Enquanto boa parte do mercado ainda está se segurando ou buscando novas rodadas de investimento para bancar seus planos de crescimento, a edtech ProUser Apps não tem muitos motivos para reclamar. Com soluções de conteúdo e distribuição de aplicativos educacionais, a companhia registrou um crescimento de 351% no primeiro trimestre de 2023.
Atendendo principalmente a operadoras que desejam incluir aplicações educacionais em seu “cardápio” de serviços (B2B2C), a empresa viu dobrar a base de usuários em seus apps Taplingo (de línguas), Tô aqui (geolocalização) e Reforça App (reforço escolar), o que colocou lá em cima a expectativa da companhia para o ano. O plano da startup é alcançar uma receita de R$ 60 milhões até dezembro – em 2022, ela faturou R$ 37 milhões.
Além disso, segundo destacou ao Startups o CRO da ProUser, Eduardo Kaizer, a estratégia de crescimento também inclui aumentar a presença em países onde a empresa já atua, como Portugal, Espanha e Colômbia.
Para explicar o crescimento em meio a um cenário onde muitas companhias estão apenas sobrevivendo, Eduardo afirma que a ProUser fez alguns movimentos estratégicos ainda no ano passado. O primeiro dele, curiosamente, foi o de contratar mais colaboradores, uma decisão totalmente na contramão do mercado, que estava demitindo.
“Fizemos isso para acelerar nosso ritmo de desenvolvimento de novos produtos, o que nos permitiu fechar novos contratos, especialmente na parte de de telecom. Telecom vive um momento muito positivo em termos de criação de novas ofertas, então educação mobile é uma prioridade do setor”, afirma.
“Percebemos que as empresas estão apostando cada vez mais em educação oferecendo boas soluções educacionais aos seus clientes, assim conseguimos ganhar escala de crescimento ao fornecer nossos apps, driblando a onda dos layoffs. Além de crescer nossa participação em parceiros antigos, conquistamos novos clientes, dentro e fora do Brasil.”, completa Rodrigo Murta, CEO e fundador da ProUser Apps.
Para conquistar esta clientela, a empresa bate na tecla de ser uma desenvolvedora de soluções 100% mobile, usando este gancho para se diferenciar de outras edtechs, que possuem uma abordagem mais multiplataforma. “Estamos trabalhando para ser a maior plataforma de mobile learning no país”, pontua Eduardo.
Na base do bootstrapping
No mercado há seis anos, a ProUser Apps se orgulha de ser uma empresa sem investimentos externos, e pretende continuar assim, ancorando seu crescimento na receita gerada pelos produtos já existentes.
Antes de investir em um novo produto no mercado, a gente testa da maneira menos onerosa possível. E só fazemos uma nova aposta depois de estudar bastante as possibilidades. Há 6 anos é assim, e tem dado muito certo. Até por essa solidez, nossa ideia para os próximos trimestres é manter os nossos clientes e, aos poucos, incluirmos novos materiais e até mesmo outras ferramentas de capacitação”, pondera Rodrigo Murta.
Para o CRO Eduardo Kaizer, a saúde financeira trazida pelos contratos já existentes está permitindo à startup observar as demandas do mercado para continuar “girando a máquina”. “Identificamos o que o mercado precisa, o que acaba gerando a oportunidades para captar novas receitas. Estamos criando sucessos que são saudáveis desde o início”, finaliza.