank foi crucial para o amadurecimento da Toti. Hoje, a empresa é financiada com recursos próprios, e o faturamento já cobre a maior parte das nossas despesas. Vejo como extremamente positivo o fato de a Toti ser autossustentável”, afirma Bruna, em entrevista ao Startups.
Ainda assim, ela não descarta a possibilidade de atrair novos investidores. “Queremos expandir o desenvolvimento da tecnologia e aprimorar a plataforma, e temos algumas alternativas para isso. A rodada de investimentos não é nossa primeira opção, mas é uma possibilidade. Por enquanto, estamos explorando outras opções antes de seguir por esse caminho”, explica.
Atualmente, o principal objetivo da startup é consolidar seu portfólio de serviços. “Nosso portfólio é fortemente voltado para diversidade, inclusão e ESG, com projetos de impacto social, como voluntariado corporativo, diagnóstico das necessidades de contratação das empresas, programas de formação e workshops internos para lideranças e colaboradores. Além disso, queremos expandir nossa marca e, sobretudo, ampliar o diálogo sobre refugiados e migrantes, que infelizmente ainda são pouco incluídos nas discussões dos comitês de D&I das organizações”, destaca Bruna.
Em 2024, a startup está concentrando seus esforços na expansão nacional, com planos de internacionalização a longo prazo. “Trabalhamos com uma causa que é internacional por natureza. Sabemos que nossos vizinhos latino-americanos também enfrentam desafios em relação às políticas de apoio a essas populações. Embora não seja nossa prioridade agora, temos a visão de nos tornarmos uma organização global focada em educação e empregabilidade para refugiados e migrantes”, afirma Bruna Amaral, CEO da Toti Diversidade.