A Shopper, supermercado de atuação 100% online, anunciou a primeira loja segmentada dentro de sua plataforma. É a Pet.Shopper, sua primeira loja totalmente voltada para atender o público pet, resultado de um investimento de R$ 10 milhões da startup.
Segundo a empresa, este é um movimento para se posicionar em um dos mercados de maior faturamento no país atualmente. “É um setor muito grande, com mais de R$ 40 bilhões de faturamento por ano, mas ainda tem muito espaço e está crescendo ano a ano. Tem espaço para as grandes que já existem e para novos players entrarem”, avalia Fábio Rodas, cofundador e CEO da Shopper, em entrevista ao Startups.
Entretanto, apesar do grande potencial de faturamento, que segundo o CEO, deve contribuir para a meta de aumentar a receita da startup em 50% a 80% este ano, a novidade também é uma resposta aos clientes. “A maior demanda por estes produtos partiu de pesquisas internas que conduzimos”, explica Fábio.
Com a nova loja, a Shopper espera suprir esta demanda ao ampliar seu mix de produtos pet de 500 SKUs para mais de 1700, incluindo opções para cães, cachorros, roedores e outros animais, o que deve aumentar o percentual de receita vinda destes produtos, que antes não passava de 2%. “Não era pela qualidade do serviço, e sim porque não tínhamos o mix completo”, afirma.
Ao todo, a empresa vai investir mais de R$ 10 milhões na Pet.Shopper nos próximos 12 meses, com mais de 80% desse montante sendo direcionado a marketing e comunicação. Além disso, parte de dois centros de distribuição da startup, localizados em Ribeirão Preto e São Paulo, será dedicada exclusivamente para os produtos pet.
Para o primeiro ano de operação, a expectativa é que o faturamento da Pet.Shopper fique entre R$ 65 milhões e R$ 85 milhões. “Se a gente fizer isso, é ainda uma parcela pequena perto do mercado total, o que nos anima para 2025, 2026”, avalia o CEO da Shopper.
Compra programada
Na visão do cofundador, a nova loja da Shopper entra em linha com o modelo que tem garantido a sustentabilidade da startup nos últimos anos – a de compras programadas. Atualmente atendendo cerca de 120 cidades no estado de São Paulo, com dois centros de distribuição próprios em vez de dark stores pulverizadas, a Shopper não está na briga de compras por conveniência, onde nomes como Rappi e Daki tem dificuldades em se manter.
“Temos um foco mais em sustentabilidade, que foi o que nos fez manter o crescimento, dobrar de tamanho mesmo neste inverno das startups. Ele pode não ter a conveniencia de entregar em poucos minutos, mas é um modelo bem mais sustentável, com maior giro do estoque e otimização das entrega, trabalhando sempre com margens positivas”, explica Fábio.
Entretanto, para atender aos consumidores, a Pet.Shopper deverá trazer prazos customizados de entregas, de 20 ou 40 dias, uma alternativa às entregas geralmente semanais ou quinzenais de quem faz suas compras de supermercado com a startup.
Com este modelo, a Shopper entra na briga com grandes redes como Petz e Cobasi, que oferecem serviços semelhantes de compra programada, mas de acordo com o CEO, o mercado tem espaço para todo mundo. Segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), o segmento de produtos pet tem potencial de atingir até R$ 67,4 bilhões no decorrer de 2023.
Inicialmente, a expectativa da Shopper é converter parte da base que já faz suas compras de supermercado com a startup – segundo pesquisas internas, cerca de 50% desta base possui um bichinho em casa. “Depois disso, depois de amadurecer a base, vamos investir em trazer novos consumidores de fora da base a partir da Pet.Shopper”, destaca o CEO.
Outro plano a partir da experiência da Pet.Shopper e sua estrutura modular dentro do app, é a criação de novas lojas segmentadas, como a de vinhos e bebidas, entre outros artigos. “A Pet.Shopper é o primeiro passo nessa linha. Para o próximo ano, pensamos em uma loja de beleza profissional”, revela.
Com dinheiro no caixa
Ao todo, a empresa vai investir mais de R$ 10 milhões na Pet.Shopper nos próximos 12 meses, com mais de 80% desse montante sendo direcionado a marketing e comunicação. Além disso, parte de dois centros de distribuição da startup, localizados em Ribeirão Preto e São Paulo, serão dedicados exclusivamente para os produtos pet.
“O capital necessário para lançar a loja exclusiva de pet foi bem menor do que para lançar as outras lojas do app, porque nos últimos anos construímos uma estrutura de tecnologia modular, que nos permite adicionar novas verticais com pouco custo”, explica Bruna Vaz, cofundadora e COO da companhia.
O dinheiro no caixa já veio em 2021, quando a empresa captou R$ 290 milhões em duas rodadas de investimentos, trazendo fundos como GIC, o fundo soberano de Singapura, e a gigante de proteínas Minerva para o seu quadro de sócios, que já contava com nomes como Canary e José Galló.
Segundo Fábio Rodas, a empresa ainda não está perto do breakeven – algo difícil para uma startup deste ramo – mas ele afirma que toda entrega está rendendo caixa para o negócio. “Estamos crescendo de forma mais comedida, mas mantivemos o crescimento. Não pretendemos captar uma nova rodada pelos próximos dois anos”, finaliza.