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Edtech Awari levanta R$ 3,5 milhões e mira expansão internacional

Com o dinheiro, a edtech vai investir no aumento do portfólio de cursos, contratação de funcionários e expansão para Chile, México e Colômbia

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A edtech Awari (lê-se Auari), que opera como uma plataforma de desenvolvimento de carreiras na área de tecnologia e inovação, recebeu de R$ 3,5 milhões de investidores-anjo na área de educação. O aporte acontece 1 ano depois de a startup levantar um seed de R$ 2 milhões.

Entre os investidores da empresa, estão Mathur Shashank, diretor da Harvard Management Company, Mike Mahlkow fundador da Blair/Lambda School, e Ben Hamner, diretor-executivo da Kaggle. Além deles, outros nomes conhecidos da comunidade participaram da rodada, como Brian Requarth, da VivaReal, e Miguel-Burguer-Calderon, fundador da norte-americana Ethyca.

O dinheiro da rodada, caracterizada pela startup como um pré-série A, será usado para diversificar a oferta de cursos nas verticais de gestão de produtos, programação, ciência de dados e design. O novo portfólio terá capacitações em UX writing, design 3D, pesquisa de usuário, liderança e gestão de pessoas e marketing de produto.

A startup, que até o momento trabalha com uma plataforma web, está desenvolvendo o próprio aplicativo. “Além de replicar as funcionalidades do site, como agendamento de mentorias e acompanhamento das aulas, ele será uma ferramenta útil no dia a dia do aluno”, afirma o fundador e diretor-executivo da empresa, Fábio Muniz. Uma das ideias é que todas as manhãs o usuário receba um feed com conteúdos específicos e relevantes para o seu perfil e a carreira que está desenvolvendo.

Com o avanço nos produtos e soluções, a Awari pretende dar início à expansão internacional no próximo trimestre, começando por Chile, Colômbia e México. Isso porque, segundo o empreendedor, a startup conta com um time de mentores e educadores inclui profissionais de tecnologia de empresas como Nubank, Rappi e Loft, que já possuem ou estão estruturando operações nesses países. “Isso facilita a nossa porta de entrada para conseguir construir o time de educadores nas outras regiões”, considera Fábio.

Outra estratégia é entrar em mercados que ainda não estão dominados pelos competidores. A Argentina, por exemplo, já tem a Digital House, também de educação tecnológica. Fundada em 2015, a companhia tem operações no Brasil e outros 5 países da região e, no ano passado, comprou a catarinense Rocketseat por R$ 150 milhões. “Temos a oportunidade de entregar valor nos mercados menos assistidos, onde não tem 1 player necessariamente na liderança.

Segundo Fábio, as apostilas e os artigos fornecidos pela startup serão traduzido para espanhol, e algumas video-aulas serão regravadas do zero com profissionais nativos dos novos mercados. “A gente costa de ser bastante enxuto. Vamos montar um squad inicial até começarmos a observar tração e entender as especificidades do mercado. Tendo informações suficientes que justifiquem mais investimentos, se tornará um braço da empresa.”

Para sustentar essas mudanças, a equipe da Awari, de quase 45 colaboradores, deve chegar próxima de 150 pessoas até o final deste ano. A expansão acontecerá em todas as áreas, mas com um foco especial para marketing, vendas e produto.

Fábio Muniz, fundador e diretor-executivo da Awari

Novo modelo de negócio

Até novembro do ano passado, a startup trabalhava com o modelo tradicional de matrículas para cada curso, mas decidiu mudar o modelo de negócio para um programa de assinaturas. O aluno paga R$ 2900 por ano e tem acesso a créditos que podem ser usados para agendar mentorias e consultorias de carreira, fazer novos cursos e tirar dúvidas com os especialistas.

Além de assistir a 2 cursos ao vivo por ano, o usuário também ganha acesso ilimitado aos conteúdos gravados de todas as outras trilhas de aprendizagem. “O modelo traz melhor custo benefício para os estudantes e nos permite participar continuamente do desenvolvimento do aluno, não só em um único curso de 8 semanas. Os usuários podem continuar se engajando e especializando,” diz Fábio.

Após a rodada seed do ano passado, a Awari foi avaliada em R$ 2,8 milhões. Dessa vez, ela não abre o valuation, mas revela que cresceu mais de 600% em 2021, quando também faturou mais de R$ 7 milhões, ante os R4 1,1 milhão em 2020. A projeção para 2022 é crescer cerca de 500%, garantindo uma receita em torno de R$ 40 milhões, e capacitar 9 mil alunos até o final do ano.