A edtech Galena, que se posiciona como uma aceleradora de talentos para incluir jovens no mercado de trabalho, demitiu 30% do seu quadro de colaboradores, cerca de 30 pessoas. Ao Startups, a companhia confirmou os desligamentos e explicou a razão dos cortes, motivados por uma mudança de estratégia das operações.
“A Galena informa que vem reformulando o seu programa de formação e alocará todos os esforços nas frentes voltadas ao cliente corporativo”, disse a empresa, em nota. A companhia já tinha o braço B2B, mas agora este será seu foco total. “Devido ao atual momento da startup, tornou-se inevitável o desligamento daqueles que tinham atribuições direcionadas para o público B2C, que não será explorado pela empresa neste momento”, explicou.
Os cortes afetaram profissionais das áreas de operações, marketing e educação. “A Galena se solidariza profundamente com esta situação, que acontece de forma forçosa dentro do novo modelo de negócio. Não obstante a isso, reforça que está oferecendo todo o suporte possível para recolocação dos profissionais utilizando a rede de contatos de seus fundadores e principais lideranças”, pontua. A companhia afirma que essa é a primeira onda de demissão desde o seu lançamento, em 2020.
A edtech garante que continuará preparando jovens para a inclusão no mercado de trabalho, porém partindo da demanda do mercado empresarial. Ou seja, ajudando organizações a contratar profissionais preparados e diversos. Os próximos passos da companhia incluem o lançamento de um programa de desenvolvimento profissional criado para o público Jovem Aprendiz.
Modelo de negócio
Há menos de um ano, a Galena levantou uma série A de US$ 16,7 milhões. O investimento foi liderado pelo fundo americano Altos Ventures, com participação de Exor e Owl. O Reaction (fundo de aluminis de Stanford), Globo Ventures e executivos como David Velez, Kevin Efrusy, Dan Rosensweig, Armínio Fraga, Romero Rodrigues e André Street, acompanharam a rodada.
Na época, a companhia afirmou que tinha o sonho grande de atender entre 40 mil a 50 mil alunos por ano em um prazo de 5 anos. Ou seja, até 2027. Um dos planos com a série A era justamente contratar mais pessoas, principalmente na área de tecnologia, e trazer profissionais de nível sênior.
Até então, o modelo de negócio da Galena incluía um pagamento flexível, em que o aluno B2C pagava um pequeno valor na matrícula e todo o restante só quando estivesse trabalhando (à vista ou parcelado). Na prática, o dinheiro podia demorar para cair na conta. Se a pessoa não fosse contratada, era desobrigada a pagar e a companhia seguia tentando realocá-la em outras empresas.
A edtech ainda não definiu como isso vai se desenhar no braço corporativo e diz estar realinhando o modelo de negócio para operar com foco no B2B. A Galena já atendeu parceiros como Nubank, Dell, Cora, Unilever, Caju, Alelo, Itaú, iFood, Dasa, Quinto Andar, entre outros.